11/Janeiro/2005:
UMA MENSAGEM DE ANO
NOVO - ONU
Se 2003 foi um ano
marcado por uma profunda divisão e 2004 foi um tempo de
séria reflexão, 2005 deve ser um ano de ação
ousada. É possível alcançar progressos fundamentais
e históricos.
Há muito a fazer, não subestimo as dificuldades, mas temos
de conseguir. Juntos, podemos e devemos construir um mundo mais seguro,
mais próspero e mais justo !!!
( Kofi Annan - 'Secretário-Geral
da ONU' - 1938/*** )
13/Janeiro/2005:
O PAVÃO
Eu considerei a glória
de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um
luxo imperial. Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores
todas não existem na pena do pavão. Não há
pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d'água
em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O pavão é
um arco-íris de plumas.
Eu considerei que este é
o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo
de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande
mistério é a simplicidade.
Considerei, por fim, que assim
é o amor, oh! minha amada; de tudo que ele suscita e esplende
e estremece e delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz
de teu olhar. Ele me cobre de glórias e me faz magnífico.
( Rubem Braga - 'Biografia'
- 1913/1990 )
14/Janeiro/2005:
DIFÍCIL É
VIVER
É difícil
o dia-a-dia viver,
Com tantos contratempos a enfrentar.
Melhor, quem sabe, até mesmo morrer,
Do que nesta vida ficar.
Ontem estavas tão bem comigo,
Com tantos carinhos a me fazer.
Hoje, não sei o que há contigo,
Parece que queres me ver sofrer.
Alegrei-te de todas as possíveis
maneiras,
Para sempre te ver a sorrir.
Fiz, até, algumas e muitas besteiras,
Para nunca mais saíres daqui...
Hoje, no entanto, vieste a me
dizer,
Que comigo não querias mais ficar.
Atônita, fiquei sem saber o que fazer,
Mas, decidi não mais me preocupar.
Se queres ir embora, vai com Deus,
Pois de ti, nada mais eu quero.
Digo-te de logo um grande adeus,
E saia depressa da minha vida, eu te peço.
( Daisy Duarte - 'Sonhos
e Saudades' - 1955/**** )
17/Janeiro/2005:
LUZ NO CORAÇÃO
As sombras que recaem sobre
a humanidade, no campo moral, nada mais são que a ausência
do Evangelho nos corações das criaturas.
Daí a necessidade de uma vivência maior dentro dos padrões
traçados por Jesus, por parte daqueles que já se encontraram
com o Mestre.
A esses, cabe a tarefa de iluminação do planeta.
Conforme o próprio Mestre
asseverou, eles terão de ser o 'sal da Terra', conservando a
elevação do pensamento e dando o sabor da fraternidade
à vida de relação.
Se a tarefa parece difícil, é oportuno recordar que, sem
o espírito de renúncia, desprendimento e disciplina, as
dores da humanidade se agravariam ainda mais.
As sombras, contudo, hão
de ser passageiras, porque o sol do amor de Deus não deixará
que a ignorância imponha, por muito tempo, seus efeitos nefastos
aos homens de boa vontade e amantes da paz.
Se a brutalidade ainda recrudesce, cabe aos seguidores do Cristo o desenvolvimento
da concórdia, por meio do próprio exemplo, na prática
dos ensinos evangélicos.
Se a dor moral ainda persiste, como efeito dos enganos e da rebeldia,
o alívio por meio do esclarecimento é o único caminho
e o principal recurso a ser mobilizado.
Se o homem se ressente de seus
atos cheios de sombras, cabe a ele mesmo reerguer-se para a luz de Deus,
a fim de construir em sua consciência a cidadela de paz que o
mundo deseja.
Somente com o desenvolvimento do amor em níveis mais elevados,
conseguirá o homem construir a sociedade livre das mazelas que
hoje assolam os povos e retardam o progresso.
Confiemos, porém, no amor do Pai, oferecendo nossos esforços,
em nosso campo de atuação, para que a luz que todos desejamos
venha a nascer dos nossos próprios corações.
( Scheilla / Clayton B. Levy
- 'A
Mensagem do Dia' )
18/Janeiro/2005:
MAIS ADIANTE
A sabedoria divina estabeleceu
leis que impulsionam a vida naturalmente para a harmonia.
Hoje, talvez haja sombra. Amanhã, porém, a luz voltará.
Agora, é possível que a tempestade ocorra. Depois, porém,
a bonança retornará.
Por ora, é provável
que a dor te visite; mais além, todavia, a paz te sustentará.
Neste momento, é possível que a enfermidade te faça
companhia. Logo mais, porém, o equilíbrio retornará.
Lembra-te de que és um
espírito imortal, e que a saúde é o teu estado
natural.
Tudo mais que se te apresente com ameaças perturbadoras terá
caráter transitório, porque é da lei de Deus que
todas as criaturas libertem-se do ego e cresçam para a consciência
cósmica, plenas de paz.
( Scheilla / Clayton B. Levy
- 'A
Mensagem do Dia' )
19/Janeiro/2005:
NINGUÉM ME HABITA
Ninguém me habita.
A não ser
o milagre da matéria
que me faz capaz de amor,
e o mistério da memória
que urde o tempo em meus neurônios,
para que eu, vivendo agora,
possa me rever no outrora.
Ninguém me habita. Sozinho
resvalo pelos declives
onde me esperam, me chamam
(meu ser me diz se as atendo)
feiúras que me fascinam,
belezas que me endoidecem.
( Thiago de Mello - 'Biografia'
- 1926/*** )
20/Janeiro/2005:
BUSCA DE BELEZA
Ando querendo aprender,
ando procurando saber
o que é mais bonito na vida.
E nessa busca tão longa,
descobri alguma coisa:
o sorriso das crianças,
o canto dos passarinhos,
o vento em forma de brisa,
movimentos de nuvens,
claridade o céu após a chuva,
murmúrio de águas que passam,
música ao longe,
saudade dos quinze anos,
beijos da mulher amada.
Descobri mais ainda:
A sinfonia de um amanhecer,
a tristeza da boquinha da noite,
o dia de Natal,
o primeiro velocípede,
a primeira bicicleta,
a primeira árvore que a gente planta,
a viagem de férias para bem longe,
a tradução sem dicionário,
o quadro na exposição.
Doce é ver enchente, sentir
neblina,
comer pêssego maduro,
e... sonhar acordado.
( Wanderlino Arruda - 'Biografia'
- 1934/**** )
21/Janeiro/2005:
CÂNTICO DO ARGEMIRO
Quem sabe do que vivemos?
Sabemos nós, que vivemos.
Quem sabe do sofrimento?
Sabemos nós, que sofremos.
Conheces os lobisomens?
Conhecemos mais que tu.
Falas como te falamos nós?
Achas que falas, maninho.
Tiveste fome em pequeno?
Tivemos nós, ó maninha.
Sabes tu como é meu nome?
Já tiveste em tua vida
Inteira desesperança,
Já sentiste que tua pança
É coisa mais que imoral?
Nunca soubeste ou sentiste,
Sempre pensaste e falaste
E para ti em minha caixa
Trago guardados, maninho,
Remédios feitos de ódio.
Sabes tu como é o meu nome?
Nunca soubeste, irmãozinho.
O meu nome é Meia-Lua
E te quero mal, maninho.
Porque, por ser estrangeiro,
Teu falar não é bem-vindo.
Antes morra eu na terra
Que tu viveres no céu.
Queremos tua mulher
Olhar como as nossas olhas.
Queremos interromper
Teu descanso imerecido.
Se antes tua visita
Era a visita da morte,
Tua jornada hoje é
Tua jornada ao inferno.
Não comas minha comida,
Não arranques minhas plantas,
Não me pegues, não me toques,
Espera que te perdoe
Por seres meu inimigo
E somente te perdôo
Por seres meu inimigo.
Por seres meu inimigo,
Despacho tua alma ao céu.
Por seres meu inimigo,
Quero que tu sejas santo.
Assim, quando tu chegares,
Te beijo e te tiro as tripas,
Te abraço e te assassino.
Mostro como te perdôo,
Te enfiando esta faca.
Mostro que te quero bem
Te humilhando também.
Verás que tenho paixão,
Ao furar teu coração.
Ganharás esta batalha
E tantas outras tu querias,
Tantas quanto teu dinheiro
Possa comprar no mercado.
Mas lembra que o Conselheiro
Não morreu ontem nem hoje,
Nem morreu sua consciência.
Inimigo muito feio,
Feio, feio inimigo,
Por que és tão feio assim?
( João Ubaldo Ribeiro
- 'Biografia'
- 1941/**** )
26/Janeiro/2005:
A CURA HOLÍSTICA
Curemo-nos e curemo-nos
holisticamente:
consagra-te à própria cura, mas não se esqueça
a pregação do reino divino aos teus órgãos.
Eles são vivos e educáveis.
Sem que teu pensamento se purifique
e sem que a tua vontade
comande o barco do organismo para o bem,
a intervenção dos remédios humanos não passará
de medida em trânsito para a inutilidade.
( Chico Xavier / Emmanuel -
'Biografia'
- 1910/2002 )