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01/Setembro/2007:
O PROBLEMA DO SER A alma, como dissemos, vem de Deus, é em nós o princípio da inteligência e da vida. Essência misteriosa, escapa à análise, como tudo que se origina do Absoluto. Criada pelo amor, criada para amar, tão diminuta que pode ser aprisionada em uma forma limitada e frágil, tão grande que, com um impulso de seu pensamento, abrange o infinito, a alma é uma parcela da essência divina projetada no mundo material. Desde a hora em que caiu na matéria, qual caminho seguiu para voltar até o ponto atual de sua carreira ? Precisou passar por vias escuras, revestir formas, animar organismos que deixava ao sair de cada existência, como se faz com uma roupa que não serve mais. Todos esses corpos de carne morreram. O sopro do destino dispersou-lhe as cinzas, mas a alma persiste e permanece em sua eternidade, ela persegue sua marcha evolutiva, percorre as inúmeras estacões de sua viagem e vai rumo a um objetivo grande e desejável, um objetivo divino que é a perfeição. A alma contém, no estado virtual, o princípio de todos os seus desenvolvimentos futuros. Está destinada a tudo conhecer, a tudo conquistar e a tudo possuir. E como ela poderia conseguir tudo isso numa única existência ? A vida é curta, e a perfeição está longe ! Poderia a alma, em uma vida única, desenvolver seu entendimento, esclarecer sua razão, fortificar sua consciência, assimilar todos os elementos da sabedoria, da santidade, do gênio ? Não ! Para realizar esses objetivos, é preciso percorrer, no tempo e no espaço, um campo sem limites. É passando por inúmeras transformações, após milhares de séculos, que o mineral grosseiro se transforma em um diamante puro, brilhando mil cintilações. O mesmo acontece com a alma humana. O objetivo da evolução, a razão de ser da vida, não é a felicidade terrestre - como muitos acreditam erroneamente -, mas o aperfeiçoamento de cada um de nós, e esse aperfeiçoamento devemos realizá-lo por meio do trabalho, do esforço, de todas as alternativas da alegria e da dor, até que estejamos inteiramente desenvolvidos e elevados ao estado celeste. Se há na Terra menos alegria do que sofrimento, é que este é o instrumento, por excelência, da educação e do progresso, um estimulante para o ser, que sem ele permaneceria retardado nos caminhos da sensualidade. A dor física e moral forma nossa experiência. A sabedoria é o prêmio. Pouco a pouco a alma se eleva e, à medida que vai evoluindo, nela fica acumulada uma soma sempre crescente de sabedoria e de virtude; ela se sente mais estreitamente ligada aos seus semelhantes; comunica-se mais intimamente com seu meio social e planetário. Elevando-se cada vez mais, logo se liga, por traços poderosos, às sociedades do espaço, e depois ao Ser Universal. Assim, a vida do ser consciente é uma vida de solidariedade e de liberdade. Livre dentro dos limites que as leis eternas determinam, ele se torna o arquiteto de seu destino. Seu adiantamento é sua obra. Nenhuma fatalidade o oprime, a não ser a de seus próprios atos, cujas conseqüências nele recaem. Mas só pode desenvolver-se e crescer na vida coletiva com a cooperação de cada um e em proveito de todos. Quanto mais sobe, mais se sente viver e sofrer em todos e por todos. Em sua necessidade de elevação própria, atrai para si, para fazê-los chegar ao estado espiritual, todos os seres humanos que povoam os mundos onde viveram. Quer fazer por eles o que por ele fizeram os seus irmãos mais velhos, os grandes espíritos que o guiaram na sua marcha. A lei de justiça requer, por sua vez, que todas as almas sejam emancipadas, libertadas da vida inferior. Cada ser que chega à plena consciência deve trabalhar para preparar aos seus irmãos uma vida suportável, um estado social que apenas comporta a soma de males inevitáveis. Esses males, necessários para o funcionamento da lei de educação geral, nunca deixarão de existir em nosso mundo. Eles representam uma das condições da vida terrestre. A matéria é o obstáculo útil; ela provoca o esforço e desenvolve a vontade, contribui para a elevação dos seres, impondo-lhes necessidades que os obrigam a trabalhar. E como poderíamos conhecer a alegria sem a dor ? Como poderíamos apreciar a luz sem a sombra ? Como poderíamos saborear o bem adquirido, a satisfação alcançada, sem a privação ? Eis por que as dificuldades são encontradas de todas as formas em nós e ao nosso redor. ... (leia a íntegra no livro - capítulo 9 ).... A alma conseguirá chegar ao fim de sua viagem ? Ao avançar no caminho traçado, ela sempre vê se abrirem novos campos de estudos e de descobertas. Semelhantes à corrente de um rio, as ondas da ciência suprema descem para ela em uma torrente cada vez mais poderosa. Ela chega a penetrar a santa harmonia das coisas, a compreender que nenhuma discordância, nenhuma contradição existe no universo, que por todos os lugares reinam a ordem, a sabedoria, a providência. E sua confiança e seu entusiasmo aumentam cada vez mais; com amor ainda maior pelo poder supremo, ela saboreia, de uma maneira mais intensa, as felicidades da vida bem-aventurada. Daí em diante está estritamente associada à obra divina, está preparada para cumprir as missões que cabem às almas superiores, à hierarquia de espíritos que, por diversos títulos, governam e animam o cosmo, pois essas almas são os agentes de Deus na obra eterna da criação; são os livros maravilhosos em que Ele escreveu os mais belos mistérios; são como as correntes que vão levar às terras do espaço as forças e as radiações da alma infinita. Deus conhece todas as almas que
formou com seu pensamento e seu amor. Ele sabe qual a finalidade que
irá tirar mais tarde para a realização de seu objetivo.
A princípio, deixa-as percorrer lentamente o caminho sinuoso,
subir os sombrios desfiladeiros das vidas terrestres, acumular pouco
a pouco em si os tesouros da paciência, da virtude, do saber,
que são adquiridos na escola do sofrimento. Mais tarde, um dia,
engrandecidas pelas chuvas e pelas rajadas da adversidade, amadurecidas
pelos raios do sol divino, saem da sombra dos tempos, da obscuridade
das vidas inumeráveis, e eis que suas faculdades se desenvolvem
em feixes deslumbrantes; sua inteligência se revela em obras que
são como um reflexo do gênio divino. do Livro "O Problema do Ser" - ( Léon Denis -
"Biografia"
- 1846/1927 ) |
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