28/Março/2002
OS AMIGOS ESTÃO MORRENDO ...
"Os professores também deveriam ter um relacionamento
mais próximo
com seus alunos. O tempo pode não permitir tal proximidade e a
estrutura
educacional pode não facilitá-la, mas, na medida do possível,
os professores
deveriam ter como meta ser amigos dos seus alunos, participando da história
deles. Os professores procuram o silêncio e a atenção
dos alunos. Contudo,
como um estranho pode fazer exigências tão grandes ?
Aqueles que investem tempo em ser amigos dos alunos, mesmo dos mais
agressivos e rebeldes, os conquistam, arrebatam o respeito deles. O silêncio
e a atenção deles têm outro prazer.
Respeitar os alunos como seres humanos e procurar conhecer, ainda que
com limites, algumas angústias e sonhos do mundo deles, torna-se
um bálsamo
intelectual, um perfume emocional que satura a relação.
As escolas deveriam
se tornar albergues, não apenas de sabedoria, mas também
de amigos. Porém,
infelizmente, às vezes impera a agressividade e a rigidez."
27/Março/2002
OS AMIGOS ESTÃO MORRENDO ...
"Os pais que apenas propiciam boas escolas para
os filhos e
regras de comportamento não conseguem estabelecer as diretrizes
de um relacionamento mais profundo com eles. Por sua vez,
os filhos que não procuram ter seus pais como amigos perdem uma
das mais ricas experiências existenciais. Os filhos que aprendem
a se abrir com seu spais, bem como a explorá-los, desarmá-los
e
conhecer a história deles, seus prazeres, fracassos, sucessos,
temores,
acabam se tornando arquitetos de uma relação doce e prazerosa."
26/Março/2002
OS AMIGOS ESTÃO MORRENDO ...
"Os pais que não têm como meta transformar
seus filhos em
amigos possuem um projeto educacional superficial. Aqueles
que objetivam tornar seus filhos seus amigos, que trocam experiências,
mesclam suas histórias, reconhecem erros, pedem desculpas e
procuram viver uma vida alegre e aberta com eles atingem um
sucesso existencial nobilíssimo."
25/Março/2002
OS AMIGOS ESTÃO MORRENDO ...
"Quem vive sem amigos pode ter poder e palácios,
mas vive só e triste.
Quem tem amigos, ainda que não tenha status e viva num casebre,
não se
sentirá só. A falta de amigos, deixa uma lacuna que dinheiro,
poder, cultura,
sucesso, não podem preencher.
Todos precisamos de amigos, os quais não compramos, mas conquistamos,
cultivamos. Muitos querem tê-los, mas não sabem como conquistá-los.
Os
amigos não são aqueles que gravitam em torno de nós,
que nos rodeiam pelo
que temos. Não, são aqueles que nos valorizam pelo que somos.
No mundo
biológico, os animais se agrupam pela necessidade instintiva de
sobrevivência.
Na nossa espécie, as amizades surgem por necessidades mais íntimas,
como
tentativa de superar a solidão.
22/Março/2002
TENDO PRAZER EM SUA HUMANIDADE
"Ele (Jesus), não era um estranho na multidão.
Não se comportava como
um extraterrestre, pelo contrário, ele gostava de se misturar e
de se
envolver
com todos os tipos de pessoas. Queria tanto ter amigos que preparou um
plano complexo para isso. Construiu pouco a pouco uma atmosfera
interpessoal objetivando que seus discípulos se tornassem mais
do que meros
alunos ou servos, mas seus amigos. Não bastava que o admirassem,
ele queria
ser amigo deles. Os discípulos o colocavam num pedestal inatingível,
mas
Cristo queria cruzar sua história com a deles."
21/Março/2002
TENDO PRAZER EM SUA HUMANIDADE
"O ser humano se envolve numa escalada paranóica
pelo poder. Muitos
homens querem ser políticos poderosos. Muitos políticos
querem ser reis.
Muitos reis querem ou quiseram ser deuses ao longo da história.
Contudo,
este Cristo que reivindicava ser filho de Deus e ter o segredo da vida
eterna
queria ser um homem, amava a condição humana. Que contraste
!"
20/Março/2002
A SOLIDÃO SOCIAL E A SOLIDÃO INTRAPSÍQUICA
"O homem tem uma necessidade intrínseca de
superar a solidão em seus
amplos aspectos; todavia, ele não é muito eficiente nisso.
Cristo tinha
momentos
preciosos em que se interiorizava. Suas meditações contínuas
indicavam que
ele
atribuía uma importância significativa ao caminhar nas trajetórias
do seu
próprio
ser. Sempre encontrava tempo para ficar a sós consigo mesmo. Entretanto,
é
difícil investigar o que se passava dentro dele nesses momentos."
19/Março/2002
A SOLIDÃO SOCIAL E A SOLIDÃO INTRAPSÍQUICA
"Muitos não apenas desenvolvem a solidão
social, a solidão de estar
próximo fisicamente e, ao mesmo tempo, distante interiormente das
pessoas
que o cercam, mas também a solidão intrapsíquica,
de abandonar-se a si
mesmo, de não dialogar consigo mesmo, de não discutir os
próprios
problemas, dificuldades, reações.
Quem não se interioriza e aprende a discutir com liberdade e honestidade
as suas próprias dificuldades, conflitos, metas, projetos, abandona-se
a si
mesmo na trajetória existencial. Vivemos numa sociedade tão
estranha que
não achamos tempo nem para nós mesmos. Uma pessoa que não
se repensa
e não dialoga consigo mesmo perde os parâmetros de vida e,
consequentemente, pode se tornar rígida e implacável com
seus próprios
erros e propor para si mesmo metas inatingíveis que a imergem numa
esfera
de sentimento de culpa, ou, ao contrário, pode se alienar e não
possuir
qualquer meta ou projeto social e profissional."
18/Março/2002
A SOLIDÃO SOCIAL E A SOLIDÃO INTRAPSÍQUICA
"O homem moderno é um ser solitário,
isolado dentro de sua própria
sociedade, um homem que sabe que tem fragilidades, insegurança,
temores,
momentos de hesitação e apreensão, mas tem medo de
reconhecê-los, de
assumi-los e de falar sobre eles. Tem consciência da necessidade
de falar de
si mesmo, contudo opta pelo silêncio e faz dele seu melhor companheiro.
Como disse, muitos vão ao psiquiatra e psicoterapeuta, não
porque estão
doentes, ou pelo menos seriamente doentes, mas porque não têm
ninguém
para conversar abertamente sobre suas crises existenciais."
14/Março/2002
ECONOMIZANDO PALAVRAS E DISCURSANDO
COM GESTOS ...
"Muito se escreveu sobre Cristo, bem como foram
feitos diversos filmes
e peças teatrais sobre ele. Várias obras retrataram o mestre
da escola da
existência de maneira muito superficial, pois não levaram
em consideração a
sua extraordinária inteligência. Ele é o personagem
mais comentado do mundo,
todavia, muitos não compreenderam que ele transmitiu ricas mensagens,
não
apenas pelo que falou, mas pelo que não falou, pela eloqüência
dos seus
gestos e dos seus momentos de silêncio."
12/Março/2002
ECONOMIZANDO PALAVRAS E DISCURSANDO COM GESTOS ...
"Se um pai foi comum, racional, crítico e
explicativo com um filho, ele
entedia a relação interpessoal e se torna pouco eficiente
como educador.
Porém, se o surpreender continuamente com gestos inesperados, com
momentos de silêncio, com diálogos incomuns, com elogios
agradáveis,
certamente ao longo dos meses ele conquistará esse filho e o ajudará
a
reconstruir sua história. Muitos pais nunca entraram no mundo dos
seus
filhos e muitos filhos nunca tiveram o prazer de conhecer seus pais
intimamente. Sair do relacionamento superficial e previsível e
construir um
relacionamento que tenha raízes é uma tarefa brilhante.
Conquistar o outro
é uma arte, principalmente se o outro for uma pessoa difícil."
08/Março/2002
DAR A OUTRA FACE ...
"O mundo moderno é violento. A televisão
transmite programas violentos.
A competição profissional é violenta. Em muitas escolas
clássicas, onde
deveria reinar o saber e a tolerância, a violência tem sido
cultivada.
Violência
gera violência. SPINOZA, um dos pais da filosofia moderna, que era
judeu,
expressou que JESUS CRISTO era sinônimo de sabedoria e que as
sociedades envolvidas por guerras de espadas e guerras de palavras poderiam
encontrar nele uma possibilidade de fraternidade."
07/Março/2002
DAR A OUTRA FACE ...
"Com essas palavras (Dar a outra Face), Cristo implodiu
os paradigmas
que até hoje se arraigam na sociedade, que expressam que a violência
deve
ser combatida com a violência. O mestre da escola da existência
demonstrou
que a força está na tolerância, na complacência
e na capacidade de conduzir
o outro a se interiorizar."
06/Março/2002
DAR A OUTRA FACE ...
"Cristo, através do discurso de dar a outra
face, queria proteger a
pessoa
agredida, fazê-la transcender a agressividade imposta pelo outro
e, ao mesmo
tempo, educar o agressor, levá-lo a perceber que a sua agressividade
é um
sinal de fragilidade. Nunca o agressor foi combatido de maneira tão
intensa
e tão elegante !!
Na proposta de Cristo, o agressor passa a revisar a sua história
e a
compreender que ele se esconde atrás de sua violência."
05/Março/2002
DAR A OUTRA FACE ...
"Quando Cristo queria mostrar a necessidade vital
da tolerância nas
relações sociais, ele não proferia inúmeras
aulas sobre o assunto, mas
novamente usava gestos surpreendentes. Ele dizia que se alguém
batesse
numa face era também para oferecer a outra, e por diversas vezes
ele deu
a outra face para seus opositores, ou seja, não revidava quando
o agrediam
ou o ofendiam. Cristo não falava da face física, da agressão
física que
compromete a preservação da vida. Ele falava da face psicológica."
04/Março/2002
UM AGRADÁVEL CONTADOR DE ESTÓRIAS ...
"Cristo não tinha receio de falar de si mesmo
e da história de seus
discípulos. Ele dinamizava as relações interpessoais.
Para esse contador
de histórias, ensinar não era uma fonte de tédio,
de stress, de obrigação,
mas uma aventura doce e prazerosa ..."
01/Março/2002
UM AGRADÁVEL CONTADOR DE ESTÓRIAS ...
"Em muitas escolas, os alunos, os professores e
o conhecimento que
transmitem estão em mundos diferentes. Um não entra no mundo
do
outro. Os alunos não entram na história dos professores,
os professores
não entram na história dos alunos, e ambos não entram
na história do
conhecimento, ou seja, nas dificuldades, nos problemas, nas dúvidas
que os cientistas e pensadores viveram para produzir o conhecimento
que é transmitido friamente em sala de aula. Na escola da existência
de
Cristo era diferente. Ele conseguia transportar seus alunos para dentro
do conhecimento que transmitia. Eles penetravam na história de
Cristo
e vice-versa."
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