MENSAGENS / POESIAS
AGOSTO de 2003


Este espaço é aberto e atento à livre expressão de pensamentos !


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01/Agosto/2003:

"SEM ALARDE"

"Semeia o bem, a paz e a felicidade a todos aqueles que te rodeiam,
mas sem fazer-se notado, e assim, a felicidade entrará,
devagarinho, na tua vida, sem fazer alarde."

 

( Alexandre Paredes )

04/Agosto/2003:

"NÃO MORRERAM, PARTIRAM ANTES"

 

"Choras teus mortos com tamanho desconsolo que, dir-se-ia, és imortal.

'Not dead, but gone before', diz sabiamente o prolóquio inglês: não morreram, partiram antes.
Tua impaciência se move como loba faminta, ansiosa de devorar enigmas.
Pois não morrerás logo depois e, forçosamente, não virás a saber a solução de todos os problemas que são de uma diáfana e deslumbrante sutilidade ?
Partiram antes ... Por que interrogá-los com nervosa insistência ?
Deixa que eles sacudam o pó do caminho, que descansem no regaço do Pai e ali curem as feridas de seus pés andarilhos; deixa que ponham seus olhos nos verdes prados da paz ...
O trem espera. Por que não preparar o bornal de viagem ? Esta seria mais prática e eficaz tarefa.
Ver teus mortos é de tal modo premente e inevitável que não deves alterar com a menor ansiedade as poucas horas de teu repouso.
Eles, com um conceito total do tempo, cujas barreiras transpuseram de um salto, também te aguardam tranqüilamente. Foi que, simplesmente, tomaram um dos trens anteriores."
 

( Amado Nervo )

05/Agosto/2003:

"UM MUNDO NOVO"

"Que quando dois homens se encontrarem, sejam de povos,
    sejam de raças, sejam de classes diferentes,
sempre possam apertar as mãos como amigos.

 "Não há sonho mais bonito que o da grande fraternidade
    humana
!"
 

( Desconhecido )

06/Agosto/2003:

"OS MICRO ASSASSINOS" (nosso tributo a Oswaldo Cruz)

"(...) Papai é agora médico na fábrica Corcovado e na Junta Central de Higiene. E eu entro na Faculdade de Medicina em 1887, tenho apenas 15 anos. No primeiro dia de aulas vejo que Mamãe sorri, tal pai tal filho, o saber contra a ignorância, a saúde contra a doença, a vida contra a morte

Emília é filha do Comendador José Maria da Fonseca. Foi minha namoradinha de infância. Continua tendo uma queda por mim e eu por ela. Numa tarde de Dezembro de 1891, calor infernal, avista-me na praia do Flamengo, eu absorto, mirando o mar, mirando o longe. Pega no meu braço, sacode a minha cisma.

- Olá Emília, menina bonita, Você aí?
Vontade minha é abraçá-la e beijá-la, mas há que manter o decoro. Além do mais vem acompanhada pela mãe, não é de bom tom uma donzela andar sozinha pelas ruas do Rio. Respeitosamente cumprimento a senhora e começo a conversar com a filha. Puxo um assunto que me consome:

- Emília, Você não acha que em 1808, ao decretar a abertura dos nossos portos a toda a navegação, D. João VI estava promovendo o desenvolvimento do Brasil?

- Osvaldo, isso toda a gente sabe, aprendemos na Escola...

- Mas a febre amarela, vômito negro, está sabotando a intenção régia. Hoje, raros são os navios estrangeiros que demandam os portos brasileiros.

- É natural... Ninguém quer morrer de peste.   

- É isso aí... O Brasil é um vasto hospital, é o que se diz em todo o mundo.

Mando parar uma caleche, convido e arrasto mãe e filha até minha casa. Mamãe e Sinhazinha recebem as duas com beijinhos e abraços. Antes da conversa descambar em frivolidades, puxo Emília para o meu laboratório. Ainda não acabei o curso de Medicina mas já publiquei dois livros. Trato de mostrá-los a Emília: Um caso de bócio exoftálmico em indivíduo do sexo masculino e Um micróbio das águas putrefactas encontrado nas águas do Rio de Janeiro. Também lhe mostro um microscópio, um instrumento para focar micróbios. Convido-a a espreitar e ela espreita. Vê umas coisinhas a mexer, assusta-se. São micróbios, porém inofensivos. Conto-lhe que os outros, os patogênicos, são aos milhões a cercar a Humanidade.

 - Patogênicos? É assim que Você chama os micro-assassinos?

Diverte-me a terminologia inventada por Emília. Digo-lhe que a minha ambição, no Brasil, é combater e liquidar os micro-assassinos da varíola, tal como Pasteur, em França, liquidou os do carbúnculo e da raiva. Tento explicar-lhe o que é vacina. Não entende. Mas tem que entender, é só encontrar a imagem incisiva:

- Emília: um incêndio, numa floresta, pode ser combatido com o fogo. Você sabe disso, não sabe?
- Sim, sei, se o vento estiver de feição.
- Então saiba que uma doença pode ser combatida com produtos segregados pelas bactérias da própria doença. A isso é que se chama vacina e, com o nosso saber e o nossos querer, somos nós que sopramos o tal vento de feição. Depois é só vacinar todo o povo para erradicar a doença.

Vacinar todo o povo? Emília duvida, abana a cabeça, cepticismo: no Brasil o povo só acredita no que vê e os
micro-assassinos não têm corpo visível...

A intuição feminina acertando na mouche, reconhecerei mais tarde... "

 
( Trecho da Autobiografia de Oswaldo Cruz, o homem que conseguiu extirpar a imagem de BRASIL, um Vasto Hospital, eliminando a febre amarela e a varíola 
vejam a íntegra em
"Datas Comemorativas" de 05/Agosto )

07/Agosto/2003:

"MISCELÂNEA POÉTICA" ( Fragmentos )

"No meu lindo vergel de experiências,

colho versos de amor e de saudade.
Vejo neles a excelsa claridade
dos sonhos meus e das reminiscências.
Passo horas e horas vendo
estas essências no meu jardim,
da rica mocidade.
Busco aqui, busco ali, sublimidade:
todos são versos, são resplandecências.
Vivo dias e noites escrevendo, e,
minuto por hora vou relendo,
os versos que me trazem a inspiração.
Extingue-se o prazer, se perco um verso
e sinto toda a dor deste universo,
quando me falta a rima em perfeição."
 
( Mário Ribeiro Martins - poeta )

08/Agosto/2003:

"SONETO" 
- Últimos Cantos - 1851 -

"Baixel veloz, que ao úmido elemento
A voz do nauta experto afoito entrega,
Demora o curso teu, perto navega
Da terra onde me fica o pensamento!

Enquanto vais cortando o salso argento,
Desta praia feliz não se desprega
(Meus olhos, não, que amargo pranto os rega)
Minha alma, sim, e o amor que é meu tormento.

Baixel, que vais fugindo despiedado
Sem temor dos contrastes da procela,
Volta ao menos, qual vais tão apressado.

Encontre-a eu gentil, mimosa e bela!
E o pranto que ora verto amargurado,
Possa eu então verter nos lábios dela!"

( Gonçalves Dias - 'Biografia' - 1823/1864 )

11/Agosto/2003:

"NÃO CRITIQUE" 

"Procure antes, colaborar com todos, sem fazer críticas.
A crítica fere, e ninguém gosta de ser ferido.
E a criatura que gosta de criticar, aos poucos,
se vê isolada de todos.
Se vir alguma coisa errada, fale com amor e
carinho, procurando ajudar.
Mas, sobretudo, procure corrigir os outros,
através de seu próprio EXEMPLO."

 

( C. Torres Pastorinho )

12/Agosto/2003:

"COMPADECE-TE E ORA" 

"Aquele amigo não te viu as dificuldades nem te compreendeu as intenções.

Irritou-se, acusou-te, desprezou-te ...

E não conseguiste desculpar-lhe, ante as implicações da prova em que te encontras.

Não te defendas, nem reclames nesse caso, tão estritamente pessoal.
Compadece-te.
Em silêncio, pede a Deus o abençoe e fortifique. Ele não sabe que talvez amanhã deva entrar em provas mais difíceis."

( Emmanuel - Chico Xavier )

13/Agosto/2003:

"A EXISTÊNCIA DE DEUS" 

"Havia um senhor, que era dono de uma bem sucedida farmácia numa cidade do interior.
Era um homem bastante inteligente mas não acreditava na existência de Deus ou de qualquer outra coisa além  do seu mundo material.
Um certo dia, estava ele fechando a farmácia quando chegou uma criança aos prantos dizendo que sua mãe estava passando mal e que se ela não tomasse o remédio logo iria morrer.

 
Muito nervoso e após insistência da criança, resolveu reabrir a farmácia para pegar o remédio.
Sua insensibilidade perante aquele momento era tal que acabou pegando o remédio mesmo no escuro, entregou-o à  criança, que agradeceu e saiu dali às pressas.
 
Minutos depois, percebeu que havia entregado o remédio errado para a criança e, se aquela mãe o tomasse, teria morte instantânea.
Desesperado, tentou alcançar a criança mas não teve êxito.
Gritou em desespero... e o tempo passava e nada acontecia.
 
Sem saber o que fazer e com a consciência pesada,ajoelhou-se e começou a chorar e dizer que se realmente existia um Deus que não o deixasse passar por assassino.
O tempo passava e ele, de joelhos ficava pensando que a mulher poderia já
estar morta e,certamente, ele teria de pagar por isso.
Refletiu sobre suas intemperança, sobre seu mau humor e principalmente sobre sua insensatez.

De repente, sentiu uma mão tocar-lhe o ombro esquerdo e ao virar deparou-se com a criança em prantos.
Naquele momento ficou desconsolado.
Mas tinha uma certeza: Deus, de fato, não existia.
Já podia imaginar o que estava para lhe acontecer.
O choro e o olhar triste daquela criança lhe atravessava a alma.
No entanto, como um lampejo de sabedoria,perguntou ao menino o que lhe havia acontecido.
 
Então aquela criança começou a dizer:
- "Senhor, por favor não brigue comigo, mas é que caí e quebrei o vidro do remédio, dá 'pro' senhor me dar outro?"
Deus existe e te conhece pelo teu nome.
Ele sempre tem o melhor para você, por mais que as circunstâncias  mostrem o contrário.
Creia neste amor que é maior do que qualquer um dos seus problemas, mesmo que estes sejam grandes e de difícil resolução.
Creia na vida melhor que Ele tem preparada para você! Creia neste amor!"

( Colaboração de Regina Gatti )

14/Agosto/2003:

"O MISTÉRIO DAS IDÉIAS" 

"É difícil explicar como surgem as idéias. Às vezes, por reação a uma simples palavra: impossível. É de fato incrível a capacidade do ser humano em não acreditar. O mais religioso dos animais terrestres é o menos crente, o que mais facilidade encontra para não mudar. Opor-se, inventar obstáculos intransponíveis e fronteiras que, no fundo, têm a mesma importância que um risco de giz no chão.

 
Até há pouco tempo, um indivíduo que imaginasse um obsoleto forno de microondas, ou cantasse as possibilidades do mais retrógrado computador que temos hoje, seria excomungado e condenado a trabalhos forçados. A maior condenação a que estamos sujeitos no futuro será por omissão, pois meios para se fazer muitas coisas lindas e impossíveis existem."

( Amyr Klink - Livro Paratii Entre Dois Pólos - Cia. das Letras - 1992 )
( Colaboração de Edi Carlos Garófalo )

15/Agosto/2003:

"A MAMÃE CAMELO E O SEU BEBÊ" 

"Uma mãe e um bebê camelo estavam por ali, à toa, quando de repente o bebê camelo perguntou:

Bebê: Mãe, mãe, posso te perguntar umas coisas?
Mãe: Claro! O que está incomodando o meu filhote?
 

Bebê: Porquê os camelos têm corcova?
Mãe: Bem, meu filhinho, nós somos animais do deserto, precisamos das corcovas para reservar água e por isso mesmo somos conhecidos por sobreviver sem água.

Bebê: Certo, e porquê nossas pernas são longas e nossas patas arredondadas?
Mãe: Filho, certamente elas são assim parta permitir caminhar no deserto. Sabe, com essas pernas eu posso me movimentar pelo deserto melhor do que qualquer um! disse a mãe, toda orgulhosa.

Bebê: Certo! Então, porquê nossos cílios são tão longos? De vez em quando eles atrapalham minha visão.
Mãe: Meu filho! Esses cílios longos e grossos são como uma capa protetora para os olhos. Eles ajudam na proteção dos seus olhos quando atingidos pela areia e pelo vento do deserto! disse a mãe com orgulho nos olhos.

Bebê: Tá. Então a corcova é para armazenar água enquanto cruzamos o deserto, as pernas para caminhar através do deserto e os cílios são para proteger meus olhos do deserto.
Então que diabos estamos fazendo aqui no Zoológico??
"


Moral da história:
"Habilidade, conhecimento, capacidade e experiências são úteis se você estiver no lugar certo"
(ONDE você está agora ???)

Ditado:

"Ame o seu trabalho mas não caia de amores por sua empresa, porque você nunca saberá quando ela vai parar de te amar !"
( Autor: desconhecido )
( Colaboração do Eng. Marco Aurélio Delle Piagge )

18/Agosto/2003:

"NÉVOAS" 

"Na hora em que as névoas se estendem nos ares,
Que choram nos mares as ondas azuis,
E a lua cercada de pálida chama
Nas selvas derrama seu pranto de luz;

Eu vi... Maravilha! Prodígio inefável!
Um vulto adorável, primor dos primores,
Sorrindo às estrelas, no céu resvalando,
Nas vagas boiando de tênues vapores!

Nos membros divinos, mais alvos que a neve,
Que os astros, de leve, clareiam formosos,
Nas tranças douradas, nos lábios risonhos
Os gênios e os sonhos brincavam medrosos!

Princesa das névoas! Milagre das sombras!
Das róseas alfombras, dos paços sidéreos.
Acaso rolaste, dos anjos nos braços,
Dos vastos espaços aos mantos etéreos?

Os prantos do inverno congelam-te a fronte,
Os combros do monte se cobrem de brumas,
E queda repousas num mar de neblina
Qual pérola fina num leito de espumas!

Nas nuas espáduas, dos astros algentes,
O sopro não sentes raivoso passar?
Não vês que se esvaem miragens tão belas?
A luz das estrelas não vês se apagar?

Ai! vem que nas nuvens te mata o desejo
De um férvido beijo gozares em vão!
Os astros sem alma se cansam de olhar-te,
Nem podem amar-te, celeste visão!

E as auras passavam e as névoas tremiam,
E os gênios corriam no espaço a cantar,
Mas ela dormia, gentil, peregrina
Qual pálida ondina nas águas do mar!

Estátua sublime, mas triste, sem vida,
Sem voz envolvida no hibérneo sudário,
Verás, se me ouvires, trocado por flores,
Por palmas de amores teu véu mortuário!

Ah! vem, minh’alma! Teus loiros cabelos!
Teus braços tão belos, teus seios tão lindos,
Eu quero aquecê-los no peito incendido...
Contar-te ao ouvido meus sonhos infindos!

Assim eu falava, nos amplos desertos,
Seguindo os incertos lampejos da luz,
Na hora em que as névoas se estendem nos ares
E choram nos mares as ondas azuis.
As brisas d’aurora ligeiras corriam,
As flores sorriam nas verdes campinas,
Ergueram-se as aves do vento à bafagem,
E a pálida imagem desfez-se em neblinas!."

( Fagundes Varela - * 18/08/41 )

19/Agosto/2003:

"QUERO ESCREVER O
BORRÃO VERMELHO DE SANGUE"


"Quero escrever o borrão vermelho de sangue
com as gotas e coágulos pingando
de dentro para dentro.
Quero escrever amarelo-ouro
com raios de translucidez.

Que não me entendam
pouco-se-me-dá.
Nada tenho a perder.
Jogo tudo na violência
que sempre me povoou,
o grito áspero e agudo e prolongado,
o grito que eu,
por falso respeito humano,
não dei.

Mas aqui vai o meu berro
me rasgando as profundas entranhas
de onde brota o estertor ambicionado.
Quero abarcar o mundo
com o terremoto causado pelo grito.
O clímax de minha vida será a morte.

Quero escrever noções
sem o uso abusivo da palavra.
Só me resta ficar nua:
nada tenho mais a perder."

( Clarice Lispector - 1920/1977 )

20/Agosto/2003:

"O CÂNTICO DA TERRA"


"Eu sou a terra, eu sou a vida.
Do meu barro primeiro veio o homem.
De mim veio a mulher e veio o amor.
Veio a árvore, veio a fonte.
Vem o fruto e vem a flor.

Eu sou a fonte original de toda vida.
Sou o chão que se prende à tua casa.
Sou a telha da coberta de teu lar.
A mina constante de teu poço.
Sou a espiga generosa de teu gado
e certeza tranqüila ao teu esforço.

Sou a razão de tua vida.
De mim vieste pela mão do Criador,
e a mim tu voltarás no fim da lida.
Só em mim acharás descanso e Paz.

Eu sou a grande Mãe Universal.
Tua filha, tua noiva e desposada.
A mulher e o ventre que fecundas.
Sou a gleba, a gestação, eu sou o amor.

A ti, ó lavrador, tudo quanto é meu.
Teu arado, tua foice, teu machado.
O berço pequenino de teu filho.
O algodão de tua veste
e o pão de tua casa.

E um dia bem distante
a mim tu voltarás.
E no canteiro materno de meu seio
tranqüilo dormirás.

Plantemos a roça.
Lavremos a gleba.
Cuidemos do ninho,
do gado e da tulha.
Fartura teremos
e donos de sítio
felizes seremos."

( Cora Coralina - GO 1889/1985 )

21/Agosto/2003:

"ABNEGADO"


"Ama a tua própria dor, que ela há de consagrar-te
E há de te iluminar de límpidos clarões,
Fazendo da tua alma um rútilo estandarte
Bizarro, a palpitar em plácidas regiões!

Ela é que há de te guiar e é quem há de iniciar-te
Na vida do mistério e das consagrações.
Sofre e faz da tua mágoa um grande sonho de arte,
igual ao de Petrarca, igual ao de Camões!

E a sofrer e a cantar - mártir e rouxinol,
Vai armar a tua tenda a um ponto do universo,
Onde a luz só palpite, onde só vibre o sol.

Espalha então daí num gesto sacrossanto,
Os soluços da rima e as lágrimas do verso,
Num dilúvio imortal de bençãos e de pranto !"

( Alceu Wamosy - 1895/1923 - Soc. Poetas Mortos )

22/Agosto/2003:

"MINHA OSTENTAÇÃO INÚTIL"


"Minha ostentação inútil
Esbofeteia o poeta ou-seja-lá-o-que-sou
Não estou morrendo
Só estou lá...
sendo

Cada vez que abro os olhos
Sei que devo pular dos lençóis para ser.
Ser

Forte como um forte é.
Essa jaula que sou
Jaula que guarda dois outros que sã.
Ele: o leão faminto e...
O astronauta vagabundo do cosmo.

Enquanto preso, sonho domingos lácteos
O leão ruge alto interrompendo...
interrompendo... me acordando
pra seu sonho-selvoso

E a jaula se mexe
Se remexe
Se terremota com a possibilidade de ruir!
Dar-fuga-a-um-de-nós.

A: eu-do-que-sigo-estradas...
estradas que existem ou não!
Ou
AO: leão da terra!

Enquanto...
A lua gora me assovia um psiu - psiu - psiu
Do leão que está em mim pouco sei
Está lá! Mas... a lua me chama!"

( Raul Seixas - 1945/1989 - Soc. Poetas Mortos )

25/Agosto/2003:

"A PIOR PERDA"

 "Aquele que perde dinheiro, perde muito.
Aquele que perde um amigo, perde muito mais.
Aquele que perde a FÉ, perde tudo."

( Desconhecido )

26/Agosto/2003:

"A CALÚNIA"

"NÃO deixe que a calúnia o perturbe !
Todos nós estamos sujeitos à calúnia,
mas saiba superá-la, vivendo de tal
maneira que o caluniador não tenha razão.
Não revide um ataque com outro ataque.
Não se magoe com o caluniador.
Perdoe sempre.
Apenas viva de tal maneira, que jamais
o caluniador tenha razão."

( C. Torres Pastorinho )

27/Agosto/2003:

"COLHEMOS O QUE PLANTAMOS"

"Lembre-se de que colheremos, infalivelmente,
aquilo que houvermos semeado.
Se estamos sofrendo, é porque estamos
colhendo os frutos amargos das sementes errôneas
do passado.
Fique alerta quanto ao momento presente!
Plante apenas sementes de otimismo e de amor,
para colher, amanhã, os frutos doces da alegria e
da felicidade.
Cada um colhe, exatamente, aquilo que plantou."
 
( C. Torres Pastorinho )

28/Agosto/2003:

"MÃE"

"Para dizer quem foi a minha mãe, não acho
Uma palavra própria, um pensamento bom
Diógenes — busco-o em vão; falta-me a luz de um facho
— Se acho som, falta a luz; se acho luz, falta o som!

Teu nome — ó minha mãe — tem o sabor de um cacho
De uvas diáfanas, cor de ouro e pérola, com
Polpa de beijos de anjo... ouvi-lo é ouvir um sacho
Merencóreo, a rezar, no seu eterno tom. ..

 
Minha mãe!  Minha mãe!  Eu não fui qual devera.
Morreste e eu não bebi nos teus lábios de cera
A doçura que as mães, ainda mortas, contêm...
 
Ao pé de nossas mães — todos nós somos crentes... 
Um filho que tem mãe — tem todos os parentes... 
— E eu não tenho por mim, ó minha mãe, ninguém!
"
 
 
( Hermes Fontes )

29/Agosto/2003:

"Ó VIRGEM IMACULADA"

"Baixai vossos olhos sobre os meus amigos! São também vossos filhinhos, como eu, que aflito gemi e padeci na Terra, sempre com os olhos cravados em vós. Dai que eles possam compreender, ó Virgem Imaculada(...), esse amai-vos uns aos outros, certos, convencidos de que o amor que desdobrarem das suas almas, para os seus irmãos, evola-se, libra-se aos páramos onde está o vosso amado Filho, é o amor elevadíssimo que nos vem com Jesus.(...)"
 
( Bezerra de Menezes - FEB - 12/04/1900 )

 

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