28/Junho:
ABRINDO AS JANELAS DA MENTE ...
"A hierarquia proposta por Cristo
era, na realidade, uma anti-hierarquia, uma apologia à tolerância,
à solidariedade, a metas coletivas, à cooperação
e à integração social. O maior é aquele que
mais serve, que mais honra, que mais se preocupa com os outros."
27/Junho:
ABRINDO
AS JANELAS DA MENTE ...
"... com seu gesto chocante, o mestre penetrou nas entranhas do seu
ser e os vacinou, com exímia inteligência, contra as raízes
mais íntimas da competição predatória. Ao
descer no nível dos pés de seus seguidores, ele golpeou
profundamente o orgulho e a arrogância de cada um deles.
Os pés são os condutores da trajetória existencial.
Cristo queria expressar que nessa sinuosa e turbulenta trajetória
da vida, os seres humanos deveriam lavar os pés uns dos outros,
ou seja, deveriam cooperar, serem tolerantes, perdoar, suportar, cuidar,
proteger e servir uns aos outros. São lições profundas
e dificílimas de serem aprendidas."
26/Junho:
O MESTRE ALARMA SEUS DISCÍPULOS COM AÇÕES
IMPENSÁVEIS ...
"Cristo teve o desprendimento de lavar os pés dos seus discípulos.
Só uma mãe é capaz de ter um gesto tão amável
e espontâneo como o dele. Com essa atitude eloqüente, economizou
milhões de palavras e se notabilizou não apenas como um
mestre inteligente e sofisticado, mas como o 'Mestre dos Mestres' da bela
e imprevisível existência humana. Silenciosamente, vacinou
os seus discípulos contra a ditadura do preconceito, contra qualquer
forma de discriminação, bem como contra a competição
predatória, o individualismo, a paranóia compulsiva de ser
o número um, que é um dos fenômenos psicossociais
mais comuns e doentios da sociedade moderna. Tal paranóia, em vez
de contribuir com a eficiência intelectual, pode tanto abortar a
criatividade como gerar uma contração do prazer pela existência.
É possível ser o número dois, cinco ou dez com dignidade
em qualquer atividade social e profissional. É possível
até se despreocupar com qualquer tipo de classificação
e exercer com naturalidade as atividades humanas dentro das próprias
limitações que cada um possui. É possível,
em algumas esferas, ir ainda mais longe, ou seja, colocar as metas coletivas
acima das individuais. Esse era o ardente desejo de Cristo."
20/Junho:
O MESTRE ALARMA SEUS DISCÍPULOS COM AÇÕES
IMPENSÁVEIS ...
"Pedro ficou tão perplexo que quis impedir-lhe o gesto. Ele
não compreendeu nem suportou a humildade do mestre. Há pouco
tempo o próprio Pedro o havia reconhecido como o filho do Deus
vivo que era 'um com o Pai'. Ele poderia indagar: como pode alguém
que considerei como Deus infinito lavar os pés de um pequeno homem
finito ? Cristo abalou os alicerces da sua mente. E, sem dizer nada, fez
Pedro e seus amigos repensarem profundamente suas histórias de
vida. Pedro estava tão atônito que disse que era ele quem
deveria lavar os pés de Cristo. Todavia, Cristo foi incisivo, dizendo
que se não lavasse os pés de Pedro, esse não teria
parte com ele."
19/Junho:
O MESTRE ALARMA SEUS DISCÍPULOS COM AÇÕES
IMPENSÁVEIS ...
"Na sua época, os calçados não
eram fechados, a higiene era pouca e o pó era intenso, pois não
havia calçamento nas ruas. A grossa camada de sujeira dos pés
daqueles pescadores não era um problema para alguém que
conhecia a arte da humildade no seu patamar mais sublime. Ele tinha tanto
uma coragem incomum para vencer o medo e a dor como para ser humilde e
envolver as pessoas.
Imagine um grande empresário tendo uma atitude dessa diante de
seus empregados. Imagine um juiz lavando os pés de um réu
ou um reitor de uma universidade cingindo os lombos com uma toalha e procurando
os calouros da sua escola, tão inibidos com o novo ambiente, para
lavar seus pés. É difícil imaginar. Os gestos de
Cristo são impensáveis, surpreendentes."
17/Junho:
O MESTRE ALARMA SEUS DISCÍPULOS COM AÇÕES
IMPENSÁVEIS ...
"Em Roma, os imperadores queriam que os homens se
prostrassem aos seus pés e os considerassem divinos. Em Jerusalém,
havia alguém que foi reconhecido como "Filho de Deus",
mas, ao invés de exigir que os homens se prostrassem aos seus pés,
ele se prostrou aos pés deles. Que contraste ! Não são
apenas as palavras de Cristo que não têm precedente histórico,
mas também os gestos."
14/Junho:
O MESTRE ALARMA SEUS DISCÍPULOS COM AÇÕES
IMPENSÁVEIS ...
"... Diante disso, chegou o momento de esse Mestre intrigante dar-lhes
uma lição inesquecível. Quando todos o colocavam
nas alturas, inatingível, subitamente se inclinou em silêncio,
chegando ao nível dos pés dos seus discípulos. Tomou
calmamente uma toalha, colocou-a sobre seus ombros, pegou uma bacia de
água e, sem dizer palavra alguma, começou a lavar os pés
deles. Que cena impressionante ! Que coragem e despojamento !
Nunca ninguém que foi considerado tão grande se fez a si
mesmo tão pequeno ! Nunca ninguém com o indescritível
status de Deus fez um gesto tão humilde e singelo ! Nunca o silêncio
foi tão eloqüente ... Todos os discípulos ficaram perplexos
com sua atitude."
13/Junho:
O MESTRE ALARMA SEUS DISCÍPULOS COM AÇÕES
IMPENSÁVEIS ...
"No projeto de Cristo, as funções
sociais são mantidas. Os políticos, os empresários,
os intelectuais, os trabalhadores continuam desenvolvendo suas atividades
profissionais. Apesar da preservação das atividades sociais,
todos deveriam aprender a despojar-se da necessidade de estar acima dos
outros, todos deveriam aprender a exercer a cidadania e a solidariedade
em seus amplos aspectos. As mudanças que ele propõe são
de dentro para fora e não o contrário. Cristo indicava claramente
que qualquer mudança exterior sem uma reorganização
interior seria mera maquiagem social."
12/Junho:
RECICLANDO A COMPETIÇÃO PREDATÓRIA
...
"O ser humano ama ser servido e reconhecido pelos
outros. Ama estar acima dos seus pares, aprecia o brilho social. Alguns
usam até a prática do 'coitadismo' para ter privilégios.
Usam a humildade como pretexto, ainda que inconsciente, para que as pessoas
gravitem em torno deles pela miséria ou dó que inspiram.
A prática do 'coitadismo' engessa a inteligência. E quando
presente nos pacientes com transtornos psíquicos, dificulta até
a resolução de doenças totalmente tratáveis.
Por isso, costumo dizer que o grande problema não é a doença
do doente, mas o doente da doença, ou seja, a atitude frágil
do 'eu' diante das doenças psíquicas.
Cristo era contra a prática do 'coitadismo'. Rejeitava até
mesmo qualquer tipo de sentimento de dó que as pessoas tivessem
em relação a ele. Sua humildade e simplicidade eram conscientes.
Ele não queria formar homens dignos de dó, mas homens lúcidos,
seguros e coerentes."
11/Junho:
RECICLANDO A COMPETIÇÃO PREDATÓRIA
...
"Cristo não eliminava a busca de metas pessoais, a conquista
de uma recompensa mais elevada. Ele evidenciava que havia uma recompensa
superior para aqueles que atingissem a maturidade interior. As metas continuam
existindo, porém, os processos para atingi-las são contrários
ao que aprendemos.
Aquele que quer ser o maior tem que se fazer menor. Aquele que quer ser
grande deve ser o que mais serve. Aquele que quer ter posição
privilegiada deve ser o que mais valoriza e honra as pessoas desprezadas.
Onde vemos um modelo social como esse ? Nem os socialistas, no ápice
de seus pensamentos, sonharam com uma sociedade tão solidária."
10/Junho:
RECICLANDO A COMPETIÇÃO PREDATÓRIA
...
"O capitalismo sobrevive da competição. Sem esse processo,
o capitalismo estaria morto. A competição estimula o desempenho
intelectual e melhora a qualidade de produtos e serviços. Todavia,
quando é predatória, ou seja, quando considera as metas
a serem atingidas mais importantes do que o processo utilizado para atingi-las,
torna-se desumana e destrutiva. A competição predatória
anula os valores altruístas da inteligência, anula a humanidade
dos competidores."
07/Junho:
RECICLANDO A COMPETIÇÃO PREDATÓRIA
...
"O pensamento de Cristo vira de cabeça para baixo os paradigmas
do mundo moderno. Nele não há espaço para a competição
predatória. No seu projeto, o individualismo é uma atitude
desinteligente. Ele estabelece avenidas de um modelo inovador de relacionamento.
Entre seus princípios fundamentais estão aprender a cooperar
mutuamente e aprender a se doar sem esperar a contrapartida do retorno."
06/Junho:
RECICLANDO A COMPETIÇÃO PREDATÓRIA
...
"As metas de Cristo não poderiam ser cumpridas
se houvesse um clima de competição predatória e individualismo
entre seus discípulos. A presença desse clima destruiria
completamente a construção da história de amor, da
unidade, da sabedoria, da solidariedade que ele propunha. Como Cristo
poderia transformar intrinsecamente o homem, se a tendência natural
dele é se colocar acima dos outros e querer que o mundo gire primeiramente
em torno das suas próprias necessidades ? Reverter esse quadro
era um dos maiores e mais difíceis desafios de Cristo, que muitos
tentaram vencer, mas foram derrotados."
05/Junho:
METAS TÃO OUSADAS PARA UMA HUMANIDADE LIMITADA
...
"Somente o amor torna as pessoas insubstituíveis, especiais,
ainda que não tenham status social ou cometam erros e experimentem
fracassos ao longo da vida.
Qualquer mestre deseja que seus discípulos se tornem sábios,
tolerantes, criativos e inteligentes. A bela Academia de Platão
tinha no máximo essas exigências. As teorias educacionais
e psicopedagógicas de hoje têm uma exigência menor
ainda, pois não incluem a conquista da tolerância e da sabedoria
na sua pauta. Nem o inteligente PIAGET colocou tais metas em sua pauta
intelectual. Contudo, Cristo foi mais longe que a Academia de Platão
e que as metas educacionais da modernidade.
Os que seguiam o MESTRE dos MESTRES tinham que aprender a não apenas
destilar sabedoria nos invernos da vida, percorrer as avenidas da tolerância,
e expandir a ARTE de PENSAR, mas também aprender a mais nobre de
todas as artes, a ARTE de AMAR. Ninguém teve metas tão elevadas
para uma humanidade tão limitada ... "
04/Junho:
METAS TÃO OUSADAS PARA UMA HUMANIDADE LIMITADA
...
"Suas palavras e atitudes são como um sonho para as sociedades
modernas que mal conseguem escalar alguns degraus da cidadania e do humanismo.
Se transportarmos o pensamento de Cristo para a atualidade, podemos inferir
que ele queria construir, na humanidade, uma esfera tão rica afetivamente
que o ser humano deixaria de ser um mero 'nome', 'conta bancária',
'título acadêmico', 'número de identidade', e passaria
a ser UMA PESSOA INSUBSTITUÍVEL, singular e verdadeiramente amada."
03/Junho:
METAS TÃO OUSADAS PARA UMA HUMANIDADE LIMITADA
...
"Cristo falava de um amor estonteante. Um amor que irriga o sentido
de vida e o prazer da existência. Um amor que se doa, que vence
o medo, que supera as perdas, que transcende as dores, que perdoa.
Ele vivenciou esta história de amor. O amor aplainava suas veredas,
fazia-o sentir-se satisfeito, sereno, tranqüilo, seguro, estável,
em detrimento dos longos e dramáticos invernos existenciais que
vivia.
A uns ele dizia 'não chores', a outros 'não temas' e ainda
a outros 'tenham bom ânimo'. Estava sempre animado, consolando,
compreendendo e envolvendo as pessoas e encorajando-as a superar seus
temores, desesperos, fragilidades, ansiedades. Cristo demonstrou uma disposição
impensável de amar, mesmo no ápice da dor."
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