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HUGO GONÇALVES, o "Paizinho de Cambé"
(*06/Outubro/1913)Autor desta biografia e do livro: Geraldo Peixoto de Luna
RESUMO BIOGRÁFICO:
Hugo Gonçalves, o "Paizinho". Assim é conhecido e chamado carinhosamente, em todo o norte do Paraná, o Missionário Hugo Gonçalves, discípulo de Cairbar Schutel e sustentáculo da Doutrina Espírita nesse Estado da Federação.
Aos 90 anos de idade continua o que começou desde criança, sob a sábia orientação do saudoso Bandeirante do Espiritismo. Não apenas prega o amor e a caridade, mas principalmente os pratica. Por isso, por irradiar tanta simpatia, todos os que o conhecem de há muito ou o vem a conhecer, o consideram uma verdadeira graça de Deus.
Em 1.880 chegava ao Brasil uma família de imigrantes portugueses liderada por Francisco Ferreira e Conceição dos Santos. Dentre os filhos que constituíam a prole, chamava à atenção a caçulinha, de nome Cândida, com pouco mais de 01 ano. A família se instalou no povoado de Boa Esperança, nas proximidades de Rio Claro, no Estado de São Paulo. Alguns anos depois, em 1.888, já com 20 anos e sozinho, chega ao Brasil e se instala no mesmo lugar, outro imigrante português com o imponente nome de José Maria Gonçalves. José Maria chegou sozinho, mas bem acompanhado por entidades espirituais que o conduziram até Boa Esperança, pois ali já estava sua prometida consorte e companheira de toda a vida - Cândida - ambos com um sério compromisso de gerarem o nosso abençoado Hugo Gonçalves. José Maria e Cândida se casaram em 1.893 e mudaram-se para Matão por volta de 1.897. Já em seguida fizeram amizade com o bondoso farmacêutico local, o Sr. Cairbar de Souza Schutel.
Nosso herói Hugo
Gonçalves retornou ao mundo físico no dia 06
de outubro de 1.913. O parteiro foi Cairbar
Schutel, o qual sugeriu que o rebento se chamasse Vitor Hugo, seu autor
literário preferido. Dona Cândida gostou de Hugo, mas não
de Vitor.
Exatamente 88 anos depois, em uma festinha alusiva à data, fizemos-lhe
um poemeto, dentro dos limites de nossa grande amizade e intimidade.
A Hugo Gonçalves, em seus 88 anos.
Era o céu mais azulado,
O sol estava mais rubro,
Mais verde a relva do prado
Naquele seis de outubro
De um ano de antigamente. (1)
De alguma constelação
Uma estrela despencou
E foi cair em Matão,
Alegrando muita gente,
Pois ali reencarnou,
Com ajuda do Cairbar,
Quem já dera o que falar
Pelo bem que semeou.
Esse menino arteiro
Que pagava com poesia
As artes que praticava,
E por isso já trazia
Bem decorada, no bico,
Aquela do tico-tico... (2)
Que com a noiva dançava
O samba, a valsa, o tango,
Que chegou a plantar frango...
De enorme sabedoria
Mesmo sem ter faculdade...
Por graça do Criador
É um mestre em caridade,
De almas um Pescador...
Comendo doce e biscoito,
Chegou aos oitenta e oito
Mais forte do que um trem...
Vamos orar todo dia
Pedindo a grande alegria,
De ver seu Hugo nos CEM...
(1) 1.913
(2) "O azulão e os tico-ticos", de Catulo da Paixão
Cearense.
Aos 12 anos de idade, revelou boa tendência literária, passando a escrever para o Jornal "O Clarim", fundado e dirigido por seu mestre Cairbar Schutel, em Matão-SP. Vale a pena relembrar um poema que o menino Hugo escreveu nesse tempo:
MINHA ORAÇÃO
"Jesus, Educador da Humanidade,
Que disseste: 'Deixai que os pequeninos
Comigo venham ter...'
Ensina-me a formar os paladinos da justiça, do bem e da verdade.
Ensina-me a ensinar o bem-viver.
Com palavras, exemplos e carinhos,
Dá que eu conduza ao porto desejado
Estas almas em flor.
Que cada coração por mim tocado
Tenha perfume bom dos rosmarinhos
Onde esteja o divino amor. Que eu nunca seja pedra de tropeço,
Que eu nunca escandalize uma criança,
Que eu saiba respeitar seu coração,
Dá-me esta força poderosa e mansa,
Este dom de educar que não tem preço,
Talento, esforço, amor e inspiração."
A partir dos 13 anos passou
a trabalhar com os demais irmãos, executando duras
tarefas na pedreira de propriedade do pai, tendo
por companheira e instrumento, uma sisuda marreta.
Ainda em plena adolescência, no âmbito escolar, todos os dias
fulminava com o olhar uma bonita descendente de italianos, que descobriu chamar-se
Dulce Ângela Caleffi ("A
Mãezinha de Cambé"). Ela, só com o passar
do tempo, veio a notar aquele olhar interesseiro. Não tardou a sentir
umas fisgadas no coração. Por alguns anos o futuro romance ficou
apenas na paquera.
O efetivo namoro somente se deu após a morte de Arturo, pai de Dulce,
em 1.930. Casaram-se no dia 21 de setembro de 1.935.
Por volta de 1.940, já com o filho Cairbar,
mudou-se para a região de Campinas, onde permaneceu alguns anos, também
quebrando pedras. Retornou a Matão, agora com segundo filho, Emanuel,
para continuar seu trabalho na pedreira da família. Logo depois foi
convidado a trabalhar na administração de uma grande fazenda,
situada nas proximidades de Matão.
Em 1.947 mudou-se para o Paraná, fixando-se na região de Londrina. Continuou a trabalhar em administração de fazendas, até 1.953. Nesse ano instalou-se em Cambé-PR, passando a dirigir o Lar Infantil Marília Barbosa, o que faz com muito amor e carinho até hoje.
Hugo
Gonçalves teve 13 irmãos, dos quais 03 desencarnaram
ainda crianças. É o único sobrevivente da família.
Diz ele porque sempre foi o mais teimoso. Tem 02 filhos,
13 netos, 18 bisnetos e 36 sobrinhos. É detentor de vários
títulos honoríficos, pelo seu trabalho incessante e direcionado
ao bem do próximo, notadamente das crianças e idosos desvalidos.
Após uma semana de internamento em UTI, dona Dulce,
sua adorada companheira de quase 68 anos, acometida de problemas cárdio-respiratórios
veio a desencarnar no dia 19 de maio de 2.003, prestes a completar
87 anos de profícua e abençoada existência.
Em março do corrente ano deu-se o lançamento
do livro "Hugo Gonçalves e o homem que se
lembra do Sermão da Montanha". Trata-se de obra biográfica,
a primeira experiência nossa, em termos de edição. A par
da homenagem, é também um esforço no sentido de relegar
eventual e injusto olvido de uma vida exemplar
inteiramente dedicada ao amor preconizado pelo Cristo, nas décadas
futuras, quando seus parentes, amigos e companheiros de hoje, já não
mais estiverem no plano físico.
Quem convive com Hugo Gonçalves mais na intimidade, tem a felicidade de vez em quando ouvir dele narrações verdadeiramente fantásticas das incursões psíquicas que faz aos primórdios da gloriosa Segunda Revelação. Para isso usa ele, sem qualquer obstáculo, um raro passaporte obtido da Alta Espiritualidade, pelo critério de merecimento. Certa feita falou de uma viagem à região da Galiléia. A narração emocionou profundamente aos que o ouviam, durante um culto evangélico. Era ao vivo e em cores. Falou de um cidadão de aparência extremamente serena que dizia ser suave seu jugo e leve o seu fardo, acompanhando-o em diversas curas e ao crepúsculo o viu e ouviu iniciar um belíssimo e inesquecível discurso a uma multidão, ao pé da montanha. Ouviu bem claro aquelas palavras: bem-aventurados os aflitos... Aí nasceu a idéia do título. Não foi fácil convencer seu Hugo, pois sustentava ele ser um título muito pretensioso. Alguns amigos estudiosos e curiosos questionam quem teria sido ele, naquele tempo. Nicodemos, Zaqueu, Lázaro, Simeão? No livro abordamos a questão em forma de poema.
Ele prega e faz o Bem,
Mostra a trilha da Verdade,
Não fala mal de ninguém,
Se porta com humildade
Em qualquer situação.
Por isso é sempre benquisto.
Quem Hugo é, já sabemos!
Mas... em outra encarnação
Contemporânea à de Cristo?
Terá sido Nicodemos,
Simeão, o cireneu,
O publicano Zaqueu,
Ou o Lázaro dormente
Que o Mestre foi acordar?
Não foi nenhum fariseu,
Sacerdote nem escriba,
Pois sua vida se estriba
Numa conduta decente,
Não deixando o que falar.Quem terá sido esse homem
Que possui uma energia
Que nem os anos consomem?
Que vive na Caridade,
Que tanto amor irradia,
Mesmo ante a maldade?
Que atende a tanta gente,
Que de Deus exalça a glória,
Que qual cometa esplendente
Só deixa na trajetória
Fagulhas de paz e luz?
Não sabemos. Mas é certo
Que escutou, bem de perto,
A meiga voz de Jesus!...
É dedicado um capítulo inteiramente
ao seu saudoso mentor, o Grande Cairbar Schutel.
Alguns traços biográficos e passagens interessantes que ficaram
na memória de seu Hugo, da qual alguns escritores se serviram para
falar do Espírita Número Um do Brasil.
Registra-se a imensa satisfação e elevada honra de conter um
prefácio do Mestre Divaldo Franco. De igual forma, preciosos
depoimentos de tantas outras personagens, algumas muito famosas e todas, sem
exceção, amigos e admiradores do ilustre biografado. Em 2.000
foi editado outro livro, versando sobre Hugo Gonçalves.
O interessantíssimo "Abnegado Servidor",
de autoria da renomada escritora, Dr.ª Jane Martins
Vilela, médica residente e militante em Cambé. Nesse
trabalho, com muita graça e talento, a autora, além de falar
da obra desse magnífico seareiro do Senhor, narra episódios
modelares e, às vezes, divertidos, por ele vivenciados, com os correspondentes
ensinos doutrinários.
A Doutora Jane teve a felicidade de desfrutar da amizade do expoente Jerônimo
Mendonça e a ele dedicou outra obra de excelente qualidade literária:
"O Gigante deitado". Todo
o produto arrecadado pela venda dos mencionados livros sobre Hugo Gonçalves
é revertido em benefício do Lar
Infantil Marília Barbosa, que está sediada à
Rua Pará, 292. CEP 86181 - 240 Tel. (43) 254-3261 - Cambé-PR.
INSTITUIÇÕES E TRABALHOS DIRIGIDOS POR HUGO GONÇALVES
"Centro Espírita Allan Kardec"
Fundado na década de 40 por Luiz Picinin e mantido e dirigido por Hugo Gonçalves, desde 1.953, o Centro Espírita Allan Kardec está devidamente registrado no CNPJ sob nº 75.759.399/0001-98, com sede à Rua Pará, 292 na cidade de Cambé-PR. Esse Núcleo vem funcionando, desde então, ininterruptamente. Em todos os dias há atividades. Às quartas-feiras, à tarde e à noite, há trabalhos doutrinários, com palestras, passes e distribuição gratuita de livros (sorteios). Às quintas e sextas, sessões mediúnicas. Nos demais dias, reuniões várias, inclusive de estudos do Evangelho.
A afluência de adeptos é muito grande. O auditório, que tem capacidade para umas 200 pessoas, de vez em quando fica lotado. Seguidamente são convidados eminentes estudiosos da doutrina espírita, para palestras. Tanto paranaenses como de outros estados. Quando os palestrantes são oradores célebres, como Divaldo Franco, Raul Teixeira, etc., os eventos são realizados em outros recintos mais amplos. Por esse Centro já passaram, além dos grandes oradores e palestrantes da atualidade (para citar-se apenas alguns: Divaldo, Raul, Baccelli, Heloisa Pires, Eliseu Mota, Felipe Salomão, Terezinha Oliveira, Richardo Simonetti, Sebastião M. Moura, Dayse Steagall Gomes, etc.) figuras eminentes como José Soares Cardoso, Eurícledes Formiga, João Leão Pitta, Urbano Assis Xavier, Sergio Lourenço e tantos outros.
Certa vez Luiz Gonzaga, o famoso Rei do Baião, esteve em Londrina para um show. Hugo Gonçalves não deixou por menos. Depois da apresentação lhe falou sobre as crianças que mantinha no Lar e que elas gostariam muito de ouvi-lo. No dia seguinte "Lua" deu um magnífico show no salão do Centro.
Hugo faz "expediente" ali todos os dias, como se fosse um devotado e assíduo funcionário. Além do trabalho de direção, da coordenação das atividades, atende a numeroso público que o procura pelos mais variados motivos: ajuda espiritual, conselhos, pedidos de alimentos, roupas, dinheiro e por aí afora. Hugo não tem qualquer rendimento, a não ser uma mísera aposentadoria de 01 salário mínimo. Certo dia, no escritório chegou uma senhora aparentando extrema pobreza. Queria uma ajuda em dinheiro para comprar leite e outras coisas para os filhos, alegando ter sido abandonada pelo marido. Era uma pobre de muita sorte. O caridoso Hugo devia ter recebido na véspera o seu pagamento. Ela pediu expressamente R$ 5,00. Hugo meteu a mão no bolso e arrancou o que tinha: uma única nota de R$ 50,00. Sem pestanejar, entregou-a àquela mulher. Ficou sem nada, mas feliz, pela grande felicidade que viu estampada no rosto dela. Ficamos imaginando o que Hugo pensou naquele momento. A mulher pediu cinco reais. Ele só tinha cinqüenta. Como pedir troco de quarenta e cinco? Era dar tudo ou nada. Não teve dúvidas. Deu o tudo e ficou sem o nada. Mas de coisinhas em coisinhas como essa, ele vai acumulando tesouros no reino dos céus. Os milhões e as toneladas de ouro de nada servem na hora da verdade, da prestação de contas. A caridade é um valiosíssimo cartão de crédito que se leva.
"Lar Infantil Marilia Barbosa"
O Lar Infantil Marilia Barbosa é um Departamento do Centro Espírita Allan Kardec. Tem personalidade jurídica própria e está registrado no CNPJ sob nº 78.302.650/0001-89, com sede à Rua Dinamarca, 1.288, em Cambé-PR, com edificação no mesmo terreno onde funciona o Centro.
Quando se fala nessa abençoada e sempre sólida instituição, mister se faz lembrar de dois verdadeiros Atlas (Gigante que carregava a Terra e o Firmamento nas costas) da caridade, responsáveis pelo sucesso ininterrupto há meio século: Luiz Picinin e Hugo Gonçalves.
Luiz Picinin, seu idealizador e fundador, tinha ascendência paterna italiana e materna alemã. Nasceu em Taquaritinga-SP, em 06.01.1919. A partir dos 15 anos de idade tomou gosto pela leitura de livros espíritas, abraçando a Doutrina. Aportou em Cambé em 1.942, procedente de sua cidade natal. Enfrentou muitas dificuldades em razão dos preconceitos de que padeciam os alemães e italianos, por causa da guerra. Tal qual Hugo, que passou sua adolescência e boa parte da mocidade em duríssimo labor, Picinin trabalhou arduamente em serviços pesados. Trabalhando como saqueiro em uma máquina de café, não tardou, muito inteligente e dinâmico que era, a idealizar um negócio próprio, com seus colegas: abriram uma beneficiadora. Picinin sugeriu e todos os sócios aceitaram em destinar 20% dos lucros para obras assistenciais.
Por influência dele, a maioria se tornou espírita. O espiritismo também em Cambé não era bem visto pela população, fato que atrapalhava o negócio. Mesmo assim, não houve desânimo. Ao contrário, Picinin e seus companheiros resolveram fundar um Centro e posteriormente um albergue noturno. Quando Picinin chegou a Cambé, muitas famílias de imigrantes, desprovidas de quaisquer recursos, ficavam amontoadas na praça central, dormindo ao relento, até conseguirem alguma colocação.
Em uma noite de frio intenso, uma criança morreu enregelada. Esse fato trágico calou fundo na alma sensível de Picinin. Em visita à cidade de Nova Iguaçu-RJ, conheceu uma instituição dirigida por Leopoldo Machado, a qual abrigava crianças desamparadas. Uma imagem lhe ficou sempre viva na mente, pela generosidade e disposição para aquele trabalho: dona Marília Barbosa, professora e dedicada esposa de Leopoldo. Entusiasmado, Picinin e seus amigos espíritas resolveram criar, em Cambé, uma instituição semelhante àquela que tanto o encantara.
Aí nasceu a idéia do Lar que não tardaria a florescer. Foi inaugurado, em sede própria, no dia 29.03.53. Após poucos meses, Hugo passou a dirigi-lo, contando com a colaboração essencial e o trabalho heróico e incansável de dona Dulce, sua saudosa esposa. Nesse meio século por ali passaram, em regime de internato, mais de 300 meninas.
A maioria chegou em tenra idade, saindo somente pelo casamento ou após adquirir, por profissão ou emprego, condições de auto-sustento. O Lar Infantil Marilia Barbosa, em razão dos relevantes serviços que vem prestando à comunidade, desde sua fundação, é municipal, estadual e nacionalmente reconhecida como de utilidade pública. Para tanto, Hugo Gonçalves não mediu esforços e contou com o apoio da classe política. O Lar sobrevive de doações que generosamente lhe são dispensadas. Se o leitor quiser e puder fazer sua doação, poderá fazê-lo através de depósitos, qualquer que seja o valor, nas contas e agências bancárias abaixo:
BANCO
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AGÊNCIA
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CONTA CORRENTE
|
Banco do Brasil | 0768-4 | 3158-5 |
Bradesco | 27-2 | 6432-7 |
Banco Itaú | 88 | 6120-5 |
HSBC | 362 | 7293-46 |
"Creche"
Além do internato, o Lar mantém uma bem organizada creche com todos os requisitos indispensáveis ao desenvolvimento físico e mental das crianças, em número nunca inferior a 70.
"Clube das Mães"
Há vários anos um grupo de senhoras vêm prestando relevantes serviços ao Centro e ao Lar. São costureiras voluntárias que se revezam, de sorte que todos os dias há algumas trabalhando em sala apropriada. Fazem e reformam roupas para as internas do Lar, para as crianças da Creche, bem como para os recém-nascidos de famílias carentes, nas maternidades de Cambé. Os materiais são adquiridos com recursos do Lar. Há também doações.
"Gabinete Dentário"
Também há vários anos o Centro Espírita Allan Kardec mantém um gabinete dentário em suas dependências. Todos os equipamentos, inclusive cadeira, foram doados por terceiros. O atendimento é feito por dentistas formados, do quadro de servidores do município, o qual fornece, também, os materiais necessários. Ali são regularmente atendidas todas as crianças.
"Atendimento Médico"
Embora contando com um consultório próprio, geralmente os atendimentos são feitos nos consultórios dos médicos. Isto em razão dos maiores recursos e maior comodidade dos profissionais que atendem gratuitamente todas as crianças da creche e internas do Lar. Toda a classe médica de Cambé colabora. Não há nenhum caso de recusa de atendimento às solicitações de Hugo Gonçalves. Quando há necessidade de tratamento mais especializado, os pacientes são encaminhados pelos próprios médicos aos colegas de Londrina, sem nenhum custo. Se os médicos não têm, em seus consultórios, amostras grátis dos remédios, estes são comprados pela Entidade.
"Cestas de Alimentos"
Todos os sábados, ininterruptamente, o Centro Espírita Allan Kardec distribui cerca de 100 cestas de alimentos para famílias carentes, com predominância de produtos hortifrutigranjeiros. Antes da distribuição, as pessoas que ali acorrem, em busca de alimentos para o corpo, recebem alimentos para a alma. Ouvem, no auditório, ensinamentos doutrinários. A presença não é condição para o recebimento das cestas, mas todas as pessoas, professando religiões diversas, ouvem com atenção as lições evangélicas, à luz do Espiritismo.
"O IMORTAL"
Esse jornal é um
capítulo importante na vida de Hugo Gonçalves. Circula
no Brasil inteiro, chegando também a alguns outros países. Discretamente,
mas chega. Circula ininterruptamente desde dezembro/53.
Em algumas ocasiões, quando pessoas foram visitar Chico Xavier, disse
o venerado Mestre, ao se identificarem como moradores de Cambé: "Ah!,
de Cambé, a terra de Hugo e do "Imortal"? Chico era
um assíduo leitor. As propagandas e o produto das assinaturas têm
dado, freqüentemente com déficit, apenas para cobertura das despesas
de edição e postagem. Seja você, amigo leitor, também
um assinante desse "jornal do futuro", como o classificou Cairbar
Schutel, em manifestação mediúnica. A assinatura custa
apenas R$ 28,00 (vinte e oito reais), já incluída a postagem.
Basta dirigir correspondência para a caixa postal 63, em Cambé,
ou telefonar para (0...43) 254-3261. O e-mail é: jornalimortal@onda.com.br
"Albergue Noturno"
O albergue noturno foi também idéia
de Luiz Picinin e cuja direção foi passada a Hugo Gonçalves
juntamente com o Lar. Funcionou desde 1.942 até
a década de 70, sendo desativado em razão da paulatina
ausência de usuários.
No escritório de Hugo há um vetusto livro, bastante marcado
pelo intenso manuseio que teve, onde eram registradas as entradas de usuários
do albergue. Na última folha utilizada, consta a entrada de Laudelina
Cândida Talara, que recebeu o nº 46.233. Esse teria sido o número
de pessoas (as registradas) atendidas no albergue noturno fundado por Luiz
Picinin e carinhosamente mantido por Hugo Gonçalves, até o último
dia de funcionamento.
"Coral"
O "Coral Hugo Gonçalves" foi criado em 03 de agosto de 1.997 e desde então, apesar de todas as dificuldades, principalmente financeiras, vem desenvolvendo suas atividades com muita pujança e brilho. Cada apresentação é um sucesso, arrancando calorosos aplausos dos auditórios. Em seu vasto repertório estão músicas de cunho religioso e também de natureza popular e folclórica. Muitas peças encerram um conteúdo doutrinário, com ensinamentos cristãos. A regência está a cargo do competente maestro José Mário Tomal. O Coral já fez apresentações em vários Estados e participou de muitos festivais e encontros de Corais, com grupos até estrangeiros, obtendo singulares destaques. Recentemente fez uma pequena temporada no nordeste, cantando com muito êxito em Maceió e Salvador. Na capital soteropolitana, a apresentação foi na magnífica "Mansão do Caminho", recebendo altos elogios de Divaldo Franco. Em razão das dificuldades financeiras já esteve várias vezes à beira da extinção. Como cada integrante paga uma cota de manutenção, hoje o número está reduzido a menos da metade. Mesmo assim vai em frente, transmitindo a todos muita alegria, enlevamento e paz.
"Sexteto"
Além do Coral, o Centro Espírita Allan Kardec conta com um grupo musical (ainda sem nome, mas que ficaria bem, sendo chamado Sexteto Hugo Gonçalves) composto por 06 integrantes do Coral que se apresenta nas reuniões noturnas de 4ª feira, cantando músicas exclusivamente de cunho religioso. Não dispõe de um maestro, mas é orientado por Wilson, um dos integrantes, com seu conhecido violão. Um grupo bem afinado que prepara o ambiente para os trabalhos de doutrinação, esparzindo eflúvios de paz com seus cânticos suaves.
Bibliografia: Hugo Gonçalves e o Homem que
se lembra do Sermão da Montanha / 2003
Autoria: Geraldo Peixoto de Luna
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Paulo - www.nossosaopaulo.com.br
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