BREVE HISTÓRIA
DE OSASCO
ORIGEM
Antônio Giuseppe Agú nasceu em
Osasco, Itália, no dia 25.10.1845. Filho de Antônio
Giuseppe de Pietro Agú e Domenica Vianco. Casou-se com
Benvenutta Chiaretta, tendo dessa união uma única
filha, Primitiva Dominica Michela Agú. Informações
do histórico da Cúria Metropolitana de Osasco,
Itália, informam que Agú em 1872, emigrou para
o Brasil, e trabalhou na construção do Engenho
Central de Capivari, cidade do interior da Província
de São Paulo.
Residindo na capital, compra imóveis
nas ruas Lins de Vasconcelos e da estação, atual
rua José Paulino, e de João Pinto Ferreira e esposa,
em 1887, uma parte do sítio Ilha de São João.
A propriedade existente no km 16 da estrada de ferro Sorocabana
possuía casas, ranchos e forno de olaria, tendo os limites:
frente para a linha férrea, vertente Bagreira, córrego
Bussocaba e rio Tietê.
Meses depois, Agú adquire o restante
do sítio, uma área de 400 alqueires, incluindo
trecho de 50 alqueires contendo: vinhedo, diversas casas, árvores
frutíferas, casa de moradia, ranchos, engenho movido
a água e casa de fabricação de farinha.
Limites: linha férrea, córrego Bussocaba, valo
divisor com Dr. Domingos José Nogueira Jaguaribe Filho,
córrego João Alves e a estrada de ferro.
Em 1889, sua filha Primitiva Maria, casada
com seu primo Antônio Vianco, dá à luz a
menina Josephina Vianco, alguns dias depois a mãe vem
a morrer vítima de febre puerperal.
A propriedade, "FAZENDA
OSASCO" já dava os primeiros sinais de desenvolvimento;
na área reservada para si próprio, Agú
constrói uma casa de moradia e outras para braçais,
planta árvores frutíferas e videiras. Próxima
a esta, ergue um estábulo (1892), casa de máquina
da fábrica de papel, estação Osasco (1894),
a fábrica de tecidos de Henrique DellAcqua e o
curtume (1900), para a olaria constrói casas operárias,
fornos e ranchos.
Em 1894 a Superintendência
de tráfego da Cia. Sorocabana aponta a necessidade de
se construir estações intermediárias entre
as existentes. No mês de agosto de 1895 a Superintendência
declara aberta uma estação de trens no km 16;
em setembro o relatório apresenta os serviços
realizados: desvios de Porto Martins a São Manoel de
100m, e outro no km 16 na estação Osasco para
os trens de carga. Sendo, assim, em 1895 a estação
foi oficializada, porém já existia desde 1894,
segundo descrição da escritura de venda de Agú
e esposa, à Comoratti Ciriaco: (...) "um terreno
nesta comarca na Estação de Osasco, Estrada de
Ferro Sorocabana" (...)
A VILA
Para drenar as terras próximas a estação
constantemente alagadas, são plantados milhares de eucaliptos.
Os trechos mais secos são loteados a imigrantes, favorecendo
a ocupação urbana da região central, embora
ela tenha o seu início próxima a estrada São
Paulo-Itú. Esse loteamento daria origem a Vila Osasco
e ao traçado das atuais ruas Primitiva Vianco, República
do Líbano, Antônio Agú, Batista de Azevedo,
João Batista e da Estação.
As primeiras residências da Vila eram
modestas e pobres arquitetonicamente: a de Mariana Fabri e Giuseppe
Barbieri (antiga rua Ferre, atual Republica do Líbano),
Brícola e Cia. (Rua Henrique Dell"Acqua, atual Antônio
Agú), funcionais e simplificadas estruturalmente (vila
operária da olaria, próxima ao córrego
Bussocaba, e da fábrica de papel, rua da carteira, atual
Narciso Sturlini), elegantes e refinadas, de Giovani Bricola
(chalé bricola na estrada de rodagem São Paulo
a Itú, atual Av. dos Autonomistas; "casa amarela",
rua Primitiva Vianco), Alexandrine de Bogdanoff ("Vila
Sascha" na rua Primitiva Vianco). Algumas já existiam
quando da venda dos lotes.
Podemos caracterizar a vila como um local essencialmente
operário, e certamente a maioria de seus habitantes,
estariam integrados nas atividades econômicas desenvolvidas
por Agú; a fábrica de papelão, curtume,
cocheira, olaria e a fábrica de tecidos de Henrique DellAcqua,
esses imigrantes que para a Vila afluíram entre 1894
e 1907, adquirindo pequenos lotes e cultivando a terra dariam,
origem ao processo histórico para a formação
de Osasco...
Ao introduzir a mão de obra em seus
empreendimentos, Agú favoreceu não só o
loteamento de áreas de sua propriedade. Foi algo bem
mais do que um simples arranjo físico do homem em um
complexo urbano, pois o mesmo inicia-se com a transferência
do homem do campo para a Vila, e não um conjunto de pessoas
que para cá viessem com o intuito de garantir a posse
da terra e conseqüentemente a criação de
uma grande família italiana. Eles vieram realmente com
a vontade de povoar e trabalhar pela produtividade da terra.
Esses primeiros habitantes trouxeram costumes e manifestações
culturais hoje esquecidas e por não terem sido registradas,
torna-se impossível saber de que maneira foi o seu modo
de vida e adaptação na nova pátria.
Quando a industrialização começou,
a Vila já caminhava para uma realidade urbana e social,
que desempenhou destacado papel na concentração
e fixação urbana, geradora da concentração
de capital, ocasionando transformações profundas
entre a transição de uma realidade agrícola
que embora não tenha exercido destaque e influência
na organização na Vila, mas predominou de forma
bastante modesta, para uma sociedade industrial que dava os
primeiros passos.
Essas atividades, acabaram exercendo uma influência
poderosa e importante para o crescimento da Vila, por sustentar-se
com a mão de obra imigrante, que deslocava-se de São
Paulo para a região, em busca de meios de vida, propriedades
e da proximidade de patrícios oriundos de cidades vizinhas
entre si na península itálica. A Vila Osasco era
basicamente italiana...
Esse processo industrializante surge com as
transformações que Agú realiza na antiga
olaria, acrescentando-lhe novas construções, aumentando
a produção cerâmica e a arrendando ao barão
Evaristhe Sensaud de Lavaud em 1898, que por sua vez a transformaria
em um dos mais sólidos empreendimentos do ramo cerâmico.
Hábil construtor, Agú participa
das obras de construção do hospital Humberto Primo,
e certamente todas as edificações da Vila estiveram
sob a sua direção. Até a sua morte em 25.01.1909,
Agú procurou fazer da Vila Osasco um local progressista
e habitável, sendo mais do que justas as homenagens que
lhe são prestadas.
(do livro Tempo, História e Nanquim - Primeiro volume
- Autor José Luiz de Oliveira -
junho de 1993)
A EMANCIPAÇÃO
A industrialização do subdistrito
de Osasco, iniciada nos fins do século passado, e profundamente
impulsionada a partir da década de 40, acabou por atrair
a mão de obra especializada e conseqüentemente,
mais moradores para o bairro. Obviamente o caráter de
urbanismo mudou significativamente a localidade... As necessidades
básicas de saúde e educação, no
entanto, não eram atendidos pela Prefeitura de São
Paulo.
Em 1947. foi fundada
a Sociedade Amigos de Osasco - SAO,
com objetivo de reivindicar melhorias para o bairro. Seus idealizadores,
Reinaldo de Oliveira, Dimas Tavares, Carmine Fiorita e outros,
passaram a se reunir regularmente, e conscientizar a população
da necessidade da emancipação político-administrativa.
Surge a campanha pela Emancipação.
Além da SADO outros órgãos
representativos de Osasco, como a União dos Estudantes
de Osasco, Sociedade Amigos do Jardim Santo Antonio, Helena
Maria, Novo Osasco, a Cooperativa de Consumo de Osasco, Jornais
e Sindicatos, participaram da luta pela Emancipação.
Outra parte da comunidade osasquense era contra.
Denominada " Liga de Defesa de Osasco ", seus membros
alegavam que, com a criação do município,
o valor imobiliário cairia, o salário diminuiria
e Osasco perderia uma série de benefícios.
O primeiro plebiscito, realizado em 1953 favoreceu
a turma do " NÃO ". No segundo, realizado em
1958, a SADO, a turma do " SIM ", acabou ganhando.
O Município de
Osasco foi criado pela Lei Nº 5121 de 30
de dezembro de 1958. A partir dessa data, até
1962, os moradores de Osasco se empenharam tenazmente pela oficialização
do município, sendo que as eleições para
prefeito e vereadores foram suspensas pelo Tribunal Regional
Eleitoral.
Os autonomistas, eram acusados de fraudar o
resultado da votação do plebiscito que criou o
município. Os recursos e os sucessivos mandados de segurança
impetrados pela Prefeitura de São Paulo acabavam originando
uma série de protestos entre os moradores, que em luto
fecharam as lojas por um dia.
Após novas resoluções
a eleição foi marcada, e em 19
de Fevereiro de 1962 tomaram posse, o primeiro prefeito
e os vinte e três vereadores eleitos.
O Aniversário de Osasco se comemora
em 19 de Fevereiro.
Fonte: PM OSASCO