MENSAGEM DO DIA
MARÇO de 2003
Mês da Fraternidade


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Todas as mensagens aqui exibidas são extraídas a menos de nota em contrário, das obras do Dr. Augusto Jorge Cury, Psiquiatra, Psicoterapeuta e Cientista Teórico"

31/Março/2003:

O RESGATE DA LIDERANÇA DO EU NO FOCO DE TENSÃO

"Solicito aos educadores que ensinem os seus alunos a serem agentes modificadores da sua história, que os estimulem a enfrentar os seus medos, a discutir consigo mesmos os seus conflitos, tal como a timidez.

    A timidez é uma fábrica de sofrimentos. Muitos jovens têm timidez patológica ou doentia e a educação clássica não faz nada por eles.
    Peço também aos professores que os estimulem a fazer, no palco de suas mentes, sem ninguém ouvir, uma mesa redonda com a insegurança, o complexo de inferioridade, o conflito com os pais, a agressividade e a dependência de drogas. Uma das coisas mais saudáveis que uma pessoa deveria fazer e não faz, é conversar consigo mesma e criticar o lixo que passa em suas mentes.
    Não podemos ficar esperando nossas crianças e nossos jovens ficarem doentes para depois tentar tratá-los. Isso é injusto e desumano. As doenças psíquicas impõem grande sofrimento e podem apagar o brilho da vida."

28/Março/2003:

O RESGATE DA LIDERANÇA DO EU NO FOCO DE TENSÃO

 
     "Se os pais e as escolas ensinassem os alunos a intervir no seu mundo psíquico, teríamos homens menos doentes e muito mais saudáveis.
    De fato, um dos mais graves erros da educação familiar e escolar, bem como de alguns tipos de psicoterapias, é transformar o ser humano num espectador passivo de sua própria miséria. As doenças psíquicas, incluindo o cárcere das drogas, alojam-se em pessoas passivas, que não têm coragem de intervir nos focos de tensão.
    Repito sempre que o grande entrave no tratamento psicológico 'não é a doença do doente, mas o doente da doença'. A grande dificuldade é a disposição do EU em modificar a sua história e não a dimensão da sua doença. Às vezes, a doença não é grave, mas o doente é frágil, passivo, descrê de sua capacidade, vive a prática do coitadismo e do auto-abandono. Esse paciente é difícil de ser ajudado, pois é quase que impenetrável.
    Por outro lado, às vezes, a doença é mesmo grave, uma depressão séria ou uma dependência crônica de drogas, mas o paciente tem grande disposição de mudar a sua história e de atuar dentro de si mesmo, além disso, apesar de assumir que está doente, é inconformado com sua doença. Ele exige ser saudável e reivindica dentro de si mesmo o direito de ser livre e feliz. Um paciente assim, por mais grave que seja a sua doença, certamente sairá do seu cárcere. O problema não é ser doente, mas conformar-se em ser doente."

27/Março/2003:

O RESGATE DA LIDERANÇA DO EU NO FOCO DE TENSÃO

 
   "Diante de qualquer foco de tensão, ou seja, diante de qualquer turbulência emocional e de pensamentos angustiantes, cumpre ao EU resgatar sua liderança e administrá-lo, discuti-lo, criticá-lo, dar-lhe um novo significado, silenciosamente, no palco da mente, caso contrário, o fenômeno do autofluxo dominará a inteligência.
    Por exemplo, há pessoas extremamente negativas, qualquer problema, por mínimo que seja, detona pensamentos negativistas. Se elas não atuarem em cada idéia e reação negativa, serão sempre vítimas de sua miséria e, o que é pior, estarão registrando de volta tais idéias e reações, acrescentando, dia-a-dia, mais tijolos na sepultura do seu negativismo.
    Recordo-me de um empresário que sofria de depressão e transtorno obsessivo, além disso, tinha uma grave timidez, que muitas vezes era interpretada como se ele fosse uma pessoa orgulhosa e insociável. Os tímidos são pessoas simples e humanas, mas vendem pessimamente a sua imagem. Na terapia, procurei fazê-lo compreender os papéis da memória e a resgatar a liderança do EU nos focos de tensão. Ele deu um grande salto na qualidade de vida."

26/Março/2003:

O RESGATE DA LIDERANÇA DO EU NO FOCO DE TENSÃO

 
    "Como o EU pode acelerar o processo de se tornar um agente modificador da sua história? Por meio do resgate da sua liderança, 'no' e 'fora' do foco de tensão. Vejamos:
    O resgate da liderança do EU no foco de tensão refere-se ao gerenciamento das reações instantâneas (ansiedade, desespero, medo, impulsividade, etc.) detonadas pelo fenômeno do gatilho da memória. Se o EU tiver êxito em atuar nesse instante, ele não apenas domina o foco de tensão, mas também administra os territórios de leitura da âncora da memória e, consequentemente, recicla os pensamentos produzidos pelo fenômeno do autofluxo, principalmente se estes forem fixos e negativos.
    Exemplificando: se um paciente produzir em determinado momento um ataque de pânico, ele terá segundos para resgatar a liderança do EU, no foco de tensão, caso contrário, o palco de sua mente será invadido por pensamentos e emoções difíceis de serem administrados. Do mesmo modo, se um paciente começa a produzir, por meio do gatilho da memória, pensamentos negativos que aumentam o nível do humor deprimido, do transtorno obsessivo ou do desejo compulsivo de usar drogas, ele terá poucos momentos para atuar nesses pensamentos e emoções e reciclá-los."

25/Março/2003:

O RESGATE DA LIDERANÇA DO EU

 
  
   "Como o EU pode vir a  ser um agente modificador de sua vida, reescrevendo a sua história? Ele pode acrescentar, continuamente, novas experiências nos arquivos da memória, através da leitura de livros, aquisição de novas informações, produção de sonhos, metas e prioridades.
    Por que determinadas pessoas nunca mudam suas características doentias? Porque são pobres na sua criatividade, não têm sonhos nem metas, não questionam seus conceitos e paradigmas, são incapazes de indagar por que estão vivas e de procurar um sentido mais nobre para as suas vidas. São passantes existenciais, ou seja, passam pela vida sem nunca mergulhar dentro de si mesmas, sem ter consciência do espetáculo da vida, não se interiorizam, não aprendem a reconhecer seus erros nem a repensar sua maneira de ser e de reagir diante dos eventos que as circundam. Possuem um EU frágil, inseguro, instável, temeroso, incapaz de mudar as suas rotas psíquicas, sociais e profissionais
    Há pessoas que têm grande cultura, sendo até mesmo  consideradas intelectuais, mas permanecem imutáveis em seu orgulho, agressividade, impulsividade e ansiedade. São prisioneiras e infelizes, tais como os farmacodependentes, pois, se esses são controlados pela droga química,  elas o são pela droga do preconceito e da rigidez !"

24/Março/2003:

O RESGATE DA LIDERANÇA DO EU

 
 
    "O que é o EU ? O eu é a vontade consciente. É a consciência de que pensamos e de que podemos administrar os pensamentos. O eu, aqui, não quer dizer o ego de Freud, que é uma parte da estrutura da personalidade, nem quer dizer ego como vida natural da psique humana.
    Na teoria da inteligência multifocal, o eu é a identidade psíquica e social do homem. é a consciência que define quem somos, como estamos, onde estamos, qual o nosso papel e quais as nossas responsabilidades e habilidades sociais. Representa o centro consciente da personalidade, representa a motivação consciente do homem de atuar no seu mundo e ser um agente modificador da sua história. Portanto, por ser a identidade consciente do homem, o eu nunca se destrói, apenas de transforma. A única coisa que pode levar o eu à destruição é a morte ou a lesão da memória, mediante, como já disse, a ação de tumores e traumas cerebrais.."

21/Março/2003:

REESCREVENDO A MEMÓRIA - Abrindo as Janelas da Mente

 
    "Muitos não vivem o cárcere das drogas mas vivem o cárcere das preocupações e dos pensamentos antecipatórios. Pessoas assim têm uma vida intranqüila, não suportam contrariedades e vivem intensamente os problemas que ainda não ocorreram. Tornaram-se, de fato, os piores inimigos de si mesmas.
Precisamos aprender a gerenciar nossa inteligência, a administrar a usina de emoções que é produzida no cerne da alma, a resgatar a liderança do eu diante dos estímulos estressantes. Somente assim, poderemos reeditar os textos principais de nossas vidas. 

20/Março/2003:

 AGONIA DO CORAÇÃO 

   
    "Estrelas fulgem da noite em meio
Lembrando círios louros a arder...
E eu tenho a treva dentro do seio...
Astros! velai-vos, que eu vou morrer! 
 
Ao longe cantam. São almas puras
Cantando á hora do adormecer...
E o eco triste sobe ás alturas...
Moças! não cantem, que eu vou morrer! 
 
As mães embalam o berço amigo,
Doce esperança de seu viver...
E eu vou sozinha para o jazigo...
Chorai, crianças, que eu vou morrer! 
 
Pássaros tremem no ninho santo
Pedindo a graça do alvorecer...
Enquanto eu parto desfeita em pranto...
Aves, suspirem, que eu vou morrer! 
 
De lá do campo cheio de rosas
Vem um perfume de entontecer...
Meu Deus! que mágoas tão dolorosas...
Flores! Fechai-vos, que eu vou morrer!"
 

( Auta de Souza - 'Biografia' - 1876/1901 )

19/Março/2003:

 CRIME CONTRA A HUMANIDADE 

     "Quem não se lembra daquele jogo de futebol em que de repente um jogador – quase sempre um péssimo jogador -  pega a bola com as mãos e grita?:

-         Com este juiz eu não jogo mais. Ele marca tudo errado!

-         Só jogo se este juiz sair de campo, e além do mais a bola é minha!

 

Quase todos nós já presenciamos ou vivemos alguma coisa parecida com isto.

Lógico que estava anunciado o fim do jogo. Ninguém que eu conheça até hoje aceitaria continuar a “pelada” nestas condições ridículas.

 

Brincadeiras a parte,  utilizo-me desta passagem tão corriqueira no país do futebol, para provocar em cada leitor a lembrança do sentimento de desolamento que na infância isto nos provocava e iniciar algumas considerações sobre esta guerra anunciada.

 

O jogo, e tenham absoluta certeza, isto é um jogo de forças, é muito mais sério agora. Primeiro não podemos sair de campo. Somos obrigados a continuar jogando infinitamente como o dono da bola que não aceita juiz em campo.

É claro que mesmo que a prudência nos diga e faça que continuemos jogando sob as regras do menino genioso, dia chegará em que cada vez mais, muitos de nós se revoltarão contra isto.

 

Não precisaria lembrar aqui verdades triviais nas ciências e relacionamentos humanos como : “Toda ação provoca uma reação” ou “Violência  gera violência” , mas mesmo assim o faço.

 

Em 1831, Tocqueville previu com brilhantismo a chegada dos tempos do “totalitarismo democrático  - As massas “livremente “ aderindo a um líder totalitário.

 

Ao longo da história da humanidade o homem ( entendido aqui como  homens e mulheres ) criou mecanismos de aprimoramento e mediação das relações sociais.

Primeiro os hábitos culturais, os códigos, as regras, as leis naturais, os fóruns.

Tudo isto se aprimorou ao longo de séculos com a criação do Direito, da Justiça, da representatividade política, do poder Legislativo.

A humanidade aprendeu a render homenagens e a valorizar todos aqueles que, de alguma forma, dedicaram sua vida a tornar a convivência humana algo justo e respeitoso.

 

Nas últimas décadas formaram-se milhares de entidades governamentais e outras tantas da sociedade cível organizada, espalhadas por todo mundo motivadas pela busca da melhoria das relações sociais, para encaminhamento da sociedade para parâmetros mais justos, inclusivos e igualitários. A ONU – Organização das Nações Unidas fundada logo depois da Segunda Guerra Mundial, com a participação de cerca de 180 países, parecia ser o mais alto meio de representatividade multilateral da humanidade.

 

Durante muito tempo, e com o devido mérito,  a América ficou conhecida como a nação da Liberdade. Para marcar isto, a França que tem em sua bandeira as palavras : Liberdade, Igualdade, Fraternidade, presenteou a nação irmã com uma enorme Estátua da Liberdade, que se tornou símbolo da América.

 

Mas como sabemos, o poder tem a incrível capacidade de corromper ideais, de formar ditadores, senhores da verdade, que quando antagônicos e beligerantes, ao se encontrarem, submetem, envolvem e comprometem todo planeta a sua vontade.

Por isto, a ONU talvez seja o organismo de maior importância na regulação da diversidade cultural e econômica do mundo atual.

Agora, frente todos este acontecimentos, vemos cair por terra a representatividade mais bem construída na humanidade até hoje. De repente todo o egoísmo, o interesse menor, corporativista ou pessoal, provoca um assombro no mundo ao simplesmente dizer que ignora qualquer de mediação da ONU.

Isto quer dizer muito, mas muito mais do que podemos a princípio imaginar. Quer dizer que alguns países, se acham suficientemente fortes e poderosos para simplesmente dizer a todo ”resto” da humanidade que agora são eles que darão as cartas, com a ajuda de Deus, segundo informam.

Doce ilusão, mas que mesmo assim, ao submeter, humilhar e ignorar a ONU, nosso organismo máximo de representatividade, nos coloca a todos de joelhos frente a sua prepotência e arrogância que terão desdobramentos caóticos para todos.

 

Somos todos, atores principais nesta jornada terrena. Nascemos todos iguais e com exatamente as mesmas possibilidades e direitos de desenvolvermo-nos. O reconhecimento deste fato sempre foi o principal conciliador das diferenças humanas, da convivência  entre os povos, pois trazia em seu conteúdo toda a possibilidade da palavra Esperança.

 

A guerra agora anunciada a revelia de reais possibilidades de evita-la através da representatividade multilateral e inquestionável da ONU, se configura sim em crime. Não somente num crime bárbaro contra milhares de inocentes diretamente envolvidos na área geográfica e política de conflito, mas sim num crime contra toda a humanidade, fazendo toda a evolução conseguida retroceder ao tempo da barbárie."

 

( Autor: Marcelo de Carvalho Rodrigues - Presidente )
ADA – Agencia de Desenvolvimento de Araraquara

18/Março/2003:

 SOBRE O HOMEM E A GUERRA 

 
    "É incrível como a natureza humana insiste nos mesmos erros, cometidos por décadas, séculos ou mesmo milênios. Nosso amoroso PAI, o Grande Arquiteto do Universo, que está em toda parte, nos concede inúmeras oportunidades para que nos redimamos, deixando a trilha escura e passando a seguir sua estrada de luz.
    Desafortunadamente, nosso planeta azul pode estar a apenas algumas horas de mais uma GUERRA, onde a decisão deixou, inclusive e a bem de interesses particulares, de passar por um organismo internacional de primeira grandeza, organismo esse que retrata um grande avanço da espécie humana nas relações internacionais. Mais uma guerra entre irmãos, porque pasmem, segundo já nos ensinou, há 2 mil anos, o grande 'Mestre dos Mestres', somos todos irmãos, habitamos um diminuto planeta azul perdido na imensidão da Via Láctea, entre milhares de outras galáxias e que não representa mais que um grão de areia no universo infinito da criação.
    Infelizmente, o 'grande homem', que ainda se entende o centro da criação, esquecendo-se de que Galileus e Copérnicos já passaram há muito, provando cientificamente sua pequenez, e insiste na luta pelo poder, pela posse de bens materiais, esquecendo-se que os deixamos todos quando retornamos à nossa verdadeira vida, onde devemos prestar contas de nossos atos nesta escola bendita.
    Fico estupefado quando vejo os comentaristas televisivos tecerem longas considerações e projeções acerca do tempo, dos investimentos e dos interesses embutidos nessa guerra, sem conceder um único minuto para reflexões humanistas, acerca das pessoas, dos milhares de seres humanos que, a exemplo de nós, possuem famílias, mulheres e crianças, que são nossos semelhantes e serão afetados por um conflito armado, que perderão suas vidas sagradas simplesmente para satisfazer ao interesse belicoso de alguns.
    Com certeza, as forças do mal devem estar se comprazendo na companhia dos 'guerreiros modernos', provando ao Grande Arquiteto do Universo que ainda dominam em grande parte este pequeno planeta de 'provas e expiações' e que o homem ainda deve sofrer muito até aprender o real caminho da felicidade. Infelizmente, quando não resolvemos nos modificar, transformando-nos em criaturas melhores, pela LEI UNIVERSAL DO AMOR, somos constrangidos a esta modificação, pela LEI UNIVERSAL DA DOR, porque nosso PAI é AMOR, mas também exerce a verdadeira JUSTIÇA, que não pode ser comprada pelo ouro ou pelo poder e como disse o mestre, nossas dívidas para com a divina providência deverá ser paga até o último centil.
    Solicitamos a todos os companheiros e companheiras que OREM fervorosamente para que este conflito não ocorra; se ainda assim ocorrer, que OREM por suas vítimas, porque a oração transcende as palavras, é ENERGIA PURA endereçada ao alto e seu poder depende do sentimento com que é impelida. O ÓDIO somente pode ser dominado pelo AMOR."

( Autor: Engº Celio Franco ) 

 17/Março/2003:

 REESCREVENDO A MEMÓRIA -  Abrindo as Janelas da Mente

   
        "Vamos recordar: o fenômeno do gatilho da memória é que inicia, a partir de um estímulo físico, tal como um elogio, ou psíquico, tal como um pensamento, a leitura da memória e produz as primeiras reações, impressões, sensações, sentimentos e pensamentos. Esse fenômeno desloca a âncora da memória, ou seja, o território de leitura para uma determinada região da memória e, consequentemente, confina a leitura do fenômeno do autofluxo a esta área. Assim, o paciente que está numa crise de pânico, numa crise compulsiva para usar drogas ou em outra crise emocional qualquer, produzirá idéias e emoções ligadas ao grupo de informações contidas nessa zona específica da memória.
    Para alguns, esse mecanismo pode ser difícil de ser entendido, mas certamente todos o vivem diariamente. Quantas vezes alguns problemas nos causam tantas preocupações que, detonando o gatilho, nos levam a pensar continuamente neles ? Queremos desviar o pensamento, mas não temos êxito. O que acontece nessa situação ? O gatilho desloca o território de leitura para uma área da memória e o fenômeno do autofluxo começa a lê-la continuamente, produzindo idéias fixas sobre o problema."

14/Março/2003:

 REESCREVENDO A MEMÓRIA -  Abrindo as Janelas da Mente

   
        "O Criador deu muitas liberdades ao homem, inclusive a de negar a Sua própria existência, mas não lhe deu liberdade para mexer nos arquivos e deletar sua memória, pois isso conspiraria contra a própria liberdade: sem a memória, não poderíamos produzir pensamentos e tomar decisões. Desse modo, Ele protegeu a memória contra os ataques do eu, contra as possíveis crises que o homem atravessa. Apagar a memória é impossível, só é possível reeditá-la.
    Quem tem síndrome do pânico, obsessão por doença ou depressão e quiser ficar livre, tem de reescrever a sua história. Não há milagres no tratamento psicoterapêutico e psiquiátrico, independente da corrente psicoterapêutica usada, se houver sucesso no tratamento é porque, ainda que o terapeuta não tenha consciência, o paciente reescreveu os seus conflitos, aprendeu a gerenciar seus pensamentos e a usar os fenômenos do gatilho da memória, da âncora da memória, do autofluxo e do registro automático de memória (RAM)."

13/Março/2003:

 REESCREVENDO A MEMÓRIA -  Abrindo as Janelas da Mente

   
      "Se tivéssemos a liberdade de passar uma 'borracha' em nossa memória, teríamos a vantagem de poder eliminar todas as misérias e todos os traumas contidos nela. Nos computadores, temos essa liberdade - em segundos, apagamos o trabalho feito durante anos. Entretanto, essa liberdade poderia gerar o maior desastre intelectual.     Correríamos o risco de cometer um suicídio contra nossa consciência, contra nossa capacidade de pensar, pois, num momento de angústia, poderíamos desejar esquecer todo o nosso passado e começar tudo de novo. Isso produziria a morte da identidade, não saberíamos mais quem somos, como estamos e onde estamos, tornar-nos-íamos animais irracionais, pois não teríamos mais a consciência da existência."
 

12/Março/2003:

 REESCREVENDO A MEMÓRIA -  Abrindo as Janelas da Mente

   
    "Tente fazer uma faxina nos porões de sua memória. Você não conseguirá ! Esforce-se para extrair todo sentimento de culpa, autopunição, rigidez e rejeição que foram registrados nela. Não terá êxito. É possível limpar as teias de aranha dos nossos tetos e fazer uma limpeza em nossas escrivaninhas, mas não é possível remover a sujeira contida em nossas memórias, somente é possível reescrevê-las.
    Os arquivos da memória contêm o tecido de nossas experiências conscientes e inconscientes. Tais arquivos jamais podem ser destruídos, a não ser involuntariamente, por meio de um tumor cerebral, um trauma craniano ou uma degeneração das células nervosas, como na doença de Alzhaimer. Destruir esses arquivos significaria destruir nossa consciência, esfacelar nossa identidade."

11/Março/2003:

ATUANDO NA PRODUÇÃO DE PENSAMENTOS -  O fenômeno do AUTOFLUXO

 
         "Aprender a administrar as idéias negativas e a gerenciar as emoções tensas é outro item da terapia multifocal. Neste aspecto, digo com modéstia, a terapia multifocal, freqüentemente, vai além das psicoterapias convencionais. Ela não trata apenas a doença psíquica, mas expande as funções mais importantes da inteligência do doente, até levá-lo a ser um pensador, um agente modificador da sua história, um administrador das suas emoções. Ela atua nos papéis da memória e nos fenômenos que constróem a inteligência e formam a personalidade e, se por um lado, ela é complexa, por outro é passível de ser compreendida e fácil de ser aplicada.
    Como a terapia multifocal atua nos papéis da memória e nos fenômenos que constróem as cadeias de pensamentos, ela não compete com outras terapias, tais como a psicanálise, o psicodrama, a comportamental, a cognitiva; pelo contrário, ajuda-as. Todas as terapias foram derivadas de teorias que estudaram a mente humana a partir do pensamento já elaborado, ou seja, a partir dos alicerces prontos. A multifocal começa pelo estudo dos alicerces da inteligência, ou seja, pelos fenômenos que lêem a memória, constróem a personalidade e estabelecem o funcionamento da mente. Portanto, mesmo se um terapeuta não quiser aplicar exclusivamente a terapia multifocal, ele pode muito bem conviver com sua psicoterapia tradicional, abraçando os alicerces da terapia multifocal."

10/Março/2003:

 ATUANDO NA PRODUÇÃO DE PENSAMENTOS -  O fenômeno do AUTOFLUXO

 
       "Lembro-me que um de meus pacientes, um excelente jurista, disse-me que se tivesse compreendido desde pequeno esses mecanismos, ele não teria desenvolvido um quadro grave de obsessão. Ele produzia, diariamente, centenas de idéias fixas ligadas ao câncer; fazia o seu velório constantemente, embora tivesse ótima saúde. O fenômeno do autofluxo gerou nele uma longa história de terror, todavia, ele aprendeu a gerenciar tais idéias e a resgatar o prazer de viver. A compreensão desses fenômenos e mecanismos psicodinâmicos é extremamente útil para a psicoterapia e para a prevenção social.
    Se um jovem pensa continuamente nas drogas, mesmo que não esteja sob o seu efeito, estará expandindo o significado inconsciente delas. Assim, ao contrário do que muitos pensam, inclusive terapeutas, a alimentação do cárcere das drogas não é produzida apenas pelos efeitos que elas podem provocar, mas pelo universo de pensamentos e emoções produzidos pelo fenômeno do autofluxo."

07/Março/2003:

ATUANDO NA PRODUÇÃO DE PENSAMENTOS -  O fenômeno do AUTOFLUXO

 
        "O mundo das idéias, produzido pelo autofluxo, é a maior fonte de prazer natural ou a maior fonte de terror humano. Se as idéias que produzimos nos estimularem a ter sonhos, metas, ideais e projetos, certamente nos induzirão ao prazer, mas se forem negativas, derrotistas e ligadas a doenças, à morte ou a  acidentes, então nos induzirão à angústia e ao humor deprimido.
    O grande problema é que, se as idéias produzidas pelo fenômeno do autofluxo forem negativas, elas serão registradas privilegiadamente pelo fenômeno RAM (registro automático da memória), retroalimentando assim, as nossas doenças: fobias, insegurança, obsessões e compulsão pelas drogas.
    Se esses mecanismos de funcionamento da mente fossem ensinados sistematicamente aos jovens, a Educação daria um salto, pois proporcionaria condições para que eles interviessem em seu próprio mundo, no território dos seus pensamentos e emoções."

06/Março/2003:

   "Vocês sabiam que a maior fonte de entretenimento não é a TV, a literatura, o esporte, o sexo ou qualquer outra atividade humana? O mundo mudou, a tecnologia bateu às nossas portas, os aparelhos de comunicação invadiram nossas salas, quartos e escritórios, mas a maior fonte de entretenimento continua intocável, imutável: é o mundo das idéias produzido pelo fenômeno do autofluxo.
    Como você gasta a maior parte do seu tempo? Pensando. Grande parte de nossas angústias, distrações, sonhos, apreensões e expectativas não são motivadas diretamente pelos estímulos externos, mas pelo conjunto de pensamentos que diariamente produzimos."

05/Março/2003:

ATUANDO NA PRODUÇÃO DE PENSAMENTOS -  O fenômeno do AUTOFLUXO

 
      "Vamos raciocinar: a maioria dos pensamentos que transitam em nossas mentes sobre pessoas, experiências passadas e futuras e problemas existenciais, de fato não foram programadas pelo eu. Não poucas vezes pensamos coisas absurdas, sem nenhuma ligação com o que estamos fazendo ou com o ambiente em que estamos. Se não foi a vontade consciente do eu que os produziu, quem os produziu então? Foi um fenômeno que chamo 'autofluxo'.
    O fenômeno autofluxo, como o próprio nome indica, é responsável por produzir um fluxo de pensamentos e emoções durante toda a história da vida humana, da meninice à velhice, da vigília ao sono. Ele produz milhares de leituras na memória, muitas vezes aleatoriamente.
    Qual o objetivo? Existem vários, e não há espaço para discorrer sobre eles neste livro, mas quero ressaltar apenas um desses objetivos: a produção da mais excelente fonte de entretenimento natural da espécie humana."

03/Março/2003:

 ATUANDO NA PRODUÇÃO DE PENSAMENTOS -  O fenômeno do AUTOFLUXO

 
    "Quem consegue interromper a construção de pensamentos? Somente aquele que está morto. É impossível interrompê-la. A própria tentativa de interrupção já é um pensamento. Pensamos dormindo, nos sonhos, pensamos acordados, quando estamos trabalhando, andando ou dirigindo o carro.
    Pensar é o destino do homem; às vezes pensamos tanto que fazemos grandes viagens sem sair do lugar e em algumas situações, ficamos até aborrecidos conosco mesmos, pois não ouvimos nada do que as pessoas nos dizem. Por vezes, temos de fazer uma 'ginástica' para que elas não percebam que estamos 'viajando no mundo das idéias'.
    Quantos pensamentos produzimos hoje? Milhares e milhares. Quantos deles o 'eu', ou seja a vontade consciente, produziu com lógica e determinação? Já fiz essa pergunta a muitas pessoas, inclusive a intelectuais e a psicólogos e a resposta, quando pensada, tem sido sempre a mesma: a minoria dos pensamentos foi produzida pelo 'eu' e a maioria surgiu aleatoriamente no cenário da mente. Tais pessoas não sabem, mas, ao responder isso estão fazendo uma afirmação seríssima, que nunca foi estudada pela Psicologia."
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