Túnis
- 16 a 18 de Novembro de 2005
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PALESTRA
DE ABERTURA DO SECRETARIO-GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS
KOFI ANNAN
Tunis,16 November 2005
Presidente Ben Ali, Excelências, Senhoras e Senhores,
Eu elogio nossos anfitriões - o presidente Ben Ali, o governo e o povo da Tunísia - por tudo o que fizeram para tornar este encontro possível. Devemos nos recordar que foi o Governo da Tunísia, nos idos de 1998, o primeiro a propor a idéia de uma Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação.
Eu também agradeço a ITU (International Telecommunication Union), e outros membros da família da ONU, por seus perseverantes esforços para assegurar-se de que este processo produza resultados concretos.
Dois anos atrás, em Genebra, a primeira fase da Cúpula Mundial articulou a visão de uma Sociedade da Informação aberta e inclusiva. Nossa tarefa aqui, em Tunis, é passar do diagnóstico para a ação.
A noite passada, vocês começaram a soletrar esta tarefa, na Agenda de Tunis para a Sociedade da Informação.
Esta cúpula deve ser uma cúpula de soluções, deve alavancar os resultados da Cúpula Mundial, ocorrida há dois meses, na ONU de New York, e deve conduzir as tecnologias de informação e comunicação, que estão sendo usadas de novas maneiras, as quais trarão novos benefícios a todas as classes sociais. Sobretudo, deve gerar um novo impulso em direção à economia e às sociedades dos países pobres, transformando as vidas das pessoas mais pobres.
O que significa para nós o conceito "Por uma Sociedade da Informação" ? Nós entendemos que é uma sociedade na qual a capacidade humana seja expandida, edificada, alimentada e libertada, dando às pessoas o acesso às ferramentas e tecnologias que elas necessitam, com a educação e treinamento para usá-las de modo eficiente. O obstáculo, aqui, é mais político que financeiro. Os custos da conectividade, dos computadores e dos telefones móveis podem ser diminuídos. Estes recursos - estas pontes para uma vida melhor - podem se tornar universalmente disponíveis e acessíveis. Nós devemos chamar pela nossa vontade para fazê-lo.
A Sociedade da Informação depende também das redes de computadores. A INTERNET é o resultado de, e certamente funciona em função de, um imenso e original esforço colaborativo. Para que estes benefícios se espalhem sobre todo o mundo, nós devemos promover esse mesmo espírito de cooperação entre governos, setor privado, sociedade civil e organizações internacionais.
E, naturalmente, o sangue que garante a própria vida da Sociedade da Informação é a LIBERDADE. É a liberdade que permite aos cidadãos, onde quer que estejam, se beneficiarem do conhecimento, aos jornalistas fazerem o seu essencial trabalho, e aos próprios cidadãos, manterem a sua governança responsável. Sem a necessária abertura, sem o direito de procurar, receber e transmitir informações e idéias, por quaisquer meios e não obstante as fronteiras, a revolução da informação será bloqueada e a Sociedade da Informação que nós esperamos construir será natimorta.
O tempo tem passado para além das longas discussões sobre a divisão digital. Até aqui, nós aprendemos a conhecer os problemas, agora, nós devemos nos lançar sobre deles, para tratar das especificidades e da implementação, visando ajustar as formas para promover e expandir as oportunidades digitais.
Essas oportunidades são imensas. Na África e em outras regiões em desenvolvimento, a rápida propagação dos telefones móveis e telecomunicação sem fio (wireless telecommunication), já tem estimulado empreendimentos e ajudado pequenos negócios em suas bases, particularmente aqueles cujo funcionamento e propriedade pertencem às mulheres. Médicos, em áreas remotas, ganharam acesso à informações médicas sobre doenças tropicais. Estudantes têm conseguido acesso à bases de dados globais de livros e pesquisas. O aviso antecipado sobre desastres naturais tem melhorado, e as equipes de ajuda têm conseguido fornecer auxílio mais rápido e melhor coordenado. As mesmas oportunidades - e novas outras - podem ser concedidas a muito mais pessoas do mundo em desenvolvimento.
O sistema da ONU está pronto para auxiliar os estados membros, e todas as partes interessadas, a implementar tudo aquilo que estiver contido nas decisões tomadas nesta Cúpula, incluindo a governança da INTERNET; mas deixe-me ser absolutamente claro: as Nações Unidas não querem "assumir o controle", policiar ou exercer qualquer outro tipo de fiscalização sobre a INTERNET. A ONU consiste de vocês, seus estados-membros, e pode querer somente o que vocês acordarem. Compreendendo bem isso, o que nós estamos fazendo é nos empenhando ao máximo para proteger e fortalecer a INTERNET, e certificar-se de que os seus benefícios serão disponibilizados para todos.
Os Estados Unidos merecem os nossos agradecimentos, por terem desenvolvido a INTERNET, tornando-a disponível ao mundo. Eles têm exercido as responsabilidades de superintendência da rede, de modo razoável e honorável. Eu acredito que vocês concordem que o gerenciamento do dia-a-dia da INTERNET, deva ser deixado à instituições técnicas, no mínimo para protegê-la do calor da política cotidiana, mas penso também que vocês reconhecem a necessidade de uma maior participação internacional nas discussões sobre as Publicações da Governança da INTERNET. A pergunta é: como conseguir isto ? Esta discussão continua.
Isto é o que foi encarado no acordo que vocês alcançaram a noite passada e nós, nas Nações Unidas, sustentaremos este processo de toda forma que nós pudermos.
Senhor Presidente,
As experiências dos anos recentes - nesta Cúpula, na força-tarefa do ICT, no Grupo de Trabalho sobre a Governança da Internet, no UNFIP, Fundo de Solidariedade Digital, nos escritórios da ONU para parcerias internacionais, na Global Compact, cidadania corporativa e outros esforços - deram-nos uma nova compreensão de como fazer para construir parcerias e plataformas eficazes. As agências e departamentos da ONU continuam a trabalhar duramente para melhorar a capacitação e para usar as tecnologias da informação visando impulsionar os nossos esforços, com vistas a atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.
Estes esforços estão produzindo frutos. Mas ao longe, para muitas pessoas, esses frutos permanecem fora do alcance. Há um anseio tremendo, não para a tecnologia em si, mas para o que a tecnologia pode tornar possível. Eu insto vocês a responderem a esta ânsia, produzindo resultados tangíveis que possam fazer com que esta Cúpula seja lembrada como um evento no qual se conseguiram grandes avanços para as causas do desenvolvimento, da dignidade e da PAZ.
Muitíssimo Obrigado,
Mr. Kofi Annan
Secretário-Geral da ONU
- tradução: Eng. Celio Franco -
Gestor do Portal Nosso São Paulo.
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ALCANÇADO
ACORDO SOBRE A GESTÃO DA INTERNET
Fonte: Centro Regional de Informação da ONU em Bruxelas - RUNIC
Tunis,16 November 2005
Uma instituição privada, sem fins lucrativos, sediada nos Estados Unidos, continuará a assegurar a gestão técnica da INTERNET, segundo um acordo alcançado ontem, à noite, sobre uma das questões mais mais controversas debatidas durante o período que antecedeu a fase de Tunis, da Cúpula Mundial sobre a Sociedade de Informação, que teve início hoje (16/11).
Este acordo, que será integrado no documento final da Cúpula, contém várias medidas que representam avanços importantes, segundo um porta-voz da Cúpula, que termina em 18 de Novembro, e visa dar acesso à tecnologia da informação para as comunidades mais pobres do mundo.
Segundo o acordo, a supervisão do sistema continuará a caber à Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (ICANN), mas cada país será responsável pela gestão dos seus nomes de domínios nacionais.
O acordo reconhece que todos os governos têm um papel e responsabilidades iguais em matéria de governança da Internet, e pede ao Secretário-Geral que convide os participantes para um novo fórum sobre uma governança democrática e transparente da Internet, que não teria uma função de supervisão e que não substituiria os dispositivos atuais, mas que permitiria um diálogo entre as partes interessadas.
A questão tornou-se muito controversa nas últimas semanas, tendo levado o Secretário-Geral da ONU, Kofi Annan, a desmentir repetidamente rumores, segundo os quais, a ONU quereria assumir o controle da governança da Internet. (texto baseado numa notícia produzida pelo Centro de Notícias da ONU).
Genebra
- 10 a 12 de Dezembro de 2003
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aqui os resultados oficiais desta importantíssima cúpula - CLICK
MENSAGEM
DO SECRETÁRIO-GERAL DA ONU
KOFI ANNAN,
POR OCASIÃO DA ABERTURA DA
CÚPULA MUNDIAL SOBRE A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO
10 de Dezembro de 2003
Fonte:
Centro de Informação das Nações Unidas em Portugal
KOFI ANNAN APELOU À CONSTRUÇÃO DE UMA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO ABERTA, DINÂMICA E À ALTURA DOS DESAFIOS SOCIAIS, ECONÔMICOS E POLÍTICOS ATUAIS
Na abertura da Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação (Genebra, 10 de Dezembro de 2003), o Secretário-Geral da ONU, Kofi Annan, proferiu o seguinte discurso:
Gostaria de agradecer ao Governo suíço o notável apoio que prestou à Cúpula e não me refiro apenas à calorosa hospitalidade e à habitual eficácia da Suíça, mas também ao compromisso político determinado que assumiu para assegurar que esta Cimeira (cúpula) seja um êxito.
Gostaria ainda de agradecer ao Senhor Utsumi e à União Internacional das Telecomunicações o espírito de abertura que demonstraram na gestão do processo da Cúpula e a eficácia da sua colaboração com o conjunto do sistema das Nações Unidas.
Vivemos uma época de rápidas transformações. Tudo muda: a nossa maneira de viver, de aprender, de trabalhar, de comunicar e de desenvolver as atividades comerciais. Não devemos enfrentar estas transformações de uma forma passiva, mas sim como artífices do nosso destino. A tecnologia deu origem à era da informação. Cabe-nos agora construir uma sociedade da informação.
Esta Cúpula é única no seu gênero: ao contrário da maior parte das conferências mundiais, não é dedicada às ameaças que pairam sobre o planeta, mas sim aos melhores meios de utilizar esse novo bem mundial que são as tecnologias da informação e comunicação.
Todos temos consciência do poder extraordinário dessas tecnologias.
Quer se trate do comércio ou da medicina, quer da educação ou da proteção do ambiente, temos nas nossas mãos, nos nossos computadores, e nos céus, os meios de melhorar as condições de vida de milhões de seres humanos.
Possuímos ferramentas que nos permitem acelerar a realização dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio; os instrumentos necessários para promover a causa da liberdade e da democracia; e os veículos para difundir os conhecimentos e fomentar a compreensão mútua.
Todos temos essas potencialidades. O desafio que esta Cimeira enfrenta consiste em como concretizá-las.
Na realidade, o fosso digital é um reflexo de disparidades em diversas esferas.
Há disparidades na área tecnológica -- enormes disparidades em matéria de infra-estruturas.
Há disparidades em termos de conteúdo, pois uma grande parte da informação veiculada pela Internet pouco tem que ver com as necessidades das populações. E, como quase 70% dos sites na Web utilizam o inglês, a voz e os pontos de vista das comunidades locais correm o risco de ser abafados.
Há também disparidades entre os sexos, uma vez que as mulheres e as moças têm menos acesso às tecnologias da informação do que os homens e os rapazes e isto é uma realidade, tanto nos países ricos como nos países pobres. Aliás, em comparação com alguns países desenvolvidos, certos países em desenvolvimento dão, neste domínio, mais oportunidades às mulheres do que aos homens.
Há igualmente disparidades ao nível das trocas comerciais. O comércio eletrônico permite que alguns países e algumas sociedades estabeleçam relações mais estreitas do que nunca, enquanto outros correm o risco de se verem ainda mais marginalizados. Alguns peritos consideram que o fosso digital é um dos principais obstáculos, não tarifário, ao comércio mundial.
E há, evidentemente, todos os outros obstáculos e disparidades nos planos social, econômico e noutros, que dificultam que alguns países aproveitem as possibilidades oferecidas pelas tecnologias da informação.
Não há qualquer motivo para pensarmos que, pouco a pouco, essas disparidades irão desaparecendo por si próprias, à medida que as tecnologias forem alargando os seus benefícios a toda a humanidade. Para que possa surgir uma Sociedade da Informação aberta e inclusiva, que beneficie todos os seres humanos, são necessários uma forte determinação e investimentos suficientes. É aos dirigentes, hoje aqui reunidos, que compete mobilizar a vontade política necessária.
Contamos também com a classe empresarial, que tenho o prazer de ver aqui amplamente representada. O futuro do setor das tecnologias da informação depende não tanto do mundo desenvolvido, cujos mercados estão ficando saturados, como do mundo em desenvolvimento, onde a revolução informática ainda não chegou a bilhões de pessoas. As aplicações dessas tecnologias, nomeadamente nos domínios da saúde e da educação, poderiam dar ao setor o novo impulso de que necessita.
Contamos com os representantes da sociedade civil, que conhecem bem as esperanças e os receios das populações locais, que estão, ao mesmo tempo, desejosas de participar na troca de idéias e de informações e preocupadas com a possibilidade de sua identidade ser ameaçada por uma cultura mundial homogeneizada.
Contamos, enfim, com os meios de comunicação social, que são, simultaneamente, criadores de conteúdos e guardiães das liberdades. Ontem, no Fórum Mundial dos Meios Electrônicos, profissionais de todas as regiões do mundo aprovaram uma declaração em que prometeram agir em prol do desenvolvimento e da coesão social. É fundamental que tenham a liberdade de o fazer, de acordo com o Artigo 19º, da Declaração Universal dos Direitos Humanos. A liberdade de opinião e de expressão é a pedra angular do desenvolvimento, da democracia e da paz e é em torno dela que as nossas atividades futuras devem ser organizadas.
As tecnologias da informação e comunicação não são uma panacéia nem uma fórmula mágica, mas podem contribuir para melhorar a vida de todos os habitantes do planeta.
No entanto, quando evocamos o poder dessas tecnologias, não devemos esquecer quem está por detrás delas. Se a tecnologia molda o futuro, são os seres humanos que criam a tecnologia e decidem sobre sua utilização.
Saibamos, pois, aproveitar as novas tecnologias, mas não esqueçamos do que está realmente em causa. Do que se trata é de criar uma Sociedade da Informação aberta e dinâmica, que esteja à altura dos desafios sociais, econômicos e políticos do nosso tempo.
Não há qualquer comparação entre as tecnologias da era atômica e as da era da informação. No entanto, as palavras escritas há meio século pelo cientista nuclear americano J. Robert Oppenheimer parecem premonitórias e aplicáveis, nos nossos dias. Eis o que disse:
"Uma sociedade aberta, o acesso sem restrições ao conhecimento e a associação espontânea e livre de homens desejosos de progredirem -- é isto que pode permitir que um mundo tecnológico vasto, complexo, em expansão e em transformação constantes, cada vez mais especializado e avançado, preserve a sua humanidade."
Não podemos esquecer isso.
Muito obrigado.
Hoje, 10 de Dezembro de 2003, ocorre a abertura da Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação. O protocolo da Cerimônia de Abertura está definido da seguinte forma:
1) Quadro da Cúpula/Cimeira:
É essencial que a Cimeira tenha um âmbito geral e, como afirma a Resolução da Assembléia Geral da ONU (56/183), se debruce sobre todo o conjunto de questões pertinentes relacionadas com a sociedade da informação. Em primeiro lugar, será necessário elaborar uma visão da sociedade da informação que nos permita prever e integrar os benefícios possíveis que trará. Entre as questões que se inscrevem nesta categoria figuram as seguintes:
a. Abrir as portas:
o Alcançar o acesso universal e equitativo à sociedade da informação;
o Satisfazer as necessidades do mundo em desenvolvimento;
o A informação como um bem público comum e como um instrumento
da governação (de governo).
b. Elaborar um quadro:
o O papel do governo, do setor privado e da sociedade civil no que se refere
a dar forma à sociedade de informação;
o Liberdade de expressão;
o Direitos de propriedade intelectual;
o Políticas tarifárias das telecomunicações e
da Internet;
o As TIC ( tecnologias da informação e comunicação)
e o comércio.
Em segundo lugar, a Cimeira deverá centrar-se na questão do
acesso. Deve elaborar um plano de ação para transformar o fosso
digital numa oportunidade digital. Isto implicará abordar as necessidades
dos utilizadores, nomeadamente:
a. Construir a infra-estrutura:
o O papel das telecomunicações na criação da infra-estrutura
da sociedade da informação e na eliminação do
fosso digital.
b. As necessidades do utilizador:
o Proteção do consumidor, da privacidade e da segurança;
o Conteúdo relevante, que reflita a diversidade cultural e o direito
de comunicar;
o Ética da sociedade de informação;
o Formação do utilizador;
o Proteção dos trabalhadores e da privacidade no local de trabalho
Em terceiro lugar, a Cimeira deve ir além da tecnologia e centrar-se nas aplicações. Deve também abordar a questão de como as TIC podem ser usadas para alcançar objetivos sociais e econômicos mais gerais, como a erradicação da pobreza, e para criar um mundo mais justo, mais próspero e pacífico. Serão, assim, abrangidos tópicos como:
a. Serviços e aplicações:
o As repercussões da sociedade da informação no desenvolvimento
econômico, social e cultural;
o As repercussões da sociedade da informação na cultura;
o As repercussões das TIC nos cuidados de saúde.
b. TIC e educação:
o As TIC como fator de mudança na esfera da educação;
o O ambiente em que decorre a aprendizagem: TIC, professores, alunos e conteúdos.
2) A Cimeira/Cúpula: origem, preparação e resultados
Origem
A Cimeira Mundial sobre a Sociedade da Informação começou como uma iniciativa da Conferência Plenipotenciária da União Internacional das Telecomunicações (UIT), em 1998, que reconheceu que o fosso entre os que tinham acesso à informação e os que o não tinham estava a aumentar, ao mesmo tempo que as telecomunicações estavam a desempenhar um papel importante a nível político, social e cultural. As Nações Unidas reconheceram a necessidade de estabelecer uma cooperação entre as várias iniciativas nacionais e globais que visam promover as TIC e aprovou uma resolução que encarregava a UIT de assumir o papel principal na preparação da Cimeira.
A Cimeira promoverá o acesso de todos os países à informação, ao conhecimento e às TIC para o desenvolvimento. Devendo realizar-se em duas fases, a primeira, em Genebra, em 2003 e a segunda, na Tunísia, em 2005, a Cimeira será convocada sob o alto patrocínio do Secretário-Geral da ONU, Kofi Annan.
Foi criado um Comitêde alto nível, responsável pela organização da Cimeira, que foi encarregado de coordenar os esforços do sistema da ONU na preparação, organização e realização da Cimeira. O Comitê é composto por um Representante do Secretário-Geral das Nações Unidas e os Chefes Executivos dos seguintes organismos especializados da ONU:
Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), Organização Internacional do Trabalho (OIT), Organização Marítima Internacional (OMI), UIT, Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (CNUCED), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA), Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI), União Postal Universal (UPU), Organização Mundial de Saúde (OMS), Organização Mundial para a Propriedade Industrial (OMPI) e Organização Meteorológica Mundial (OMM).
Também integra o Diretor-Geral da Organização Mundial de Comércio (OMT), o Diretor Executivo do Instituto das Nações Unidas para a Formação e a Investigação (UNITAR), os Secretários Executivos das Comissões Econômicas Regionais das Nações Unidas e o Presidente do Banco Mundial. O cargo de Presidente do Comitêé desempenhado pelo Secretário-Geral da União Internacional das Telecomunicações.
Resultado
A Cimeira/Cúpula, proporciona uma oportunidade única de a comunidade mundial refletir, debater e dar forma ao nosso destino comum, numa era em que os países e os povos estão interligados como nunca estiveram. Prevê-se que o resultado da Cimeira seja a elaboração de uma declaração clara de vontade política e um plano de ação concreto para alcançar os objetivos da sociedade da informação, que reflita também, totalmente, os diferentes interesses em jogo. O âmbito e a natureza deste projeto ambicioso exigirá parcerias entre entidades públicas e privadas, pelo que nos próximos meses se procurará ativamente estabelecer tais parcerias.
Processo Preparatório
A primeira fase da Cimeira, que decorrerá em Genebra (de 10 a 12 de Dezembro de 2003), será o resultado de uma grande diversidade de contributos, entre os quais figuram reuniões anteriores, atuais Planos de Ação dos diversos parceiros envolvidos e os contributos dos Comitês Preparatórios da Cimeira (PrepComs).
Serão organizadas reuniões temáticas e de peritos, para se debruçarem sobre um assunto específico. Serão organizadas conferências regionais, que deverão abordar as preocupações, necessidades e prioridades específicas das várias regiões. Os PrepComs contarão com a participação de representantes dos governos e outras partes interessadas, nomeadamente representantes dos organismos especializados da ONU, o setor privado, a sociedade civil e as ONG.
3) Quem participará?
Governos
Todos os Governos têm um papel a desempenhar e podem lucrar com a sociedade da informação, independentemente do seu nível de rendimento nacional ou das suas infra-estruturas. Os Governos são fundamentais para levar os benefícios da sociedade da informação a todos, por meio da elaboração de políticas nacionais e mundiais e de quadros que visem enfrentar com êxito os desafios da sociedade da informação. Na prossecução do interesse público, os governos podem atuar no domínio da sensibilização do público, facilitar o acesso deste à informação e lançar as bases necessárias para que todos os cidadãos se beneficiem das tecnologias da informação e comunicação (TIC), com reflexos numa melhor qualidade de vida, em serviços sociais e no crescimento econômico.
Setor Privado
O setor privado também terá um papel ativo, em conjugação com os governos e a sociedade civil, propondo modelos economicamente viáveis para alcançar os objetivos da agenda mundial. A contribuição do setor privado ajudará a criar as condições físicas para assegurar o acesso universal à informação e a serviços de TIC de valor acrescentado (agregado). A sua participação na Cimeira promoverá o crescimento econômico e novas parcerias que possam incentivar as transferências de tecnologias, sensibilizar para as novas tecnologias e motivar a criação do desenvolvimento de conteúdo local e oportunidades de emprego qualificado. A contribuição do setor privado para a Cimeira está a ser facilitada pelo Comitê Coordenador dos Interlocutores das Empresas (CCIE), presidido pela Câmara Internacional de Comércio (CIC).
A participação do setor privado na Cimeira está facilitada pela existência de um ComitêCoordenador dos interlocutores profissionais, presidido pela Câmara de Comércio Internacional (ICC).
Para mais informações, é favor consultar:
http://www.iccwbo.org/home/e_business/wsis.asp
Sociedade Civil
A sociedade civil está a desempenhar um papel ativo na identificação das conseqüências sociais e culturais das tendências atuais e no que se refere a chamar a atenção para a necessidade de introduzir o dever democrático de prestar contas sobre as opções estratégicas feitas, em todos os níveis. A sua diversidade e, muitas vezes, a sua abordagem direta das questões, fazem da sociedade civil um ator fundamental na parceria internacional renovada pedida pelo Secretário-Geral da ONU.
Família das Nações Unidas
A Cimeira proporciona uma oportunidade única de a comunidade mundial refletir, debater e dar forma ao nosso destino comum numa era em que os países e os povos estão interligados como nunca estiveram. As organizações da família da ONU servem como catalisadores da mudança, juntando os governos dos Estados, bem como o setor privado, as instituições internacionais e a sociedade civil, na prossecução de objetivos comuns. O sistema das Nações Unidas e os seus organismos especializados estarão profundamente envolvidos na organização e realização da Cimeira, cabendo à União Internacional das Telecomunicações (UIT) assumir o papel principal. A Cimeira é também um meio eficaz de ajudar a ONU na consecução dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.
As organizações internacionais
A fim de assegurar uma contribuição tão completa quanto possível, foi pedido a um grande número de organizações internacionais e multinacionais que dessem contribuições para o evento.
Os meios de comunicação social
A tecnologia das comunicações não é um fim em si mesma, mas antes um meio de difundir e preservar informação e conteúdos. Espera-se das organizações de meios de comunicação social que proponham iniciativas e compromissos, de modo a contribuírem para os objetivos das mídias.
4) A Cimeira: por quê agora?
O Desafio
A sociedade da informação global está a evoluir num ritmo alucinante. A convergência cada vez maior entre telecomunicações, e tecnologias dos multimídia e das tecnologias da informação e comunicação (TIC) está a impulsionar a criação de novos produtos e serviços, bem como novas maneiras de conduzir as empresas e o comércio. Ao mesmo tempo, estão a explodir oportunidades comerciais, sociais e profissionais, à medida que novos mercados se abrem à concorrência, ao investimento estrangeiro e à participação.
O mundo moderno está a passar por transformações
fundamentais, numa altura em que a sociedade industrial que caracterizou o
século XX dá lugar à sociedade da informação
do século XXI. Este processo dinâmico promete mudanças
fundamentais em todos os aspectos da nossa vida, nomeadamente na difusão
de conhecimento, na interação social, nas práticas econômicas
e empresariais, na participação política, nos meios de
comunicação social, na educação, na saúde,
no lazer e nas diversões. Estamos, de fato, no meio de uma revolução,
talvez a maior que a humanidade conheceu. Para que a comunidade mundial possa
beneficiar com ela, o crescimento bem sucedido e continuado desta nova dinâmica
exige um debate global e uma harmonização nas esferas apropriadas.
A oportunidade
A Cimeira Mundial sobre a Sociedade da Informação proporcionará uma oportunidade única para que todas as principais partes interessadas se juntem numa reunião de alto nível e adquiram uma melhor compreensão do que é a revolução e do seu impacto na comunidade internacional. O papel dos vários parceiros (Estados Membros, organismos especializados da ONU, setor privado e sociedade civil) no que se refere a assegurar uma boa coordenação da criação prática da sociedade da informação no mundo inteiro, estará no cerne da Cimeira e da sua preparação. Esta visa reunir os Chefes de Estado, Chefes Executivos dos organismos das Nações Unidas, os capitães da indústria, as organizações não governamentais, os representantes dos meios de comunicação social e a sociedade civil num único acontecimento de alto nível.
Quando e Onde?
A Cimeira realizar-se-á com o alto patrocínio do Secretário-Geral das Nações Unidas, Kofi Annan, devendo a União Internacional das Telecomunicações assumir o papel principal, em cooperação com outros organismos da ONU interessados, e decorrerá em duas fases: em Genebra, em 2003, e em Túnis, em 2005.
Genebra, 2003: Primeira Fase A primeira fase da Cimeira Mundial terá lugar em Genebra, de 10 a 12 de Dezembro de 2003, e terá como anfitrião o Governo da Suíça. Debruçar-se-á sobre uma grande variedade de temas relacionados com a sociedade da informação e aprovará uma Declaração de Princípios e um Plano de Ação, os quais focarão todas as questões ligadas à sociedade da informação.
Túnis, 2005: Segunda Fase A segunda fase da Cimeira Mundial decorrerá em Túnis, em 2005, e terá como anfitrião o Governo da Tunísia. Os temas associados ao desenvolvimento serão o principal alvo de atenção, nesta fase, durante a qual se procederá à avaliação dos progressos alcançados e se adotará um plano de ação adicional, que venha a ser necessário.
5) Bamako, 2002
A Conferência Regional de África sobre a CMSI; África toma medidas para reduzir o fosso digital
Cerca de 2000 participantes de 51 países africanos reuniram-se em Bamako, no Mali, de 25 a 30 de Maio de 2002, para iniciar os preparativos da África para participar na Cimeira Mundial sobre a Sociedade da Informação, que se realizará em Genebra, em 2003, e em Túnis, em 2005.
Ao aproveitar a oportunidade para organizar a primeira conferência preparatória a nível regional, a África introduziu duas importantes inovações. Uma consistiu em juntar representantes dos governos, das empresas privadas e da sociedade civil. A outra foi criar condições para um diálogo genuíno em pé de igualdade.
Dessas duas maneiras, a Conferência lançou um novo tipo de parcerias no âmbito de uma conferência internacional e todos concordam em que o modelo de Bamako tem tido um êxito estrondoso.
Um diálogo frutuoso entre os decisores públicos e privados e os que trabalham nesse campo transformou o espírito deste tipo de conferência e deu um novo impulso, um tom enérgico e um colorido genuinamente africano ao debate.
Os participantes, sem exceção, apelaram para que os africanos criassem um conteúdo na Web que utilizasse plenamente a diversidade cultural e linguística do continente e que aproveitasse a ampla variedade de conhecimentos tradicionais, para já não falar do gênio criador de todas as partes interessadas da sociedade africana.
Tomar a iniciativa de criar um conteúdo na Web e novos serviços é, pelo menos, tão importante como construir uma infra-estrutura de comunicações. Foi esta a opinião geral com que se veio da Conferência.
A Conferência de Bamako aprovou uma Declaração Final, que lançou as bases da futura participação dos africanos na sociedade da informação. A Declaração atribuiu particular ênfase ao conteúdo local, ao estabelecimento de parcerias com vista à construção da sociedade da informação global, especialmente integrando as pequenas e médias empresas no processo de desenvolvimento.
O evento definiu também os princípios que devem nortear a realização dos objetivos da Declaração:
É necessário dar a todos os cidadãos os meios para utilizar as redes de TIC como um serviço público;
Há que garantir a liberdade de expressão de todos os cidadãos, que devem ter acesso protegido à informação no domínio público global, como um elemento do seu direito inalienável ao acesso à informação, que é patrimônio da humanidade;
Diversificação da oferta de tecnologias por meio da eliminação de obstáculos de carácter regulador, político e financeiro à satisfação das necessidades dos cidadãos;
Promover o software gratuito, para se divulgar a tecnologia a um custo mínimo.
O texto da Declaração de Princípios, bem como as declarações dos participantes e os documentos dos grupos de trabalho estão disponíveis em ITU/WSIS-CLICK AQUI
Portal Nosso São
Paulo - www.nossosaopaulo.com.br
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