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BIOGRAFIA RESUMIDA ALESSANDRO ELOY BRAGA
NASCIMENTO: 06 de Dezembro de 1973 - Brasília
- DF FORMAÇÃO: UCB - Graduação e Mestrado em
Educação. Alessandro Eloy Braga nasceu em 06 de dezembro de 1973, em Brasília-DF, filho de Aires Braga e Amélia Eloy Santana Braga. Além do ofício de Professor, faz incursões pela escrita da poesia e da crônica. Já teve uma banda de indie rock, chamada "Postal Blue", com a qual gravou dois CDs, lançados por uma gravadora independente, a 'Drive in Records', da Califórnia-EUA. Atualmente, no que se refere à música, faz pequenas apresentações de MPB, com voz e violão, em faculdades de Brasília, sozinho ou com o grupo "Poetas pela Paz" (www.poetaspelapaz.blogger.com.br) e tem feito algumas composições e apresentações com mais dois professores amigos: Carlos Luciano Coutinho e Tiago Nascimento Carvalho. FORMAÇÃO: ALESSANDRO ELOY BRAGA é graduado em Letras (1995) e Mestre em Educação (2001) pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Professor de Literatura na Faculdade Jesus Maria José (FAJESU), em Taguatinga-DF, e Coordenador Central de Linguagens e Códigos na Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Escritor, já publicou o livro de poemas "Madrigais Cantantes" (2001). Editor de periódicos acadêmicos em Brasília e do Folhetim "O Literário", mantido pela FAJESU, onde trabalha. Pesquisador sobre o problema do ensino e da aprendizagem de Literatura em escolas de ensino médio; já publicou resenhas na "Revista Universa", da Universidade Católíca de Brasília (UCB) e ensaios sobre o ensino de Literatura e a linguagem literária no "Caderno de Letras da FAJESU" e no "Caderno Acadêmico de Letras da Faculdade Cenecista de Brasília". Também é editor da "Revista MARGINAHLIA", que terá seu primeiro número publico em 2005, pela Faculdade Jesus Maria José-FAJESU. Escreve no blog "P'ra não
dizer que não falei das flores": www.falardeflores.blogger.com.br ARTIGOS PUBLICADOS NESTE PORTAL
"SOBRE BACTÉRIAS NAS GELADEIRAS E OUTRAS
IDIOTICES E INUTILIDADES" No último dia 31 de julho de 2005, como de costume nos últimos seis meses, o Fantástico veiculou uma reportagem sobre a existência e o acúmulo de bactérias na geladeira. O senhor Dr. Roberto Figueiredo ensinava ao público sobre a grande importância de lavar a geladeira toda semana, com água sanitária, para evitar que muitas bactérias ali comecem a residir. Essa reportagem é apenas mais uma, de uma série, que só falta nos dizer para tomarmos banho com água sanitária e álcool, a fim de ficarmos bem "higienizados". Coloquei-me, então, a indagar e a refletir acerca desse tipo de discurso sobre a "higiene" e sobre as influências e as conseqüências de um programa como esse na sociedade. Alguns poderão dizer que estou exagerando e sendo, até, trágico..., senão melodramático. O fato é que tal reportagem me remeteu imediatamente a um tipo de sociedade que já tenho visto no cinema e na literatura que me parecem ser previsões de um mundo totalmente possível. Isso é o que me assusta... !!! Pensar que poderemos chegar a uma sociedade organizada nos moldes daquelas apresentadas em filmes tais como O Demolidor, com Silvester Stallone, Gattaca, com Ethan Hawk, Equilibrium, com Christian Bale, 1984, baseado no livro de George Orwell, e o mais recente, A Ilha, com Ewan McGregor, é algo que me aterroriza. Por quê? Com um breve passeio pela literatura e pelo cinema que me parecem bem mais verdadeiros e reveladores do que a própria realidade concreta , observamos que tudo aquilo seja bom, seja ruim que vemos como previsão para a estruturação da sociedade futura, inicia-se com pequenas ações, decisões ou explorações da mídia, do governo, da iniciativa privada ou de manifestações equivocadas da sociedade civil. Não sou biólogo ou especialista em qualquer área que diga respeito ao assunto das bactérias, no entanto, sei que o corpo humano, naturalmente, desenvolve defesas contra estas bactérias e germes que estão presentes no nosso dia-a-dia; do contrário, morreríamos logo ao sair do útero materno e vir à luz (ou às trevas?). Fazer "terrorismo", como esse que está sendo feito aos domingos no Fantástico (e ele é um entre inúmeros programas de TV que fazem isso) me parece, além de violência, um modo de iniciar uma imposição comportamental na sociedade, que desembocaria numa sociedade "paranóica" em 30 ou 40 anos, isso além de usar o espaço midiático para discutir banalidades, enquanto temos tantas questões importantes que deveriam ser debatidas. Esse comportamento paranóico converter-se-ia em coisas que, hoje, pensamos ser impossíveis. Todavia, um breve lançar de olhos sobre os rumos que o comportamento humano está tomando mostra que tais previsões são totalmente possíveis e, quem sabe, até inevitáveis, cito: (1) o aumento do número de relacionamentos virtuais, sejam namoro, amizade e até sexo; (2) a fugacidade, a efemeridade e a superficialidade dos relacionamentos amorosos praticados por adolescentes, jovens e adultos; (3) o comportamento corrupto; (4) o egoísmo e o individualismo que dominam o ser das pessoas; (5) estudos e programas de TV tentando mostrar que ações comportamentais tão corriqueiras na vida humana, já praticadas há milênios e caracterizadoras da própria humanidade, são formas de transmitir doenças (o aperto de mãos, o abraço, o beijo e o ato sexual, por exemplo) por vírus, germes e bactérias, devendo, por isso mesmo, ser evitadas. Vende-se então a idéia de que "está fora de moda" ser honesto e companheiro; que é perigoso ter relacionamentos humanos que envolvam contatos físicos. Tudo deve ser feito a distância, virtualmente... Nosso futuro será a masturbação mental e sexual?! O medo do próximo?! O isolamento voluntário?!... Questiono-me sobre as prioridades temáticas em nossa sociedade pós-moderna, que a cada momento se afunda ainda mais na alienação, na idéia da incapacidade para mudanças do sistema, na existência centrada em objetivos de vida vazios, efêmeros, descartáveis, egoístas e materialistas, no exercício do hedonismo (em graus bem diferentes para cada classe social) como único sentido da vida. Se um programa de TV, que pode ser tomado como um dos cinco mais influentes e "importantes" da televisão brasileira, como o Fantástico (mas estendo minhas afirmações a toda a mídia), desperdiça o seu e o nosso tempo discutindo bactérias existentes nas geladeiras ou nas buchas de pia, discutindo os sentidos de maneira tão inútil e materialista, veiculando quadros de humor sem nenhum conteúdo e discutindo a qualidade dos sacos de lixo, então... só posso imaginar que o sentido da vida, realmente, se perdeu (ou será que nunca houve um legítimo?). Por que a TV não discute os sentidos como algo imprescindível à percepção da beleza e da poesia das coisas da natureza e, assim, procure despertar uma consciência ecológica e amadurecer a sensibilidade e a percepção do mundo; ou como forma das pessoas se aproximarem mais verdadeiramente uns dos outros, de demonstrarem amizade, afeto, carinho, amor? Por que não falar das bactérias que estão presentes no papel que jogamos na rua, no cuspe que damos ao chão, no lixo exposto a céu aberto nas esquinas e nos aterros sanitários e, ao mesmo tempo, por meio dos sentidos, não se tentar conscientizar as pessoas da importância de se "ver" as cidades limpas e de não "respirar" o ar poluído pelos gases que "flutuam no ar"? Por que, no lugar dos quadros de humor vazio, não são apresentadas obras adaptadas de contos da literatura universal, que transmitam e ajudem no despertar dos sentimentos e idéias importantes para a construção de uma sociedade mais verdadeira e mais justa? Por que insistir em discutir sintomas dos verdadeiros problemas sociais, como o egoísmo, a alienação e a covardia do status quo capitalista, no lugar de discutir os problemas educacionais e filosóficos dessa "sociedade de mercado"? Por que não fazer seis meses de reportagem mostrando a precariedade das escolas públicas do Brasil? Por que não discutir durante seis meses a subvalorização social e salarial dos professores, por exemplo? Por que não produzir quadros televisivos que discutam a necessidade da dignidade e da vivência dos valores morais? Por que não fazer um especial, de dez episódios, sobre a "evolução" da humanidade em seu processo de 'coisificação' do ser humano? Por que não discutir a triste capacidade do ser humano de usar sua inteligência e seu dinheiro, público ou não, para promover a violência, a alienação e as diferenças sociais? Por que teimamos em usar o mais poderoso veículo de comunicação da humanidade como instrumento de manutenção da ignorância, do egoísmo e do vazio humano? Sonho, enfim, em ver nos canais de massa, discussões sérias a respeito de valores morais, de virtudes, de sentimentos legítimos. Sonho em falar abertamente sobre dignidade, honestidade, humildade e solidariedade nos veículos de comunicação de massa, sem que para isso precise vestir a máscara da demagogia, provocando reflexões profundas e capazes de causar mudanças significativas na sociedade. Tudo isso é possível, sem ser piegas, sem ser tedioso, sem ser moralista ao contrário do que poderiam afirmar alguns , basta usar o riso e a lágrima, para falar de algo que seja realmente significativo, com uma proposta legítima para fazer repensar a existência humana. Basta entender que um povo com dignidade e formação educacional séria é um povo que vivencia a higiene corporal e moral, como algo absolutamente natural...! Porém, por enquanto, parece me restar apenas o sonho... Até quando ?! ALESSANDRO ELOY BRAGA,
31 anos, mora em Brasília-DF, onde é Professor de Literatura
na Faculdade Jesus Maria José (FAJESU) e Coordenador Central
de Códigos e Linguagens na Secretaria de Estado de Educação.
É Graduado em Letras e Mestre em Educação pela
Universidade Católica de Brasília. Já publicou
o livro de poemas Madrigais Cantantes (2001), ensaios e resenhas em
revistas acadêmicas do DF. COMENTÁRIO SOBRE O TEXTO 'BACTÉRIAS NAS GELADEIRAS...: (1) (...) Quanto ao "amigo
virtual", gostaria de esclarecer que não estou me referindo
a casos como os nossos, em que há quilômetros e quilômetros
nos separando. Também não falo das trocas de e-mails e
textos com amigos via um meio de comunicação tão
eficiente e rápido como é a Internet. Falo, na verdade,
isso talvez não tenha ficado claro no texto, daqueles que preferem
os relacionamentos virtuais a qualquer outro tipo de relacionamento
"presencial". Muito prazeroso é abraçar um amigo
e apertar-lhe a mão, a não ser que não se possa
fazer. Mas há quem não queira fazer e mais, que se esconde
atrás do monitor para ser alguém que não é.
Engana a si aos outros. Falo daqueles que estão, realmente, trocando
as relações humanas por relações virtuais.
Como tudo na vida, também a maravilha da tecnologia tem seu(s)
lado(s) negro. Já temos amigos(e -as), namoradas(os), emprego
e até escola e faculdade sem nos relacionarmos fisicamente com
ninguém. É cômodo, mas é um tanto frio e
sem vida, às vezes, não é?! (2) Me identifiquei muito
com o que foi escrito, tenho a mesma impressão de que o poder
da Globo pode direcionar a sociedade a ter um comportamento completamente
anti-humano. Já ouvi diversas pessoas falando sobre a dita esponja,
sobre as bactérias na geladeira.... Parabéns pelo texto...e continue escrevendo com este senso crítico, muito importante para abrir os olhos de algumas pessoas!!! Daily Rezende - CAMPINAS-SP (3) Parabéns, Prof. Alessandro, pelas colocações em seu texto. Sou bióloga e concordo plenamente com a sua opinião sobre os exageros cometidos no programa Fantástico, em relação às bactérias. Um Grande Abraço |
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