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01/Setembro/2007:
O PEQUENO PRÍNCIPE
Dia a dia eu ficava sabendo mais alguma
coisa do planeta, da partida, da viagem. Mas isso devagarinho, ao acaso
das reflexões. Foi assim que vim a conhecer, no terceiro dia,
o drama dos baobás. Mas notou, em seguida, sabiamente: Com efeito, no planeta do principezinho havia, como em todos os outros planetas, ervas boas e más. Por conseguinte, sementes boas, de ervas boas; sementes más, de ervas más. Mas as sementes são invisíveis. Elas dormem no segredo da terra até que uma cisme de despertar. Então ela espreguiça, e lança timidamente para o sol um inofensivo galhinho. Se é de roseira ou rabanete, podemos deixar que cresça à vontade. Mas quando se trata de uma planta ruim, é preciso arrancar logo, mal a tenhamos conhecido.
Ora, havia sementes terríveis no planeta do principezinho: as sementes de baobá... O solo do planeta estava enfestado. E um baobá, se a gente custa a descobri-lo, nunca mais se livra dele. Atravanca todo o planeta. Perfura-o com suas raízes. E se o planeta é pequeno e os baobás numerosos, o planeta acaba rachando. "É uma questão
de disciplina, me disse mais tarde o principezinho. Quando a gente acaba
a toalete da manhã, começa a fazer com cuidado a toalete
do planeta. É preciso que a gente se conforme em arrancar regularmente
os baobás logo que se distingam das roseiras, com as quais muito
se parecem quando pequenos. É um trabalho sem graça, mas
de fácil execução." Não gosto de tomar o tom de moralista. Mas o perigo dos baobás é tão pouco conhecido, e tão grandes os riscos daquele que se perdesse num asteróide, que, ao menos uma vez, faço exceção à minha reserva. E digo portanto: "Meninos! Cuidado com os baobás!" Foi para advertir meus amigos de um perigo que há tanto tempo os ameaçava, como a mim, sem que pudéssemos suspeitar, que tanto caprichei naquele desenho. A lição que eu dava valia a pena. Perguntarão, talvez: Por que não há nesse livro outros desenhos tão grandiosos como o desenho dos baobás? A resposta é simples: tentei, mas não consegui. Quando desenhei os baobás, estava inteiramente possuído pelo sentimento de urgência. ( Antoine de Saint-Exupery - 'Biografia' - 1900/1944 ) |
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