30/Abril/2002
O MAIS ALTO PATAMAR DE AMOR, TOLERÂNCIA E RESPEITO
...
"Se tivéssemos a capacidade de amar as pessoas
que nos frustram,
prestaríamos um grande favor a nós mesmos. Deixaríamos
de ficar
angustiados por elas e as veríamos sob outra perspectiva, não
mais como
inimigas. Diminuiríamos os níveis de estresses e evitaríamos
alguns sintomas
psicossomáticos. O diálogo, o respeito, a afetividade e
a solidariedade
floresceriam como num jardim. A compreensão do comportamento do
outro seria mais nobre. Que técnicas de psicologia poderiam nos
arrebatar
para tal qualidade de vida se, freqüentemente, queremos que o mundo
gravite primeiro em torno de nossas necessidades, para depois considerarmos
a necessidade dos outros ?"
29/Abril/2002
O MAIS ALTO PATAMAR DE AMOR, TOLERÂNCIA E RESPEITO
...
"Somente uma pessoa que é apaixonada pela
vida e pelo ser humano e,
além disso, é tranqüila e segura, supera com dignidade
as frustrações sociais
e gerencia com exímia habilidade seus pensamentos nos focos de
tensão.
Somente ela pode viver o padrão proposto por Cristo, pode ser livre
em
sua emoção, pode ter possibilidades de amar as pessoas que
a aborrecem.
Nem a psiquiatria moderna sonhou com um ser humano com um padrão
tão alto em sua personalidade."
26/Abril/2002
O MAIS ALTO PATAMAR DE AMOR, TOLERÂNCIA E RESPEITO
...
"Como é possível amar os inimigos
? Quem tem estrutura emocional para
isso ?
Como é possível amar alguém que nos frustrou, nos
decepcionou, falou
injustamente contra nós ? Algumas pessoas nem conseguem amar a
si mesmas,
pois não têm o mínimo de auto-estima, vivem se destruindo
com sentimento de
culpa e inferioridade. Outras amam seus amigos, mas com uma emoção
frágil e
sem raízes, pois, ao mínimo sinal de frustração,
elas os excluem de suas
vidas.
Outras ainda têm uma emoção mais rica e estável
e constróem amizades
duradouras que suportam os invernos existenciais. Todavia, são
incapazes de
amar alguém além do seu círculo de amigos, por isso
são exclusivistas, não
aceitam intrusos em seu grupo social.
Se não poucas vezes nosso amor é condicional, instável
e exclusivista,
como
é possível amar os inimigos ? Nenhum humanista chegou a
tal ambição.
Provavelmente ninguém que proclamou a necessidade de preservar
os direitos
humanos foi tão longe como Cristo, estabeleceu um padrão
de relacionamento
tão alto como o que ele propôs."
25/Abril/2002
O MAIS ALTO PATAMAR DE AMOR, TOLERÂNCIA E RESPEITO
...
"Cristo tinha uma meta tão elevada sobre
o amor, que tanto seu discurso
como suas atitudes ultrapassavam os limites da lógica psicológica.
Certa
vez disse: 'Ouviste o que foi dito: Amarás o teu próximo
e odiarás o teu
inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e orai pelos
que
vos perseguem ... Se amardes somente os que vos amam, que diferença
faríeis ?'. Com essas palavras, Cristo atingiu os limites mais
altos e, ao
mesmo tempo, mais impensáveis do amor, da tolerância e do
respeito humano."
24/Abril/2002
O MAIS ALTO PATAMAR DE AMOR, TOLERÂNCIA E RESPEITO
...
"Coloque dez alunos numa universidade, durante três
anos e meio, que foi
o tempo que Cristo esteve com seus discípulos, tente ensiná-los
a se amarem
uns aos outros. Dê palestras, promova debates e conduza esses alunos
a lerem
todo tipo de literatura sobre o amor. Veja o resultado. Provavelmente,
no final
desse período, eles não estarão se amando, mas guerreando
uns com os outros,
discutindo quem tem mais conhecimento sobre o amor, quem discorre melhor
sobre ele. Serão mestres no discurso sobre o tema 'amor', mas dificilmente
aprenderão a mais difícil de todas as artes, a de amar.
Aprendê-la exige mais
do que cultura e eloqüência."
23/Abril/2002
AS NECESSIDADES UNIVERSAIS ...
"O clima era ameaçador, capaz de tirar o
sono de qualquer um. A cúpula
judaica já havia armado diversos esquemas para prendê-lo
e matá-lo.
Do ponto de vista lógico, não havia espaço para Cristo
se preocupar com
outra coisa a não ser com a sua própria segurança.
Entretanto, apesar da
tensão exterior, ele não se deixava perturbar. O mundo à
sua volta estava
agitado, mas ele se mostrava tranqüilo e ainda tinha tempo para discorrer
com seus íntimos sobre um amor transcendental, um amor que lança
fora
todo medo. Como é possível alguém que está
rodeado de ódio discursar
sobre o amor ?
Cristo estava para ser eliminado da terra dos viventes, todavia ainda
cuidava carinhosamente daqueles galileus que tantas vezes o decepcionavam.
Preparava-os para serem fortes e unidos, em detrimento do drama que ele
atravessaria. Equipava-os para que aprendessem a Arte de Amar.
Ele discursava sobre um amor difícil de ser investigado, que está
muito
além dos limites da sexualidade, dos interesses particulares. Um
amor que
se doa e que se preocupa mais com os outros do que consigo mesmo."
22/Abril/2002
AS NECESSIDADES UNIVERSAIS ...
"Cristo discursava sobre um amor estonteante, um
amor que gera uma
fonte de prazer e de sentido existencial. Aquele simples homem de Nazaré,
que teve tantas dificuldades na vida, que sofreu desde a infância
e, quando
adulto, não tinha onde reclinar a sua cabeça, não
apenas destilou sabedoria
da sua dor e extraiu poesia da sua miséria, mas ainda achou fôlego
para
falar de um amor arrebatador: 'Amai-vos uns aos outros como eu vos amei'."
19/Abril/2002
AS NECESSIDADES UNIVERSAIS ...
"O que mais somos em grande parte do nosso tempo?
Homens ou mulheres,
machos e fêmeas ? Se estudarmos a construção da inteligência
e as necessidades
psíquicas fundamentais, constataremos que na maior parte de nosso
tempo,
provavelmente noventa por cento, não somos nem machos nem fêmeas,
homens
ou mulheres, mas apenas seres humanos, que possuem necessidades universais.
(...) Amar é provavelmente a necessidade universal mais sublime
e mais difícil de
ser atendida. Os romancistas discursaram sobre o amor, os poetas o proclamaram,
mas na prática não é fácil conquistá-lo."
18/Abril/2002
AS NECESSIDADES UNIVERSAIS ...
"(Sigmund) Freud, na teoria da psicanálise,
deu ênfase à sexualidade. O
instinto sexual e os conflitos gerados por ele estão no cerne de
muitos
textos
psicanalíticos. Não há dúvida de que determinados
conflitos sexuais estão na
base de algumas doenças psíquicas. Contudo, a tese freudiana
de que todos
os fenômenos inconscientes se explicam por experiências infantis
ligadas à
libido (energia sexual) é limitada e inaceitável. Temos
que considerar o ser
humano além dos limites da sexualidade, além dos limites
dualistas da
relação
homem-mulher, e o compreendermos na sua totalidade, de forma a podermos
ir ao encontro de suas necessidades universais."
17/Abril/2002
PRESERVANDO A UNIDADE ...
"Cristo, enquanto estava com seus discípulos,
ensinou-lhes a superar
o medo, as dores, a investir em sabedoria, a desenvolver a arte de pensar
e muitas outras funções ricas da inteligência. Desta
forma, eles obtiveram
subsídios para caminhar pelas avenidas da unidade, bastando trafegar
por elas."
16/Abril/2002
PRESERVANDO A UNIDADE ...
"Na unidade proposta por Cristo os discípulos
conquistam uma esfera
afetiva tão sofisticada que recebem o nome de irmãos. É
muito estranho
aplicar essa palavra "irmãos" a pessoas que não
participam dos mesmos
laços genéticos ou da mesma história familiar desde
a mais tenra infância.
Pois bem, o clima produzido entre os discípulos de Cristo era irrigado
com
um amor tão elevado e difícil de ser explicado que os tornavam
membros
de uma família. Uma família que está além
dos limites dos laços genéticos,
que é não um mero grupo social reunido, mas que possui a
mesma
história interior, na qual cada membro torce pelo outro e contribui
para
promover seu crescimento interior.
Aqueles homens que nunca pensaram em se doar pelos estranhos e que
eram tão individualistas passaram a se chamar carinhosamente de
irmãos.
Pedro, que era inicialmente tão rude em sua personalidade, chamou
a
Paulo de amado irmão em sua segunda epístola. Eles aprenderam
pouco
a pouco a superar as dificuldades e preservar a unidade, que é
como um
canteiro, cultivado pela prática do amor transcendental."
15/Abril/2002
PRESERVANDO A UNIDADE ...
"O individualismo é um fenômeno intelectual
espontâneo e não exige
esforço para alcançá-lo. Além disso, ele não
gera um prazer tão rico como
o prazer coletivo, quando se está entre amigos, quando a unidade
é
cristalizada. Quem preserva a unidade se torna especial por dentro e comum
por fora. Quem ama o individualismo se torna especial por fora, mas
superficial por dentro."
12/Abril/2002
PRESERVANDO A UNIDADE ...
"Excluir, discriminar, dividir, romper são
habilidades intelectuais
fáceis
de se aprender. Uma criança de cinco anos de idade já tem
todas essas
habilidades em sua personalidade. Porém, INCLUIR, COOPERAR,
considerar as necessidades do outro e preservar a unidade exigem
maturidade da inteligência, exigem compreender que o mundo não
deve
girar em torno de si mesmo, exige desenvolver um paladar emocional
refinado, no qual se tenha prazer em se doar para o outro."
11/Abril/2002
PRESERVANDO A UNIDADE ...
"Para preservar a unidade proposta por Cristo, as
disputas e as
discriminações deveriam ser abortadas. Além disso,
para preservá-la
seria necessário aprender a sofrer as perdas em prol dela. Nenhuma
unidade sobrevive sem que as pessoas que a procuram estejam
dispostas a sofrer determinadas perdas para sustentá-la. Até
porque
não é possível haver relações humanas
sem haver também decepções.
Portanto, para que a unidade tivesse raízes, era necessário
trabalhar
as perdas e as frustrações e apreciar as metas coletivas
acima das
individuais."
10/Abril/2002
PRESERVANDO A UNIDADE ...
"Cristo não queria que seus discípulos
estivessem sempre juntos no
mesmo espaço físico, mas no mesmo sentimento, na mesma disposição
intelectual, na mesma meta. Ambicionava uma unidade que todas as
ideologias políticas sonharam e jamais conseguiram. Uma unidade
que
toda empresa, equipe esportiva, universidade e sociedade almejam, mas
nunca conseguem. Queria que fossem unidos na essência intrínseca
do ser.
A unidade que Cristo proclamava eloqüentemente não anulava
a
identidade, a personalidade. As pessoas apenas sofreriam um processo
de transformação interior que subsidiaria uma unidade tão
elevada que
estancaria o individualismo e sobreviveria a todas as suas diferenças.
Juntas, unidas, elas desenvolveriam as funções nobres da
inteligência.
Cada pessoa continuaria sendo um ser complexo, com características
particulares, mas na essência intrínseca, elas seriam uma.
Nesta unidade
cooperariam mutuamente, serviriam umas às outras, se tornariam
sábias
e levariam a cabo o cumprimento do propósito do seu Mestre."
09/Abril/2002
VIVENDO COM PRAZER ...
"As relações sociais têm sido
pautadas pela frieza e pela
impessoalidade.
Todos temos necessidade de construir relacionamentos sem maquiagens,
abertos e desprovidos de interesses ocultos. Temos uma necessidade vital
de superar a solidão. Todavia, o prazer pelo diálogo está
morrendo.
A indústria do entretenimento nos aprisionou dentro de nossas próprias
casas, dentro dos nossos escritórios. Estamos ilhados no videocassete,
na
TV e nos Computadores. Nunca houve uma geração como a nossa,
que
tem tanto acesso a diversas formas de entretenimento, todavia, conhece
como nenhuma outra, a solidão, a ansiedade e a insatisfação."
08/Abril/2002
VIVENDO COM PRAZER ...
"Cristo era simples e sem formalidades, por isso
envolvia qualquer tipo
de pessoa em qualquer ambiente. Muitos não conseguem nem sabem
como
fazer amigos, mas o Mestre de Nazaré era um especialista em construir
relações sociais saudáveis. Ele atraía os
homens para si e os transformava
em seus amigos íntimos pelas ricas características de sua
personalidade,
principalmente sua amabilidade, sociabilidade e inteligência instigante."
05/Abril/2002
VIVENDO COM PRAZER ...
"Cristo se regalava quando estava à mesa.
Estendia seus braços
folgadamente sobre ela, o que indica que não tinha muitas formalidades,
procurando sempre a espontaneidade.
Naquela época, não havia restaurantes, mas se ele tivesse
vivido nos
dias de hoje, certamente teria visitado muitos deles com seu amigos,
e aproveitaria os ambientes descontraídos que as refeições
propiciam
para proferir algumas das suas mais importantes palavras. De fato, ele
proferiu alguns dos seus mais importantes pensamentos e teve alguns dos
seus mais relevantes gestos, não nas sinagogas judias, mas junto
a
uma mesa."
04/Abril/2002
VIVENDO COM PRAZER ...
"Engana-se quem acha que Cristo tinha uma vida enclausurada,
fechada,
tímida e triste. Ele era totalmente sociável. Contudo, em
alguns momentos,
sentia a necessidade de se isolar socialmente. Mas isto só ocorria
quando
tinha necessidade íntima de meditar.
Quem não tem estes momentos aprisiona a sua emoção
e não supera a
solidão intrapsíquica. Uma das mais belas aventuras que
o homem pode
empreender é velejar dentro de si mesmo e explorar seus territórios
mais
ocultos. Cristo era um caminhante nas trajetórias do seu próprio
ser. Tinha
prolongados momentos de reflexão, meditação e oração.
É difícil a
psicologia emitir opinião sobre o que ocorria com ele nesses momentos,
mas, provavelmente, havia um reencontro consigo mesmo, com o Pai
que ele expressava estar em seu interior, com sua história, com
seu
propósito transcendental.
Nesses momentos ele restabelecia suas forças e refazia suas energias
para enfrentar as enormes turbulências da vida."
03/Abril/2002
PROCURANDO AMIGOS E NÃO SERVOS ...
"João, o discípulo, foi um amigo íntimo
de Cristo. Ele teve o prazer e
o aconchego da sua amizade. O desejo do mestre em ter amigos o marcou
tanto que, mesmo quando velho, ele não se esqueceu de registrar
em seu
evangelho os três momentos em que Cristo chama seus discípulos
de amigos.
Muitos dos que o seguiram ao longo das gerações não
enxergaram essa
característica. Eles não compreenderam que Cristo procurava
mais do que
servos, mais do que admiradores, mais do que homens prostrados aos seus
pés, mas amigos que amassem a VIDA e se relacionassem intimamente
com ele."
02/Abril/2002
SUPERANDO A SOLIDÃO: FAZENDO AMIGOS ...
"O mestre da escola da existência era diferente.
Tinha uma relação
estreita com seus discípulos, era agradável e confiável.
Conseguia, como
exímio terapeuta, perceber os conflitos mais ocultos e estimulá-los
a se
repensarem. Ele, mais do que qualquer terapeuta, poderia exigir distância
e até reverência por parte dos seus discípulos, pois
eles o consideravam o
filho do DEUS Altíssimo. Entretanto, fazia questão de quebrar
todas as
barreiras e todas as distâncias entre eles. Cristo queria que as
relações
com seus discípulos fossem regadas a empatia, confiabilidade e
proximidade."
01/Abril/2002
SUPERANDO A SOLIDÃO: FAZENDO AMIGOS ...
"Um dia, uma professora me disse que não
suportava mais seus alunos
e que tinha perdido o prazer de dar aulas. Estimulei-a a penetrar no mundo
deles e perceber que mesmo os mais rebeldes têm uma personalidade
complexa, um mundo a ser descoberto. Disse-lhe que logo se tornariam
adultos e que ela não poderia perder a oportunidade de contribuir
para
enriquecer-lhes a história. Encorajada, começou a entrar
no mundo dos
seus alunos e conseguir conquistá-los."
|