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JULHO de 2006 |
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03/Julho/2006: RAINHA DO CÉU
Excelsa
e sereníssima Senhora, Amparai o que anseia, luta e chora, Oh! Anjo Tutelar da Humanidade. Vossa amor, que enche os céus
ilimitados, Antero de Quental: nascido na ilha de São Miguel, nos Açores, em 1842, e desencarnado por suicídio, em 1891. É vulto eminente e destacada nas letras portuguesas, caracterizando-se pelo seu espírito filosófico. ( Antero de Quental / Chico Xavier - 'Biografia' - 1842/1891 ) 04/Julho/2006: A MÚSICA BARATA
Paloma,
Violetera, Feuilles Mortes. Valsas e canções
engavetadas Não quero Handel para meu
amigo ( Carlos Drummond de Andrade - 'Biografia' - 1902/1987 ) 05/Julho/2006: DEBAIXO DO TAMARINDO
No tempo de meu Pai, sob
estes galhos, Hoje, esta árvore, de amplos
agasalhos, Quando pararem todos os relógios
Voltando à pátria
da homogeneidade, ( Augusto dos Anjos - 'Biografia' - 1884/1914 ) 06/Julho/2006: AQUARELA
Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo, Se um pinguinho de tinta cai num
pedacinho azul do papel, Entre as nuvens vem surgindo um
lindo avião rosa e grená. Numa folha qualquer eu desenho
um navio de partida, Um menino caminha e caminhando
chega no muro Nessa estrada não nos cabe
conhecer ou ver o que virá. Numa folha qualquer eu desenho
um sol amarelo (que descolorirá). Toquinho - Vinicius de Moraes - M. Fabrizio - G. Morra ( Toquinho - 'Antonio Pecci Filho' - 1946/**** ) 07/Julho/2006: CARNAL E MÍSTICO
Pelas regiões tenuíssimas
da bruma N'uma evaporação
de branca espuma E então, na treva, em místicas
dormências Ó Formas vagas, nebulosidades!
( Cruz e Sousa - 'Biografia' - 1862/1898 ) 10/Julho/2006: NA FONTE I Era hoje ao meio-dia. II Eu cobri-me da mantilha, Ali, na sombra, a cascata III Era tão densa a espessura! IV Junto às águas
cristalinas V Quem foi que passou ligeiro, VI Chamei-me então de
criança; VII Quando o sol queima as estradas, VIII Rugitavam os palmares... ( Castro Alves - 'Biografia' - 1847/1871 ) 11/Julho/2006: O REMORSO Quando fugi da dor, fugindo
ao mundo, Era de ouvir-lhe o grito gemebundo, 'Que fazes ao meu lado, corvo
horrendo, Ele riu-se e clamou para meus
ais: Antero de Quental: nascido na ilha de São Miguel, nos Açores, em 1842, e desencarnado por suicídio, em 1891. É vulto eminente e destacada nas letras portuguesas, caracterizando-se pelo seu espírito filosófico. ( Antero de Quental / Chico Xavier - 'Biografia' - 1842/1891 ) 12/Julho/2006: PLENOS PODERES A PURO sol escrevo, em plena
rua, O trigo negro da noite cresce Eu não me canso de ir e
de voltar; Às vezes me pergunto de
onde, as linhas de um oceano aceso Não existe explicação
para o que acontece Assim pois de não ser estou
composto tradução: Eng. Celio Franco ( Pablo Neruda - 'Biografia' - 1904/1973 ) 13/Julho/2006: O ENTERRADO VIVO É sempre no passado
aquele orgasmo, É sempre no meu peito aquela
garra. É sempre no meu trato o
amplo distrato. É sempre nos meus pulos
o limite. Sempre no meu amor a noite rompe. ( Carlos Drummond de Andrade - 'Biografia' - 1902/1987 ) 14/Julho/2006: ADIAMENTO Depois de amanhã,
sim, só depois de amanhã... Não, não queiram
saber mais nada, é segredo, não digo. ( Álvaro de Campos / Fernando Pessoa - 'Biografia' - 1888/1935 ) 17/Julho/2006: DROGA A maior droga ( Cris Passinato - 'Biografia' - 1973/**** ) 18/Julho/2006: VERSOS DE ORGULHO O mundo quer-me mal porque
ninguém Porque o meu Reino fica para além
... O mundo ? O que é o mundo,
ó meu Amor ? Meus êxtases, meus sonhos,
meus cansaços ... ( Florbela Espanca - 'Biografia' - 1894/1930 ) 19/Julho/2006: DEPOIS DA MORTE I Apenas a dor no mundo inteiro
eu via, Se vislumbrava o riso da alegria Ao meu olhar de triste e de descrente, O gozo era a mentira dum momento, II Misantropo da ciência enganadora, Não O via e, no entanto,
em toda hora, Mas a insídia do orgulho
e da descrença Pela voz da vaidade, então,
eu cria III Depois de extravagâncias
de teoria, Morri, reconhecendo, todavia, E por estas regiões onde
eu julgava Vim, gemendo, encontrar as luzes
puras ( Antero de Quental / Chico Xavier - 'Biografia' - 1842/1891 ) 20/Julho/2006: O TEMPO QUE FOGE ! Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço. Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte. Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não vou mais a workshops onde se ensina como converter milhões usando uma fórmula de poucos pontos. Não quero que me convidem para eventos de um fim-de-semana com a proposta de abalar o milênio. Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos parlamentares e regimentos internos. Não gosto de assembléias ordinárias em que as organizações procuram se proteger e perpetuar através de infindáveis detalhes organizacionais. Já não tenho tempo
para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica,
são imaturos. Não quero ver os ponteiros do relógio
avançando em reuniões de confrontação,
onde tiramos fatos a limpo. Detesto fazer acareação
de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário
do coral. Lembrei-me agora de Mário
de Andrade que afirmou: As pessoas não debatem conteúdos,
apenas os rótulos. Meu tempo tornou-se escasso para debater
rótulos. Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita para a última hora; não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja andar humildemente com Deus. Caminhar perto delas nunca será
perda de tempo. Pr. Ricardo Gondim: nascido em 14 de Janeiro de 1954, é pastor da Assembléia de Deus Betesda, em São Paulo, presidente do Instituto Cristão de Estudos Contemporâneos, conferencista, pesquisador e escritor. ( Pastor Ricardo Gondim - 'Biografia' - 1954/**** ) 21/Julho/2006: NOIVA Noiva, acaso és,
a real afogada? ( Augusto Frederico Schmidt - 'Biografia' - 1906/1965 ) 24/Julho/2006: SONETO IX Nessa tua janela, solitário, E, lá na rua, o povo tumultuário, Mas, cedo ou tarde, encontrarás,
um dia, E eu chorarei. Teu pobre confidente ( Guilherme de Almeida - 'Biografia' - 1890/1969 ) 25/Julho/2006: A RUA DOS CATAVENTOS
Escrevo diante da janela
aberta. Não sei que paisagista
doidivanas Jogos da luz dançando na
folhagem! Vago, solúvel no ar, fico
sonhando... ( Mario Quintana - 'Biografia' - 1906/1994 ) 26/Julho/2006: MEUS OITO ANOS No tempo de pequenino Quando eu era pequenino Quando eu era pequenino Rolinha caiu no laço... Ah! se eu pudesse, algum dia, Mas... de noite vinha a cuca Na minha imaginação Pica-pau batendo o bico Currumiau miando de noite... ( Cassiano Ricardo - 'Biografia' - 1895/1974 ) 27/Julho/2006: A RUA DOS CATAVENTOS
Dorme, ruazinha... E tudo
escuro... Dorme... Não há
ladrões, eu te asseguro... O vento está dormindo na
calçada, Só os meus passos... Mas
tão leves são ( Mario Quintana - 'Biografia' - 1906/1994 ) 28/Julho/2006: VEM Vem! Enlaça-me em
teus braços! Vem! Aperta a minha mão! Alma gêmea de minh'alma,
redimida no Caminho... Vem! Vamos oferecer uma prece
comovida ( João Cabete - 'Biografia' - 1919/1987 ) 31/Julho/2006: CRIANÇAS REPRIMIDAS André ganhou a bicicleta, chamou Daniel, os dois correram para o elevador, desceram para o playground. Voltaram cinco minutos depois, murchos, desiludidos. O que aconteceu? O homem não disse. Só falou que era proibido. Telefonei ao síndico. Ele confirmou. Disse que havia muita bicicleta no prédio, que estavam ocorrendo acidentes, atropelaram uma velha e rasgaram a calça de um faxineiro. Por que então não
fazem horários para os grandes? E outro para os pequenos? Passaram-se semanas, nada foi feito. O prédio onde Daniel e André moram é rodeado de grades. E de placas indicativas. E cheio de proibições. Uma delas é curiosa: crianças e babás não podem ficar na parte da frente, onde existe um pequeno jardim. São obrigados a se amontoar atrás, onde há o playground mínimo, com sua quadra e brinquedos. Dizem que é para evitar chacrinhas, as babás ficavam namorando operários de construções vizinhas, a frente do prédio era uma zorra só. André está andando com sua bicicleta dentro de casa. Corre para lá e para cá pelos corredores do apartamento. Limitado, sufocado, triste. Não dá para integralmente desfrutar seu brinquedo. Perto, não existe praça, uma área maior de lazer, um espaço descontraído para correr. Os apartamentos não foram feitos para crianças. Os prédios, muito menos. Os edifícios têm conselhos que administram. Surgem as leis, sempre repressivas. Mais fácil proibir criança do que tentar encontrar soluções para os problemas que surgem. Dia desses, na televisão, ouvi Fanny Abramovich mostrando como as crianças estão marginalizadas dentro destas estruturas. Qual a criança que consegue apertar os botões dos elevadores? Os painéis são altos. Talvez até mesmo para se evitar que as crianças fiquem apertando, não é? O orgulho do Daniel e do André quando entram comigo no elevador é justamente mostrar que cresceram. Apertavam o 1, o 3, o 5. Depois veio o 7, o 9, o 11. O 13 continua mais alto, o Daniel, que é o maior, ainda não alcança. Viram que estimulante? Com os painéis altos, as crianças querem crescer, ficar fortes ... Tomam algum produto. A criança tem sido usada e utilizada. Qual o comercial de televisão que não emprega uma criança, a fim de comover pais e mães? Dentro desta sociedade, as crianças estão adquirindo valor de troca, valor comercial. Equivalem a um produto colocado em mercado e disputado. No entanto, quem se lembra quando é chegado o momento de vê-Ias como gente, seres humanos que precisam de carinho, de brinquedos, de estímulos, de espaços? Existe um parque grande e bonito em São Paulo: o Ibirapuera. Nos fins de semana, ele é aberto ao público, para que a gente vá passear com os filhos. No entanto, ele também é aberto aos motoristas. E que pai não fica assustado vendo os carros cruzarem velozes pelas alamedas asfaltadas, indiferentes aos avisos de Pare, Cuidado, Devagar, Crianças e etc.? Sem veículos, que tranqüilidade seria o Ibirapuera. Bom para passear, curtir, os pais sem a mínima tensão, vendo que os filhos podem atravessar as alamedas sem perigo. E não custa nada. Os carros deviam ser deixados na porta do parque. Deste modo, obrigariam os motoristas a um pouco de exercício, porque andar a pé faz bem. Assim, aquele coração ameaçado continuamente pelo stress provocado pelas tensões no trânsito, encontraria uma compensação nas caminhadas pelo meio do verde. Olha só, dois coelhos numa só paulada. Tranqüilidade para as crianças, repouso para o coração. ( Ignácio de Loyola Brandão - 'Biografia' - 1936/**** ) |
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