|
||||||||||||||||||||||||||||||
|
|
||||||||||||||||||||||||||||||
|
01/Outubro/2007:
O PROBLEMA DO SER A morte é apenas uma mudança de estado, a destruição de uma forma frágil, que não mais fornece à vida as condições necessárias para seu funcionamento e sua evolução. Para além do túmulo, uma outra fase da existência se abre. O espírito, sob sua forma fluídica, imponderável, prepara-se para novas reencarnações e encontra em seu estado mental os frutos da última existência que findou. A vida está por todos os lugares. A natureza inteira nos mostra, em seu quadro maravilhoso, a renovação perpétua de todas as coisas. Em parte alguma existe a morte, tal qual, em geral, é considerada entre nós; em nenhuma parte existe o aniquilamento. Nenhum ser pode morrer no seu princípio de vida, na sua unidade consciente. O universo transborda de vida física e psíquica. Por toda parte está o imenso formigar dos seres, a elaboração de almas que só escapam das lentas e obscuras preparações da matéria a fim de prosseguirem, nas etapas da luz, na sua magnífica ascensão. A vida do homem é como o sol das regiões polares durante o verão: desce devagar, baixa, vai enfraquecendo, parece desaparecer num instante no horizonte. Aparentemente, é o fim; mas logo se eleva para descrever de novo sua imensa órbita no céu. A morte é apenas um eclipse momentâneo nessa grande revolução de nossas existências. Mas esse instante é o suficiente para nos revelar o sentido grave e profundo da vida. A própria morte pode ter sua nobreza, sua grandeza. Não devemos temê-la, e sim nos esforçar para embelezá-la, preparando-nos para ela continuamente pela pesquisa e pela conquista da beleza moral, a beleza do espírito, que molda o corpo e o orna com um reflexo sublime na hora das separações supremas. A maneira pela qual cada um sabe morrer já é, por si só, uma indicação do que será para cada um de nós, a vida espiritual. Há como uma luz fria e pura à cabeceira de certos leitos de morte. Rostos, até aí insignificantes, parecem emoldurar-se por claridades do além. Um silêncio imponente se faz em volta daqueles que deixaram a Terra. Os vivos, testemunhas da morte, sentem grandes e sérios pensamentos desprenderem-se do fundo banal de suas impressões habituais, dando um pouco de beleza à sua vida interior. O ódio e as más paixões não resistem a esse espetáculo. Diante do corpo de um inimigo, toda animosidade é abrandada, todo desejo de vingança desaparece. À frente de um caixão, o perdão parece mais fácil, o dever, mais imperioso. Toda morte é um parto, um renascimento. É a manifestação de uma vida até então oculta em nós, vida invisível da Terra que vai reunir-se com a vida invisível do espaço. Após um tempo de perturbação, voltamos a nos encontrar, do outro lado do túmulo, junto dos seres que amados que compartilham as horas tristes ou alegres de nossa existência terrestre. O túmulo guarda apenas o pó. Elevemos mais alto nossos pensamentos e nossas recordações, se quisermos encontrar de novo o rastro das almas que nos foram queridas. Não pergunteis às pedras do sepulcro o segredo da vida. Ficai sabendo que os ossos e as cinzas que lá permanecem não são nada. As almas que os animaram deixaram esses lugares e revivem sob formas mais sutis, mais apuradas. Do seio do invisível, onde vossas preces as atingem e as comovem, elas vos seguem com o olhar, vos respondem e vos sorriem. A revelação espírita ensinará a vos comunicar com elas, a unir vossos sentimentos num mesmo amor, numa esperança inexprimível. Muitas vezes, os seres por quem chorais e que ides procurar no cemitério estão ao vosso lado. Eles voltam e vêm cuidar de vós, aqueles que foram o amparo de vossa juventude, que vos embalaram nos braços, os amigos, companheiros de vossas alegrias e de vossas dores, assim como todas as formas, todos os meigos fantasmas dos seres que encontrastes no vosso caminho, que participaram de vossa existência e levaram com eles alguma coisa de vós mesmos, de vossa alma e de vosso coração. Ao redor de vós flutua a multidão de homens desaparecidos na morte, multidão agitada que revive, que vos chama e vos mostra o caminho a ser percorrido. ... (leia a íntegra no livro - capítulo 10 ).... Em resumo, o melhor meio de garantirmos uma morte suave e tranqüila é viver dignamente, com simplicidade e sobriedade, com uma vida sem vícios nem fraquezas, desligando-nos antecipadamente de tudo o que nos prende à matéria, idealizando nossa existência, povoando-a com pensamentos elevados e com ações nobres. O mesmo acontece com as condições boas ou ruins da vida de além-túmulo. Elas também dependem unicamente da maneira pela qual desenvolvemos nossas tendências, nossos apetites, nossos desejos. É no presente que é preciso se preparar, agir, se reformar, e não no momento em que se aproxima o fim terrestre. Seria tolice acreditar que nossa situação futura depende de certas formalidades mais ou menos bem cumpridas na hora da partida. É a nossa vida inteira que responde pela vida futura. Tanto uma quanto a outra estão ligadas estreitamente; elas formam uma série de causas e efeitos que a morte não interrompe. Não é menos importante pôr fim às fantasias que preocupam certos cérebros, a respeito de lugares reservados às almas após a morte, aonde seres hediondos devem conduzi-las para as atormentar. Aquele que cuidou do nosso nascimento colocando-nos, ao virmos ao mundo, em braços amantes, estendidos para nos receberem, também nos reserva afeições em nossa chegada no além. Expulsemos para longe de nós os terrores vãos, as visões infernais, as beatitudes ilusórias. O futuro, assim como o presente, é a atividade, o trabalho. É a conquista de novos postos. Tenhamos a confiança na bondade de Deus, em seu amor por suas criaturas, e avancemos com o coração firme para o alvo que para todos ELE marcou. Não temos outro juiz ou algoz no além-túmulo a não ser a nossa própria consciência. Livres dos obstáculos terrestres, ela adquire um grau de importância difícil de ser compreendido por nós. Muitas vezes adormecida durante a vida, ela acorda com a morte e sua voz se eleva; evoca as lembranças do passado; livres de qualquer ilusão, aparecem-lhe sob sua verdadeira luz, e nossas menores faltas tornam-se causa de lamentações. Como disse F. Myers: "Não há necessidade de purificação pelo fogo; o conhecimento de si mesmo é a única punição e a única recompensa do homem". A harmonia está em toda parte, tanto na marcha solene dos mundos quanto na dos destinos. Cada um é classificado de acordo com suas aptidões na ordem universal. Aos grandes espíritos cabem as altas tarefas, as criações do gênio; às almas fracas, as obras medíocres, as missões inferiores. Em todas as atividades de nossas vidas tendemos para o lugar que nos convém e nos pertence legitimamente. Façamo-nos almas poderosas,
ricas de ciência e de virtude, aptas para as obras grandiosas,
e elas criarão por si mesmas um lugar nobre na ordem eterna.
Pela alta cultura moral, pela conquista da energia, da dignidade, da
bondade, esforcemo-nos para atingir o nível dos grandes espíritos
que trabalham pela causa da humanidade, e mais tarde iremos saborear
com eles as alegrias reservadas ao verdadeiro mérito. Então,
a morte, em vez de ser um espantalho, irá se tornar, para nós,
um benefício, e poderemos repetir as palavras célebres
de Sócrates: "Ah ! Se é assim, deixai que eu morra
muitas vezes !". do Livro "O Problema do Ser" - ( Léon Denis -
"Biografia"
- 1846/1927 ) |
||||||||||||||||||||||||||||||
|
|
||||||||||||||||||||||||||||||
|
Pensamento do Dia - Esta página
mantém Pensamentos, Filosofia, Negócios e Mensagens de Otimismo.
This page keeps information concerning Philosophy, Thinks and Sublime
Optimism Messages. |
||||||||||||||||||||||||||||||