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01/Novembro/2007:
O PROBLEMA DO SER O ser humano, como dissemos, pertence desde esta vida a dois mundos. Pelo seu corpo físico, está ligado ao mundo visível; pelo seu corpo fluídico, ao invisível. O sono é a separação temporária desses dois envoltórios; a morte é a separação definitiva. Nos dois casos, a alma se separa do corpo físico e, com ela, a vida se concentra no corpo fluídico. A vida de além-túmulo é simplesmente a permanência e a liberação da parte invisível de nosso ser. A antiguidade conheceu esse mistério, mas por muito tempo os homens possuíam sobre as condições da vida futura apenas noções de um caráter vago, incerto. As religiões e as filosofias nos transmitem dados muito incertos sobre esses problemas, absolutamente desprovidos de controle, de confirmação e, sobre quase todos os pontos, em desacordo completo com as idéias modernas de continuidade e de evolução. A ciência, por seu lado, estudou e conheceu até aqui no homem terrestre apenas a superfície, a parte física. Acontece que essa é, para o ser integral, quase o que a casca é para a árvore. Quanto ao homem fluídico, etéreo, de que nosso cérebro físico não pode ter consciência, ela o tem ignorado até os nossos dias. Daí sua impotência para resolver o problema da sobrevivência, uma vez que é apenas o ser fluídico que sobrevive. A ciência nada tem compreendido das manifestações psíquicas que se produzem no sono, o desprendimento, a exteriorização, o êxtase em todas as fugas da alma para a vida superior. Acontece que é unicamente pela observação desses fatos que conseguiremos adquirir, desde esta vida, um conhecimento positivo da natureza do EU e de suas condições de existência no além. Apenas a experiência podia resolver a questão. Tratava-se de estudar no homem atual o que pode nos esclarecer sobre o homem futuro. Não há outra saída para o pensamento humano que a religião , a ciência e a filosofia, em sua insuficiência, encurralaram no materialismo. É esse o preço da salvação social, pois o materialismo fatalmente nos conduziria à anarquia. Foi somente após a Doutrina Espírita que o problema da sobrevivência entrou no domínio da observação científica rigorosa. O mundo invisível pôde ser estudado com a ajuda de processos e métodos idênticos aos adotados pela ciência contemporânea nos outros campos de investigação. Esses métodos foram descritos por nós em outra obra (No Invisível). E já podemos constatar que, em vez de cavar um fosso, de estabelecer uma solução de continuidade entre os dois modos de vida, terrestre e celeste, visível e invisível, como faziam as diferentes doutrinas religiosas, esses estudos nos mostraram na vida do além o prolongamento natural, a continuidade do que observamos em nós. A persistência da vida consciente, com todos os atributos que comporta, ou seja: memória, inteligência, faculdades afetivas, foi estabelecida pelas inúmeras provas de identidade pessoal recolhidas no decurso de experiências e pesquisas dirigidas por sociedades de estudos psíquicos em todos os países. Os espíritos dos mortos têm se manifestado aos milhares, não apenas com todos os traços de caráter e o conjunto das recordações que constituem sua personalidade moral, mas também com os traços físicos e os detalhes de sua forma terrestre, conservados pelo perispírito ou corpo etéreo. Este, sabemos, não é nada além do molde do corpo material. É por isso que os traços e as formas humanas reaparecem nos fenômenos de materialização. Além disso, o conhecimento das condições variadas da vida do além foi exposto pelos próprios espíritos com a ajuda dos meios de comunicação de que dispõem. Suas indicações, recolhidas e registradas em volumes inteiros, servem como base à concepção que podemos fazer atualmente das leis da vida futura. Entretanto, na falta de manifestações dos mortos, as experiências sobre o desdobramento dos vivos já nos forneceriam preciosos indícios sobre o modo de existência da alma no domínio do invisível. O coronel De Rochas demonstrou isso experimentalmente: na anestesia e no sonambulismo, a sensibilidade e as percepções não são suprimidas, mas simplesmente exteriorizadas, transferidas para fora. Já podemos deduzir logicamente disso que a morte é o estado de exteriorização total e de libertação do EU sensível e consciente. ... ( leia a íntegra no livro - capítulo 11 ).... O almirante Beaufort, quando jovem, caiu de um navio nas águas do porto de Portsmouth. Antes que fosse possível socorrê-lo, desapareceu: ia se afogar. À angústia do primeiro momento sucedera-se um sentimento de calma e, ainda que se tivesse como perdido, nem sequer se debateu. Aliás, não havia nenhum sofrimento. Pelo contrário, as sensações eram de uma natureza agradável, participando do vago bem-estar que precede o sono pelo cansaço. "Com esse enfraquecimento dos sentidos, coincidia uma extraordinária superexcitação da atividade intelectual; as idéias se sucediam com uma rapidez prodigiosa. Inicialmente, o acidente que acabava de ocorrer, o descuido que o motivara, o tumulto que deveria ter acontecido logo a seguir, a dor que iria atingir o pai de vítima, outras circunstâncias estreitamente associadas ao lar doméstico foram objeto de suas primeiras reflexões. Em seguida, lembrou-se de seu primeiro cruzeiro, viagem interrompida por um naufrágio, depois a escola, os progressos que havia feito nela, enfim, de suas ocupações e suas aventuras quando criança. Em resumo, a subida de todo o rio da vida, e como era detalhada e precisa ! É ele próprio quem diz: 'Cada incidente de minha vida atravessava sucessivamente minhas lembranças, não como um simples esboço, mas com os detalhes e os acessórios de um quadro completo! Em outras palavras, toda a minha existência desfilava perante mim em uma espécie de vista panorâmica; cada fato com sua apreciação moral ou reflexões sobre sua causa e seus efeitos. Pequenos acontecimentos sem conseqüência, há muito tempo esquecidos, apresentavam-se em minha imaginação como se tivessem ocorrido na véspera'. E tudo isso aconteceu em dois minutos." Podemos citar ainda o atestado de Perty (Perty, Myst. erscheinungen - Aparições Místicas), a respeito de Catherine Emmerich, que reviu, do mesmo modo, ao morrer, toda a sua vida passada. Constatamos assim, de tudo isso, que esse fenômeno não se limita aos casos de acidentes, parecendo acompanhar regularmente o falecimento. Tudo o que o espírito fez, quis, pensou, reflete-se nele. Semelhante a um espelho, a alma reflete todo o bem e todo o mal realizados. Essas imagens nem sempre são subjetivas; pela intensidade da vontade, podem revestir um caráter substancial. Elas vivem e se manifestam, para nossa felicidade ou nosso castigo. Tendo se tornado transparente no além, a alma julga a si mesma, assim como é julgada por todos aqueles que a contemplam. Apenas em presença do seu passado, vê reaparecer todos os seus atos e suas conseqüências, todos os seus erros, até mesmo os mais ocultos. Para o criminoso não há descanso nem esquecimento; sua consciência, como um justiceiro impiedoso, o persegue incessantemente. Em vão procura escapar às suas obsessões; seu suplício só poderá acabar se o remorso se converter em arrependimento e se ele aceitar novas provas terrestres, o único meio de reparação e de regeneração. do Livro "O Problema do Ser" - ( Léon Denis -
"Biografia"
- 1846/1927 ) |
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