" MENSAGEM DO DIA "
MENSAGENS e POESIAS

FEVEREIRO de 2004


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02/Fevereiro/2004:

 

"OS FILHOS NÃO PODEM ESPERAR"
(
Children Won't Wait )

"Há um tempo de se esperar pela chegada do bebê, tempo de consultar o médico.
Há um tempo de planejar dietas e exercícios, tempo de preparar o enxoval.
Há um tempo de se maravilhar com os caminhos de Deus, na certeza de que este é o destino para o qual fomos forjadas.
Há um tempo de sonhar com o que essa criança poderá ser.
Um tempo de orar a Deus, pedindo sabedoria para educar esta criança que carregamos.
Um tempo de preparar-nos para que possamos nutrir também a sua alma.
Mas eis que logo chega o tempo de nascer.
Pois os filhos não podem esperar!

Há um tempo para alimentá-los à noite, tempo de cólicas e remédios.
Há um tempo para balançar e um tempo para andar pelo assoalho,
Há um tempo para a paciência e para o auto-sacrifício,
Tempo de mostrar-lhes que o seu novo mundo é um mundo de amor, de bondade e de confiança.
Há um tempo de ponderar sobre o que eles são... não brinquedos, mas pessoas, indivíduos... almas criadas à imagem de Deus.
Há um tempo para considerar a nossa participação. Não podemos possuí-los.
Eles não são nossos. Nós fomos escolhidas para importarmo-nos com eles, amá-los, apreciá-los, nutri-los e dar contas a Deus por tudo isso.
Nós devemos fazer o melhor para eles,
Porque os filhos não podem esperar!

Há um tempo de abraçá-los bem forte e contar-lhes as mais belas histórias que conhecemos.
Um tempo de mostrar-lhes Deus, na terra, no céu e na flor; para ensinar-lhes a admiração e o respeito.
Há um tempo de deixar os pratos na pia, para balançá-los no parque,
Apostar uma corrida, fazer desenhos, apanhar uma borboleta e dar a eles uma amizade alegre.
Há um tempo de apontar-lhes o caminho a seguir, de ensinar seus lábios infantis a orar,
De ensinar-lhes a amar as palavras e o dia de Deus.
Porque os filhos não podem esperar!

Há um tempo para cantar, em vez de resmungar, de sorrir em vez de franzir a testa.
De enxugar as lágrimas com um beijo e sorrir dos pratos quebrados.
Há um tempo para compartilhar com eles as nossas melhores atitudes... o amor pela vida, o amor à Deus e o amor pela família.
Há um tempo para responder às suas perguntas, todas as suas perguntas.
Porque poder vir um tempo em que eles não queiram mais as nossas respostas.
Há um tempo para ensiná-los, pacientemente, a obedecer, tirando mesmo os seus brinquedos.
Há um tempo para ensiná-los sobre a beleza do dever, de habituá-los ao estudo da Bíblia,
À alegria do respeito ao lar e à paz da oração.
Porque os filhos não podem esperar!

Há um tempo de vê-los sair bravamente, rumo à escola, de sentirmos sua falta em nosso caminho.
De sabermos que outras mentes têm a sua atenção, mas que estaremos prontas para recebê-los, quando voltarem ao lar,
E ouvir, ansiosamente, a história do seu dia.
Há um tempo de lhes ensinar independência, responsabilidade e autoconfiança.
De sermos firmes, mas amigas, de disciplinarmos com amor.
Pois cedo, muito cedo, haverá um tempo de deixá-los partir, desligados dos nossos aventais,
Porque os filhos não podem esperar!

Há um tempo de guardarmos como tesouro, cada efêmero minuto da sua infância.
Somente dezoito preciosos anos para inspirá-los e treiná-los.
Nós não trocaríamos esse precioso patrimônio por quinquilharias como posição social, reputação profissional ou nos negócios, ou por qualquer tipo de pagamento.
Uma hora de interesse, hoje, pode salvar anos de melancolia amanhã,
A casa pode esperar, os pratos podem esperar, o quarto novo pode esperar,
Mas os filhos não podem esperar!

Haverá um tempo em que já não se ouvirão mais portas batendo, nem haverá brinquedos na escada, ou brigas infantis, ou marcas de dedos na parede.
Então, olharemos para trás com alegria e não com remorso.
Haverá, então, o tempo de nos concentramos em serviços fora de nossos lares;
Visitando os doentes, os enlutados, os desanimados, os iletrados;
Dando de nós mesmos para o 'menor destes'.

Haverá um tempo de olhar para trás e saber que estes anos de maternidade não foram desperdiçados.
Oremos para que haja um tempo de ver nossos filhos se tornarem pessoas justas e honestas, amando a Deus e servindo a todos.
Deus, dê-nos a SABEDORIA para entender que HOJE é o nosso dia com os nossos FILHOS.
Que não há um momento em suas vidas que não seja importante.
Que entendamos que nenhuma outra carreira é tão preciosa,
Que nenhum outro trabalho é tão recompensador,
Nenhuma outra tarefa tão urgente!

Que possamos não adiar nem negligenciar esta tarefa,
Mas, pelo Teu Espírito, que a aceitemos de boa vontade, com alegria e júbilo, e pela Tua graça a realizemos
Porque o TEMPO é curto e o nosso tempo é AGORA.
Porque os filhos não podem esperar!

( Helen M. Young - 1911/2002 )
( tradução e adaptação ao plural: Celio S. Franco )
click aqui, veja o original em inglês e conheça a autora

"PIETÁ"

"Minha mãe recebeu-me resignada
Dilacerada pela carne e dentro
Sem decidir ser gozo ou sofrimento
O chicote voraz que a vergastava;
Transformou-se em meu ar, meu sal, meu manto
Fez-me seu ar, seu sal, seu manto, seu
Bordado de esperar - até rasgá-la.
Ela chorou, chorei. Contou-me os dedos.

E minha mãe tinha um sabor de leite
E minha mãe tinha um calor de sopro
Na ferida - e seus braços eram vida
Guardando a vida na vergonha e fome.
E minha mãe tinha um olhar tão calmo,
Minha mãe, era como um cortinado
Sobre uma flor, para que a flor não fosse
Espinho de matar, veneno ou luxo.

E minha mãe iluminava a letra
Da folha aberta, no condão do dedo,
Universo de sons que eu trauteava,
Gota de sua fé no meu silêncio
Como a cantar cartilha e catecismo
Como se eu aprendesse a ser poeta
Na língua de não ter adeus, no seio
Que buscava em meu lábio, um alimento.

E minha mãe no branco dos cabelos
Era um lençol de paz, doce fantasma
Pousava no meu peito desamado,
Na barba por fazer, no choro irado,
Na boca de álcool, na pupila ardida,
Tão por dentro de mim que meu soluço
Desesperado, a soluçar: "Querida!" -
Esqueceria a ingrata que eu quisesse

E minha mãe de mãos ajoelhadas
No peito magro em que mordi seu sangue,
De artelhos tortos entre rosas murchas
De tanto andar por mim de asas abertas,
Minha mãe esfumada em minha lágrima
Apodrecida no porão da noite,
Minha mãe me fez órfão de repente
Para não ter ao colo o filho morto."

( Guilherme Figueiredo - Soc. Poetas Mortos - 1915/1997 )

03/Fevereiro/2004:

"in AVE PALAVRA"

"Eu estava ali, cheio de mente,
Nas margens do meu mar de morte,
morada de ninguém; apenas minha?
em meio de muito pranto.
Sei: agudos os ossos da alma
e toda beleza é distante.
Só o túmulo obedece.
todo ídolo é tentativa de deter o tempo.

(nem o ar é meu, nem
o que é meu. E o relato
que é meu, do chão
do mar.)

eu morro de terrível autenticidade!

Não! que
ou ainda não sou! Que
eu ainda não sou saudade...

Senhora, sinto-vos: o
choque angélico.
Saudade - as modulações do escuro;
as
falenas de além-fogo, e
uma nudez de espada:

a ardente neutralidade de um anjo."

( Guimarães Rosa - Soc. Poetas Mortos - 1908/1967 )

04/Fevereiro/2004:

"AMIGO QUERIDO"

"Por onde andamos nós, que raramente nos falamos?
Engolidos pela pressa, ou pela saga do compromisso...
Ó DEUS, que maratona é essa?

Deixo um recado de saudade para você pensar:
Por mais que a vida corra e o mundo se agite, por
favor, acredite, o nosso coração não muda de lugar.

O tempo e a distância costumam nos arrastar.
É como se folhas de outono se separassem pelo
sopro de algum vento.

Mas nosso coração, não muda de lugar.
Conservo a mão estendida, o peito aberto, o ombro
compreensivo, o pensamento alerta.

A qualquer hora, você pode me chamar. O meu
carinho, permanece vivo.
É que nosso coração não muda de lugar."

( Flora Figueiredo )

05/Fevereiro/2004:

"CALMA"

"Se você está no ponto de estourar
mentalmente, silencie alguns instantes
para pensar.
Se o motivo é moléstia no próprio
corpo, a intranqüilidade traz o pior.

Se a razão é enfermidade em pessoa
querida, o seu desajuste é fator agravante.
Se você sofreu prejuízos materiais, a
reclamação é bomba atrasada, lançando
caso novo.

Se perdeu alguma afeição, a queixa
tornará você uma pessoa menos simpática,
junto de outros amigos.
Se deixou alguma oportunidade valiosa
para trás, a inquietação é desperdício de
tempo.

Se contrariedades aparecem, o ato de
esbravejar afastará de você o concurso
espontâneo.
Se você praticou um erro, o desespero é
porta aberta a faltas maiores.

Se você não atingiu o que desejava, a
impaciência fará mais larga a distância entre
você e o objetivo a alcançar.
Seja qual for a dificuldade, conserve a
CALMA trabalhando porque, em todo
problema, a SERENIDADE é o teto da
alma, pedindo o serviço por solução."

( Francisco Cândido Xavier/André Luiz - 1910/2002 )

06/Fevereiro/2004:

"LIBERDADE"

"A liberdade é o meu clarim de guerra
e eu sou, no meu viver amplo e sem véus,
como os caminhos soltos pela terra,
como os pássaros livres pelos céus.

Ela é o sol dos caminhos! Ela é o ar
que os enche os pulmões, é o movimento,
traz num corpo irrequieto como o mar
uma alma errante e boêmia como o vento.

Minha crença, meu Deus, minha bandeira,
razão mesma de ser do meu destino,
há de ser a palavra derradeira
que há de aflorar-me aos lábios como um hino.

Liberdade: Alavanca de montanhas!
Aureolada de louros ou de espinhos
há de cingir-me a fronte nas campanhas,
há de ferir-me os pés pelos caminhos.

Sinto-a viva em meu sangue palpitando
seja utopia ou seja ideal, - que importa?
Quero viver por esse ideal lutando,
quero morrer se essa utopia é morta!"

( JG de Araujo Jorge - 1914/1987 - O Canto da Terra )

09/Fevereiro/2004:

"TEU CIO"

"Vamos
me arrebata
para o teu cio
e nos caprichos
de um amor
alucinado
viaja
na geografia
do meu corpo
e depois
me liberta
na prisão
dos teus braços."

( Jack Rubens - Soc. Poetas Mortos - 1918/1996 )

10/Fevereiro/2004:

"O SEU NOME"

"Ela não sabe a luz suave e pura
que derrama numa alma acostumada
a não ver nunca a luz da madrugada
vir raiando, senão com amargura!

Não sabe a avidez com que a procura
ver esta vista, de chorar cansada,
a ela ... única nuvem prateada,
única estrela desta noite escura!

E mil anos que leve a Providência
a dar-me este degredo por cumprido,
por aca a já tão longa ausência,
ainda nesse instante apetecido
será meu pensamento essa existência...
E o seu nome, o meu último gemido."

( João de Deus - Soc. Poetas Mortos - 1830/1896 )

11/Fevereiro/2004:

"SONETO"

"Nem as boninas e outras flores nem
a mais humilde relva, nem os ventos,
nada participava da quietude
absoluta, absoluta, eternamente
absoluta daquela pedra de
tumba, compacta, lisa, desprezada.

Nem ninguém se lembrava da criatura
e de seus sofrimentos e de sua
atormentada vida ali deixada.

Nem tristeza talvez nem alegria,
não mais perpassam sobre a sua face
Parada, indiferente mesmo à morte
que ela encerrou em treva, e esquecimento,
e o próprio esquecimento abandonou."

( Jorge de Lima - Soc. Poetas Mortos - 1893/1953 )

12/Fevereiro/2004:

"AQUI HOJE "

"Já somos o esquecimento que seremos.
A poeira elementar que nos ignora
e que foi o ruivo Adão e que é agora
todos os homens e que não veremos.

Já somos na tumba as duas datas
do princípio e do término, o esquife,
a obscena corrupção e a mortalha,
os ritos de morte e as elegias.

Não sou insensato que se aferra
ao mágico sonido de teu nome:
penso com esperança naquele homem
que não saberá que fui sobre a Terra.
Embaixo do indiferente azul do céu
esta meditação é um consolo."

( Jorge Luiz Borges - Soc. Poetas Mortos - 1899/1987 )
tradução: Charles Kiefeer

13/Fevereiro/2004:

"OS FILHOS NÃO PODEM ESPERAR"
(
Children Won't Wait )

"Há um tempo de se esperar pela chegada do bebê, tempo de consultar o médico.
Há um tempo de planejar dietas e exercícios, tempo de preparar o enxoval.
Há um tempo de se maravilhar com os caminhos de Deus, na certeza de que este é o destino para o qual fomos forjadas.
Há um tempo de sonhar com o que essa criança poderá ser.
Um tempo de orar a Deus, pedindo sabedoria para educar esta criança que carregamos.
Um tempo de preparar-nos para que possamos nutrir também a sua alma.
Mas eis que logo chega o tempo de nascer.
Pois os filhos não podem esperar!

Há um tempo para alimentá-los à noite, tempo de cólicas e remédios.
Há um tempo para balançar e um tempo para andar pelo assoalho,
Há um tempo para a paciência e para o auto-sacrifício,
Tempo de mostrar-lhes que o seu novo mundo é um mundo de amor, de bondade e de confiança.
Há um tempo de ponderar sobre o que eles são... não brinquedos, mas pessoas, indivíduos... almas criadas à imagem de Deus.
Há um tempo para considerar a nossa participação. Não podemos possuí-los.
Eles não são nossos. Nós fomos escolhidas para importarmo-nos com eles, amá-los, apreciá-los, nutri-los e dar contas a Deus por tudo isso.
Nós devemos fazer o melhor para eles,
Porque os filhos não podem esperar!

Há um tempo de abraçá-los bem forte e contar-lhes as mais belas histórias que conhecemos.
Um tempo de mostrar-lhes Deus, na terra, no céu e na flor; para ensinar-lhes a admiração e o respeito.
Há um tempo de deixar os pratos na pia, para balançá-los no parque,
Apostar uma corrida, fazer desenhos, apanhar uma borboleta e dar a eles uma amizade alegre.
Há um tempo de apontar-lhes o caminho a seguir, de ensinar seus lábios infantis a orar,
De ensinar-lhes a amar as palavras e o dia de Deus.
Porque os filhos não podem esperar!

Há um tempo para cantar, em vez de resmungar, de sorrir em vez de franzir a testa.
De enxugar as lágrimas com um beijo e sorrir dos pratos quebrados.
Há um tempo para compartilhar com eles as nossas melhores atitudes... o amor pela vida, o amor à Deus e o amor pela família.
Há um tempo para responder às suas perguntas, todas as suas perguntas.
Porque poder vir um tempo em que eles não queiram mais as nossas respostas.
Há um tempo para ensiná-los, pacientemente, a obedecer, tirando mesmo os seus brinquedos.
Há um tempo para ensiná-los sobre a beleza do dever, de habituá-los ao estudo da Bíblia,
À alegria do respeito ao lar e à paz da oração.
Porque os filhos não podem esperar!

Há um tempo de vê-los sair bravamente, rumo à escola, de sentirmos sua falta em nosso caminho.
De sabermos que outras mentes têm a sua atenção, mas que estaremos prontas para recebê-los, quando voltarem ao lar,
E ouvir, ansiosamente, a história do seu dia.
Há um tempo de lhes ensinar independência, responsabilidade e autoconfiança.
De sermos firmes, mas amigas, de disciplinarmos com amor.
Pois cedo, muito cedo, haverá um tempo de deixá-los partir, desligados dos nossos aventais,
Porque os filhos não podem esperar!

Há um tempo de guardarmos como tesouro, cada efêmero minuto da sua infância.
Somente dezoito preciosos anos para inspirá-los e treiná-los.
Nós não trocaríamos esse precioso patrimônio por quinquilharias como posição social, reputação profissional ou nos negócios, ou por qualquer tipo de pagamento.
Uma hora de interesse, hoje, pode salvar anos de melancolia amanhã,
A casa pode esperar, os pratos podem esperar, o quarto novo pode esperar,
Mas os filhos não podem esperar!

Haverá um tempo em que já não se ouvirão mais portas batendo, nem haverá brinquedos na escada, ou brigas infantis, ou marcas de dedos na parede.
Então, olharemos para trás com alegria e não com remorso.
Haverá, então, o tempo de nos concentramos em serviços fora de nossos lares;
Visitando os doentes, os enlutados, os desanimados, os iletrados;
Dando de nós mesmos para o 'menor destes'.

Haverá um tempo de olhar para trás e saber que estes anos de maternidade não foram desperdiçados.
Oremos para que haja um tempo de ver nossos filhos se tornarem pessoas justas e honestas, amando a Deus e servindo a todos.
Deus, dê-nos a SABEDORIA para entender que HOJE é o nosso dia com os nossos FILHOS.
Que não há um momento em suas vidas que não seja importante.
Que entendamos que nenhuma outra carreira é tão preciosa,
Que nenhum outro trabalho é tão recompensador,
Nenhuma outra tarefa tão urgente!

Que possamos não adiar nem negligenciar esta tarefa,
Mas, pelo Teu Espírito, que a aceitemos de boa vontade, com alegria e júbilo, e pela Tua graça a realizemos
Porque o TEMPO é curto e o nosso tempo é AGORA.
Porque os filhos não podem esperar!

( Helen M. Young - 1911/2002 )
( tradução e adaptação ao plural: Celio S. Franco )
click aqui, veja o original em inglês e conheça a autora

16/Fevereiro/2004:

"AO LEVANTAR-SE "

"Agradeça a DEUS a bênção da vida, pela manhã.
Se você não tem o hábito de orar,
formule pensamentos de serenidade e
otimismo, por alguns momentos,
antes de retomar as próprias atividades.

Levante-se com calma.
Se deve acordar alguém, use bondade
e gentileza, reconhecendo que gritaria ou
brincadeiras de mau gosto não auxiliam
em tempo algum.

Guarde para com tudo e para com
todos a disposição de cooperar para o bem.
Antes de sair para a execução de suas
tarefas, lembre-se de que é preciso
ABENÇOAR A VIDA
para que a
VIDA nos ABENÇOE."

( André Luiz / Chico Xavier - 1910/2002 )

17/Fevereiro/2004:

"NÉVOAS"

"Na hora em que as névoas se estendem nos ares,
Que choram nos mares as ondas azuis,
E a lua cercada de pálida chama
Nas selvas derrama seu pranto de luz;

Eu vi... Maravilha! Prodígio inefável!
Um vulto adorável, primor dos primores,
Sorrindo às estrelas, no céu resvalando,
Nas vagas boiando de tênues vapores!

Nos membros divinos, mais alvos que a neve,
Que os astros, de leve, clareiam formosos,
Nas tranças douradas, nos lábios risonhos
Os gênios e os sonhos brincavam medrosos!

Princesa das névoas! Milagre das sombras!
Das róseas alfombras, dos paços sidéreos.
Acaso rolaste, dos anjos nos braços,
Dos vastos espaços aos mantos etéreos?

Os prantos do inverno congelam-te a fronte,
Os combros do monte se cobrem de brumas,
E queda repousas num mar de neblina
Qual pérola fina num leito de espumas!

Nas nuas espáduas, dos astros algentes,
O sopro não sentes raivoso passar?
Não vês que se esvaem miragens tão belas?
A luz das estrelas não vês se apagar?

Ai! vem que nas nuvens te mata o desejo
De um férvido beijo gozares em vão!
Os astros sem alma se cansam de olhar-te,
Nem podem amar-te, celeste visão!

E as auras passavam e as névoas tremiam,
E os gênios corriam no espaço a cantar,
Mas ela dormia, gentil, peregrina
Qual pálida ondina nas águas do mar!

Estátua sublime, mas triste, sem vida,
Sem voz envolvida no hibérneo sudário,
Verás, se me ouvires, trocado por flores,
Por palmas de amores teu véu mortuário!

Ah! vem, minh'alma! Teus loiros cabelos!
Teus braços tão belos, teus seios tão lindos,
Eu quero aquecê-los no peito incendido...
Contar-te ao ouvido meus sonhos infindos!

Assim eu falava, nos amplos desertos,
Seguindo os incertos lampejos da luz,
Na hora em que as névoas se estendem nos ares
E choram nos mares as ondas azuis.

As brisas d'aurora ligeiras corriam,
As flores sorriam nas verdes campinas,
Ergueram-se as aves do vento à bafagem,
E a pálida imagem desfez-se em neblinas!"

( Fagundes Varela - 1841/1875 )

18/Fevereiro/2004:

"A CALÚNIA"

"Não deixe que a calúnia o perturbe!
Todos nós estamos sujeitos à calúnia,
mas saiba superá-la, vivendo de tal
maneira que o caluniador não tenha razão.

Não revide um ataque com outro ataque.
Não se magoe com o caluniador.
Perdoe sempre.
Apenas viva de tal maneira, que jamais
o caluniador tenha razão.
"

( Carlos Juliano Torres Pastorinho - Minutos de Sabedoria - 1910/1980 )

19/Fevereiro/2004:

" PERDIDA "

"No quadro iluminado da janela
avulta essa mulher de meigos traços,
cujo dolente olhar imerge a espaços
na sombra, negra como a vida dela.

Durante a noite o escol dos boêmios lassos
cospe-lhe afrontas sujas de viela;
e quanta vez a derradeira estrela
a vê dormir sobre o torpor dos braços!

Se a colhe o desalento, na memória
fulge-lhe a imagem doce e merencória
do amor da mãe, a infatigável moura...
ó dias calmos da inocência finda!
Quanto ela dera por beijar ainda
do irmão mais novo a cabecinha loura!..."

( José Newton - Poeta português - Soc. dos Poetas Mortos )

20/Fevereiro/2004:

" DESCARTES E O COMPUTADOR "

"Você pensa que pensa.
Que você pensa?

Você pensa como eu penso ou
Eu é que penso como você pensa?

Bem, vamos deixar a questão em suspenso
Enquanto você pensa se já pensa e
Eu penso se ainda penso."

( José Paulo Paes - Soc. dos Poetas Mortos - 1926/1998 )

23/Fevereiro/2004:

" OS MESMOS IMPULSOS "

"Antes que o ROTARY começasse a fazer parte de nossas vidas,
é possível que cada um de nós considerasse o
cidadão de outro país como um estrangeiro.

Mas não há estrangeiros em ROTARY.
À medida que nos conhecemos - nos encontros que realizamos -
vimos, compreendemos e concluímos que
no fundo do coração a humanidade é uma só.

As diferenças de raça, cor e religião
são apenas características superficiais,
pois os corações pulsam graças aos mesmos impulsos."

( Angus S. Mitchell - Presidente 48/49 de Rotary International )

25/Fevereiro/2004:

" ACEITARÁS O AMOR COMO EU O ENCARO ?"

" Aceitarás o amor como eu o encaro?...
... Azul bem leve, um nimbo, suavemente
Guarda-te a imagem, como um anteparo
Contra estes móveis de banal presente.

Tudo o que há de melhor e de mais raro
Vive em teu corpo nu de adolescente,
A perna assim jogada e o braço, o claro
Olhar preso no meu, perdidamente.

Não exijas mais nada. Não desejo
Também mais nada, só te olhar, enquanto
A realidade é simples, e isto apenas.

Que grandeza... a evasão total do pejo
Que nasce das imperfeições. O encanto
Que nasce das adorações serenas."

( Mário de Andrade - 1893/1945 )

26/Fevereiro/2004:

" A FONTE "

Da espalda de um rochedo, gota a gota
límpida fonte sobre o mar caía,
Mas, ao vê-la tombar em seu regaço:
'O que queres de mim?' O mar dizia.

'Eu sou a tempestade, o antro escuro;
'Onde termina o céu aí começo;
'Eu que nos braços toda a terra espreito,
'De ti, tão pobre e vil, de ti careço?'...

No tom saudoso do quebrar das águas
Ao mar serena, a fonte assim murmura:
'A ti, que és grande e forte, a pobre fonte
Vem dar-te o que não tens, dar-te a doçura!'

( Victor Hugo - Poeta Francês - 1802/1885 )

27/Fevereiro/2004:

" A SULTANA"

"Sultana! - porque teus olhos
pululam choro tão triste?
No vôo da ave sinistra
algum mau agouro viste?
Ou dos lábios do teu mago
más profecias ouviste?

Que tens que choras, sultana,
co'as mãos no queixo - tão bela
Tanto palor nestas faces,
que foram cor de canela?
Desalinhada a madeixa,
sentada junto à janela?

Sultana! - por que dedilhas
os bilros nesse tear?
Os dedos correm e correm
à toa, sem acertar!
Os dedos erram pontos
bem fora de seu lugar!

Sultana! - que dor tamanha
que te esmaga o coração?
Que te pode armar nas faces
tão estranha contração?
Que pode arrojar-te a mente
em tão vaga distração?

- Meu senhor hoje chamou-me:
quando mais me chamará?
Meu senhor hoje falou-me:
quando mais me falará?
Meu senhor hoje abraçou-me:
quando mais me abraçará?

Naquele colchão macio
eu junto dele dormi;
eu vi o céu do profeta,
o céu verdadeiro eu vi:
oh! que bela a noite de ontem!
- Não terei mais noites assim!

Beijou-me co'a sua boca
macia como cetim:
abraçou-me com seus braços
mais lindos do que o marfim:
reclinou minha cabeça
em cima de seu coxim.

Eu ficava toda fria,
se ele se achegava a mim:
minhas faces palejavam,
como cândido jasmim:
- e depois... ficava ardente,
vermelha - como um rubim.

Eu lhe ouvi a voz sonora,
como a voz de um querubim:
que doce roçar de beijos
macios como o cetim!
Que dedos tão delicados,
que se imprimiram em mim!

Julguei eterna a ventura,
- fui louca - pobre de mim!
Não luzem mais de uma noite
as lâmpadas do festim!
- Revelai-me, ó grão-profeta,
se terei mais noite assim!

Meu senhor tem mil mulheres
tão doces como o maná;
amante de coisas novas,
as novas chamando irá:
meu senhor - de mim, coitada,
de mim não se lembrará!"

( Junqueira Freire - Soc. dos Poetas Mortos - 1832/1855 )

 

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